Ao meu amado e eterno pai Élcio "in memorian" e ao meu querido irmão Marcelo "in memorian", que são exemplos de honestidade, força, dedicação e amor. Dedico não apenas esta tese, como também, o meu amor e admiração a estas duas pessoas que contribuíram muito na minha caminhada, tanto profissional como pessoal. A AG GR RA AD DE EC CI IM ME EN NT TO OS S Gostaria de agradecer a Deus acima de tudo, por me dar coragem no momento mais difícil desta jornada, permitindo que eu finalizasse esta pesquisa. Ao Prof. Dr. Joel B. Sígolo, pela orientação, dedicação, confiança, paciência e amizade, proporcionados durante estes dez anos de convívio, o qual sou eternamente grata. Nos momentos mais difíceis demonstrou uma amizade sincera e muita compreensão.
RESUMO A francofilia esteve presente no Brasil desde fins do século XVIII, presença também materializada na circulação de periódicos tanto importados de Paris, como publicados por emigrados nos séculos seguintes. O objetivo deste artigo é discorrer sobre aspectos da produção, circulação e distribuição desses periódicos no Rio de Janeiro e em São Paulo. A hipótese é que eles tanto difundiam a cultura francófona, como foram pioneiros na inserção do Brasil na lógica da cultura midiática transnacional da modernidade. Além do levantamento de títulos importados e impressos no país em catálogos antigos de livreiros e de acervos públicos e dos locais de distribuição ao leitor, foram consultados relatórios estatísticos e dos correios franceses e brasileiros em busca de dados quantitativos. Entre os resultados está a constatação do predomínio de títulos em francês em relação aos demais idiomas estrangeiros (dada à força global da cultura francesa no período, particularmente na América Latina) e a descoberta de acordos comerciais favoráveis à entrada de impressos provenientes da França, dado inédito revelado pela análise dos relatórios oficiais, o que traz um novo elemento para explicar o seu grande afluxo para o Brasil, apontando uma nova perspectiva metodológica para os estudos da circulação da história da imprensa estrangeira.
A partir da análise de vestígios da circulação de impressos periódicos franceses no Brasil dos séculos XIX e início do XX, foi possível identificar títulos que difundiam o imaginário francês da modernidade e do modernismo. Nosso recorte espacial restringe-se às cidades do Rio de Janeiro e São Paulo cujo mercado editorial, embora tenha tido ritmos de desenvolvimento diversos, são integrados a um mesmo espaço midiático francófono por ação de mediadores culturais como livreiros, bibliotecários e homens de letras em geral. Sob uma perspectiva transnacional, podemos colocar em questão as relações culturais estabelecidas entre a imprensa brasileira e francesa, em um ambiente de marcada francofonia mundial do qual o Brasil fez parte.Palavras-chave: imprensa periódica; francofonia no Brasil; transnacional.
O objetivo é analisar narrativas sobre o sobrenatural e mostrar como o imagináriodesse tema universal percorre jornais franceses e brasileiros, em diversos formatos (faitsdivers, crônicas literárias, crítica etc.), articulando-se ao contexto específico de recepção.Escolhemos os casos dos jornais Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro e Le Figaro de Paris paraabordar as transferências culturais entre os dois países. Ao mesmo tempo, mostramosque a circulação de temas tem múltiplas direções, passando por diversos suportes,formatos e gêneros, constituindo os imaginários do sensacionalismo que, a despeito daestandardização, podem e devem ser apreendidos historicamente.
RESUMOEste artigo trata das representações da cidade de São Paulo feitas pelo jornal O Estado de S. Paulo em 1910, e da censura à imprensa, através de um Relatório de Justiça, por esta divulgar casos de suicídios no estilo de fait divers, na passagem do século XIX para o XX. Partimos da hipótese de que a postura do relator fazia parte de uma extensa ação disciplinadora de controle da cidade, à qual a imprensa não escapava. Tal ação disciplinadora estava pautada pelas teorias racistas e deterministas de matriz européia e articulava diversas instâncias do poder. Aplicadas de modo particular ao contexto brasileiro em razão do passado escravista, a tentativa de ordenamento da cidade agrega o racismo de cor ao de classe, redimensionado no novo contexto republicano. Palavras-chave: Imprensa; Fait divers; Cidade. ABSTRACTThis article is about representations of the city of São Paulo made by the periodical O Estado de S. Paulo in 1910 and analyses a case of censorship towards the media, through a Report of Justice, related to the divulgation of fait divers style suicide cases in the period of transition between the 19 th and the 20 th centuries. We start from the following hypothesis: the position of the author of the Report was influenced by an extensive disciplinary action set up to control the city and that targeted also the media. Such disciplinary action was based on racist and determinist theories, of european matrix, and articulated various levels of power. Applied to this particular Brazilian context due to its legacy of slavery, the attempt to put order in the city joins the racism to social exclusion, adapted to the New Republican era.
