Palavras-chave: Ciência setecentista. América portuguesa colonial. Seca. region's population since the 1720s. This article seeks to demonstrate, through travel reports, that during the colonial period the drought is the key to the formation of the landscape of the region.
O ambiente cultural do início do período moderno foi marcado por uma gradual, porém drástica, mudança nas concepções de mundo clássica e medieval. Com os conflitos gerados pelo encontro entre o conhecimento tradicional medieval, a redescoberta de obras gregas de geografia e a contínua experiência de navegação dos séculos XV e XVI, os estudiosos europeus se viram obrigados a conciliar teorias antigas, dogmas religiosos e dados empíricos que na maioria das vezes eram dissonantes. O intuito desse artigo é analisar esse quadro, a partir de uma bibliografia que discute a formação dos campos da geografia, cosmografia e cartografia ao mesmo tempo em que o continente americano, até então desconhecido, se descortinava perante os olhos dos navegadores europeus. Na primeira parte, a discussão gira em torno dos modos pelos quais se compreendia o universo naquele momento e o estado das disciplinas que pretendiam dar conta do mundo habitado – o orbis terrarum ou oikoumene. Na segunda parte, pretendo discutir o problema, prática e teoricamente complexo, de como se mapear regiões poucos conhecidas no período
O amplo território percorrido pelos rios platinos e seus tributários configurava, nos séculos XVI e XVII, um imenso triângulo entre as vilas de São Vicente, no litoral sudeste da América portuguesa; Buenos Aires, na foz do estuário; e Assunção, no interior do continente, às margens do rio Paraguai. Desde os primeiros mapas e relatos quinhentistas, esse espaço foi predominantemente descrito e mapeado como um emaranhado de rios, um espaço que variou de península à mesopotâmia de terras quase ausentes, figurando no mais das vezes como via de acesso – desconhecida, misteriosa e por vezes mítica – ao interior do continente. Durante grande parte do período colonial, a região foi também fronteira mais ou menos indefinida dos impérios ibéricos na América. A partir das discussões recentes da historiografia da cartografia, da análise concomitante de mapas espanhóis e portugueses e, em outra escala de observação, da documentação escrita produzida no período, o objetivo do artigo é entender a dinâmica das fronteiras naquele território. A hipótese levantada é de que a utilização dos rios, percorridos como caminho pelos diversos atores sociais, ou cartografados nos mapas imperiais, parece ser uma das chaves para o entendimento das fronteiras que, nesse caso, são de diferentes naturezas: fronteiras entre os impérios ibéricos bem como fronteiras entre o mundo europeu e indígena e entre o conhecido e o desconhecido. Palavras chave: história da cartografia; fronteira; Impérios ibéricas na América.
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