O sentido da obra machadiana, em geral, não está oferecido no nível do discurso textual e deverá ser produzido por um leitor-modelo, através da sondagem das camadas profundas da linguagem. Desta forma, abordamos a organização textual do conto "Almas agradecidas", a fim de mostrar que a postura adotada pelo narrador solicita que o leitor colabore ativamente para construir uma interpretação do texto. Para tanto, ressaltamos a importância desse narrador na construção dos personagens e observamos que a sua intrusão não é estendida a todos os personagens, resultando numa proposital relativização da onisciência. Essa construção exige cooperação por parte do leitor e permite que ele atue como coautor, o qual, adotando essa postura, constitui-se num leitor-modelo para o texto.
O presente artigo busca fazer uma leitura do conto “Desenredo” de João Guimarães Rosa, onde se verifica que, embora se trate de um texto escrito, há a presença de um narrador oral. Ou seja, o texto se mostra rico em marcas da oralidade, dispersas no discurso do narrador, constituindo-se, desta forma, uma espécie de texto para ser ouvido em vez de lido. Esta marca se acentua quando se percebe que há, no conto, a presença de um narratário que é designado como os “ouvintes”. Procuramos mostrar que esse texto contrapõe duas culturas, a oral e a cultura do mundo letrado. Entretanto, o homem pertencente ao universo iletrado não é visto de forma exotizada como fizeram grande parte dos escritores que se dedicaram à literatura regionalista. Ao contrário, Guimarães Rosa busca valorizar o homem com seus sentimentos, dúvidas, desejos, não importando a que universo ele possa pertencer.
Este trabalho tem como principal objetivo fazer uma leitura da obra Elói ou romance numa cabeça de João Gaspar Simões, por meio da qual se observa a influência da técnica de escrita literária modernista denominada fluxo da consciência. Auxiliados pelos estudos feitos por Robert Humphrey, podemos identificar essa técnica empregada em alguns trechos da obra e, ao final, justificar seu emprego nas passagens narrativas em que se encontram, uma vez que se prestam a expressar o tempo psicológico do protagonista.
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