Representações das práticas, práticas da representação Interview with Roger Chartier -Representation of practices, practices of representation GUIMARÃES ENTREVISTA No dia 22 de março de 2021, o professor Roger Chartier concedeu entrevista ao MidiaCult UNESP 1 . Ele é formado em Educação na Escola Normal de Saint-Cloud e em História na Sorbonne, onde também fez seu mestrado. Na EHESS -École des hautes études en sciences sociales foi mestre de conferência e directeur d'études e desde 2017 está vinculado ao Collège de France na chaire Écrit et cultures dans l'Europe moderne, além de ter sido professor visitante na University of Pennsylvania.Especialista em História do Livro e da Leitura, um dos nomes mais proeminentes da dita Nouvelle Histoire Culturelle, é um dos responsáveis pela reconfiguração do campo da história do livro e da leitura no seio da Escola dos Annales. Suas reflexões no campo epistemológico legaram a gerações de historiadores conceitos e abordagens centrais para se pensar o "mundo como representação", tema sobre o qual ele discorrerá nesta entrevista, com foco nos impressos periódicos.Valéria dos Santos Guimarães -É com satisfação que o MidiaCult recebe o professor Roger Chartier. Gostaria de agradecê-lo pela generosidade, é uma honra tê-lo conosco. Gostaria de observar que sei que o senhor é um historiador dedicado ao estudo da era moderna (da primeira modernidade), que seu objeto de pesquisa é o livro e que não trabalha nem com periódico, menos ainda com história contemporânea, período em que os impressos periódicos ganharam mais relevância devido a múltiplos fatores, como as consequências de uma civilização industrial, e modificaram profundamente o conjunto das atividades sociais. Apesar do recorte espaço-temporal não ser sua especialidade, seu trabalho traz reflexões acerca das formas de análise do impresso em geral a partir do uso, entre outros, do conceito de "Representação", que pode ser definido, a um só tempo, como resultado da recepção do social dada por um certo grupo (não sem conflitos) e também como gerador de um mundo social. As representações, assim, atuam como expressões e criadoras do real.Dificilmente hoje em dia usamos, entre historiadores, o termo "representação" ou "representação social" se referindo a Émile Durkheim, Maurice Halbwachs, Marcel Mauss, Lucien Lévi-Bruhl, entre outros. Muitos se referem a seu trabalho, especialmente 2 DE 11 História (São Paulo), v.40, e2021065, 2021 ENTREVISTA COM ROGER CHARTIER -REPRESENTAÇÕES DAS PRÁTICAS, PRÁTICAS DA REPRESENTAÇÃO 3 DE 11 História (São Paulo), v.40, e2021065, 2021
Correspondant à ce qu'on a appelé « l'âge d'or de la presse » (Smythe 2003 ; Charle 2004, p. 136), le passage du XIX e au XX e siècle a connu une diffusion sans précédent des idées, unissant les continents par le biais des imprimés. Malgré son implantation tardive, la presse brésilienne de la fin du XIX e a rejoint ce circuit d'informations aux circulations intenses, favorisé par l'utilisation commerciale du télégraphe. L'arrivée quotidienne des télégrammes avec leurs nouvelles toutes fraîches, alliée à la traditionnelle importation de journaux étrangers, dynamise le marché de la presse, tout en mettant en place de nouveaux modèles de journalisme. C'est pendant cette période que le sensationnalisme atteint son premier pic au Brésil. Deux matrices étrangères sont à l'oeuvre-l'une est américaine, l'autre est française. Malgré un décalage perceptible dans le temps, c'est le modèle français de la presse à sensation qui semble davantage avoir captivé le lecteur brésilien, avec son ton ouvertement littéraire et sociologique qui entend fouiller la nature humaine, à la recherche des raisons qui mèneraient à la « dégénérescence morale », pour utiliser une expression en vogue dans le discours « hygiéniste ». Marlyse Meyer (1996) a bien exploré la réception des feuilletons français au Brésil ; la publication des faits divers dans les journaux brésiliens répond à une logique similaire, mais sans la synchronie des feuilletons publiés presque simultanément en Europe et au Brésil. Il est possible de trouver dans la presse brésilienne du début du XX e siècle des références qui renvoient à un imaginaire partagé. La circulation accrue des informations l'autorise, soit par l'entremise de nouvelles technologies comme le télégraphe, soit par la propagation physique des supports de l'imprimé.
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