pesquisa que desenvolvo no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense (PPGA/UFF) -a fim de, ali, obter meu doutoramento -tem como referência espacial o Ilê Asé Azun Dan. Trata-se de uma casa de candomblé com raízes Jeje-Nagô, surgida na década de 1970, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, e que hoje está assentada no município de Ribeirão Pires, também no chamado ABC Paulista. O responsável pela origem do templo foi Sérgio Roberto Aparício -ou, conforme sua alcunha sagrada, Woodume Azuanun -, um médium cujas primeiras experiências religiosas remetem à umbanda, mas posteriormente iniciado como candomblecista por um sacerdote do Recôncavo Baiano.Sérgio Aparício, em sua personalidade como homem civil, faleceu em 1994, seis anos após a transferência do Ilê Asé Azun Dan para Ribeirão Pires. Não obstante, Woodume Azuanun -como alegam os filhos-de-santo do terreiro -seguiu em trajetória, a formar-se enquanto um ancestral ligado à comunidade fundada, duas décadas antes, por ele próprio. Com a morte do pai-de-santo, a liderança da casa de candomblé foi atribuída, a despeito do caráter provisório, à "Dona" Ana Santos Novais -uma dentre vários de seus filhos espirituais -, conhecida na religião como Iá Bagunin. Recentemente, corridos exatos 21 anos da fatalidade, o posto da sacerdotisa como sucessora e responsável pelo templo foi, no entanto, confirmado. E nesse ínterim, ainda, depois de uma longa série de procedimentos A NOVAS PESQUISAS
"O CORAÇÃO SENTE O QUE OS OLHOS NÃO VEEM"A sucessão em uma casa de candomblé na perspectiva de seus viventes "imateriais"diretrizes de pesquisa