A ostreicultura surge no contexto mundial como uma das alternativas mais viáveis ao declínio da pesca e o fornecimento de recurso alimentício fresco. No Brasil, cultiva-se ostras do gênero Crassostrea e, no estado do Pará, cultiva-se a Crassostrea tulipa, conhecida por ostra-do-mangue. O presente estudo tem como objetivo caracterizar a biomorfometria da concha, estimar o Índice de Estabilização da Forma (IEF) da concha e o rendimento da carne comestível de C. tulipa, a partir de 1.028 ostras coletadas na ostreicultura da Associação de Agricultores, Pecuaristas e Aquicultores (ASAPAQ), situada no rio Urindeua, litoral amazônico, estado do Pará, no mês de abril de 2016. Realizou-se relações biomorfométricas entre a morfometria da concha (comprimento, largura e altura) e a biomassa (total e visceral), estimou-se o rendimento percentual da carne comestível e descreveu-se o IEF através de razões entre a morfometria da concha. Crassostrea tulipa apresenta excelentes relações biomorfométricas, gerando equações que satisfazem estimação de medidas morfométricas. Além disso, apresenta mais de 20% de rendimento da carne. A análise de IEF, indica uma tendência a estabilização da forma da concha ao atingir 60mm. Recomenda-se uma análise de IEF em ostras oriundas de ambientes naturais e sob influência da densidade de ostras e/o tipo de estrutura no qual a ostra está sendo cultivada. Este trabalho possibilita a estimação de carne de ostras comercializadas com base na mensuração da medida da altura da concha (mm) através da equação Bv = -4,29 + 1,94A.
Os recursos pesqueiros (e.g., peixes, crustáceos e moluscos) compõem a dieta alimentar das populações, pois representa uma fonte de proteína. Neste contexto, os moluscos bivalves apresentam elevada importância ecológica e socioeconômica, principalmente para comunidades que vivem as margens dos rios. Desta forma, o presente trabalho registra a utilização de Paxyodon syrmatophorus como alimento pela comunidade nativa da ilha de Tabatinga, Abaetetuba, Estado do Pará, bem como, caracteriza a composição centesimal do molusco. Evidenciou-se dois tipos de preparo do molusco (escaldado e refogado), utilizando sempre temperos simples na cocção do alimento. Além disso verificou-se que a espécie apresenta alta taxa de umidade e proteínas em sua composição, com baixo teor de lipídio e calorias, apresentando em média rendimento da carne comestível em 16,2%. Conclui-se que a utilização dos bivalves de água doce na região apresenta-se como uma fonte de subsistência, utilizando conhecimentos empíricos na organização do preparo de P. syrmatophorus. O bivalve apresenta composição centesimal satisfatória a necessidade nutricional complementar. Recomenda-se estudos acerca do crescimento e reprodução para inferir medidas ao manejo sustentável do recurso e utilização posterior das conchas.
<p><em>Iphigenia brasiliensis</em> (Lamarck, 1818) é um molusco bivalve marinho pertencente à família Donacidae, que se distribui desde o Golfo do México até o sul da costa brasileira. Habita a região intermareal, onde é coletada por marisqueiras para alimentação e comércio. O presente estudo tem o objetivo de caracterizar a biometria e o crescimento relativo de <em>I. brasiliensis</em>, coletado em um banco natural, situado na Baía do Caeté, litoral amazônico. Para tanto, mensurou-se as medidas morfométricas e determinou-se a biomassa úmida dos moluscos coletados. Posteriormente, determinou-se a correlação das variáveis e efetuaram-se relações biomorfométricas. Adicionalmente, o crescimento relativo entre as variáveis foi analisado por meio do coeficiente de alometria. Testou-se também se há relação entre as razões morfométricas da concha e a biomassa úmida dos indivíduos. Os resultados indicam que <em>I. brasiliensis</em> apresenta medidas morfométricas altamente correlacionadas, não sendo evidenciado diferenças significativas no tamanho dos indivíduos por período sazonal. Destacam-se as relações entre as medidas do comprimento anteroposterior e a altura, ambas com a biomassa úmida, como isométrica, o que indica crescimento proporcional entre essas variáveis. Além dos resultados obtidos, recomendamos estudos acerca da biologia reprodutiva e sugerimos estudos de crescimento utilizando marcadores internos para estimar o crescimento absoluto da espécie.</p><p><strong>Palavras chave</strong>: Região Amazônica, molusco bivalve, morfometria.</p>
In the last decades the oyster faming stands out as the main mitigating measure to the decline of the fishery, as it presents socio-economic and environmental viability. However, for the success of the activity, it is necessary to understand the stages of cultivation, as well as the growth performance of the species to be cultivated. The present work aims to characterize the growth and survival of Crassostrea tulipa, cultivated on the Amazon coast. For this purpose, oysters were grouped by commercial size class (seed, juvenile, baby, average and masters) and compared the growth rates and their relationships with the abiotic variables. There was no difference in the average growth between the oyster classes, however, when comparing them in the total and percentage growth rates, a higher performance was observed in the oysters classified by juvenile and seed, respectively. The relationship of salinity to oyster growth was evidenced only in the class of juvenile oysters. The cultivation time required to obtain native oysters in the commercial size varied between four and seven months, being inferior to those found in other Brazilian regions.
HIGHLIGHTS Total and percentage growth rates, higher performance was observed in the oysters classified by juvenile and seed, respectively. The relationship of salinity to oyster growth was evidenced only in the class of juvenile oysters. The cultivation time required to obtain native oysters in the commercial size varied between four and seven months. 2 Das Chagas, R. A.; et al.
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