O propósito deste artigo é refletir sobre as questões nietzschianas acerca das limitações da linguagem gramatical e do conceito a partir do texto póstumo Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extramoral e de como, em alguma medida, elas fundamentam parte das críticas dirigidas por Nietzsche, em O Nascimento da Tragédia, a Sócrates, ao homem teórico e ao socratismo estético. Se em seu texto póstumo de 1873 temos que o conceito, além de refletir a igualação do não-igual, impede a expressão individual e sensível de cada sujeito, em sua primeira obra publicada observa-se censuras ao método socrático, essencialmente racionalista e conceitual. Desse modo, vê-se que, se o socratismo estético corrompeu a tragédia grega, desclassificando o dionisíaco, ele o fez com base no pressuposto de que a razão, criadora da linguagem e do conceito, é suficientemente qualificada para tudo expressar. Isso enquanto, para Nietzsche, o conceito, um produto da razão, é incapaz de conduzir à essência das coisas. Daí o socratismo estético, enquanto crente no conceito, afora coibir a expressão individual e sensível, estar todo ele assentado em generalizações e falsificações do mundo.
Palavras-chave: Nietzsche. Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extramoral. Linguagem.
Resumo: Este artigo procura entender, a partir do pensamento tardio de Nietzsche, as razões pelas quais pode-se observar aspectos do niilismo na ópera Parsifal, de Wagner. Dadas as copiosas considerações de Nietzsche a respeito de Parsifal, é possível identificá-la ao niilismo, sobretudo ao incompleto. Além do que, se a negação do mundo está identificada à moral, ao ascetismo, à fé cristã, à castidade e à compaixão, são esses os elementos que norteiam a obra wagneriana de 1882 e que, por seu turno, caracterizam-na como uma espécie de niilismo estético.
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