ComentárioArtigos / Articles Comentário a "o governo biopolítiCo do migrante de sobrevivênCia"Thiago Fortes Ribas 1 Referência do texto comentado: CANDIOTTO, Cesar. O governo biopolítico do migrante de sobrevivência: uma leitura crítica da lógica do capital humano na era neoliberal. Trans/ Form/Ação: revista de filosofia da Unesp, v. 44, n. 2, 2021, p. 87 -106.
O artigo trata do modo como as pesquisas genealógicas de Nietzsche e de Foucault, opondo-se aos pressupostos metafísicos, engendram relações ético-políticas que escapam ao apelo de qualquer normatividade ideal ao realizar a crítica do presente. Partindo da recusa no pensamento nietzscheano da oposição de valores que forja origens sublimes desligadas da imanência das disputas mundanas, exploramos como a reconstrução das invenções históricas de valores induz à demanda por uma construção afirmativa de si mesmo. Em um segundo momento, o artigo se ocupa das ressonâncias e desdobramentos da genealogia de Nietzsche no pensamento foucaultiano, analisando, principalmente, como a tarefa do diagnóstico do presente transforma a filosofia e sua forma de atuação. Por fim, concluímos com uma possibilidade de afirmação de um modo de vida outro na reflexão de Foucault sobre o movimento gay.
Resumo: Ao propor o diagnóstico do presente como tarefa de sua filosofia, Michel Foucault pensou a possibilidade de práticas da liberdade a partir de uma relação refletida de resistência aos campos de saber e de poder que formam nossa atualidade. Não se trata, desta forma, de pensar a liberdade como oposta aos regimes de saber e as relações de poder, mas antes de pensar a liberdade como uma prática possível no interior dos sistemas de verdade formados por estes campos. Pensando desta forma, Foucault se confronta tanto com os fundamentos do pensamento humanista, quanto com os princípios da análise do poder em termos jurídico-políticos. Assim, na investigação das formas de resistência frente a nosso presente, Foucault nos propõe uma filosofia como exercício arriscado de si mesmo e que seria inseparável de uma transformação dos outros. Palavras-chave: Foucault; liberdade; discurso; poder; ética; cinismo. Pratices of freedom in FoucaultAbstract: By assuming the diagnosis of the present as the task of his philosophy, Michel Foucault examined the possibilities of an exercise of freedom in terms of a reflective relation of resistance to the fields of knowledge and power that constitute our present time. This does not mean to think of freedom as opposed to regimes of knowledge and power relations, but rather to conceive of freedom as a possible exercise within the truth systems established by those power-knowledge relations. Accordingly, Foucault confronted the foundations of humanistic thought as well as the principles of an analytic of power defined under juridical-political terms. Thus, by analysing the ways in which one can resist against our present time, Foucault understood philosophy as a risky task concerning the possibility of self-transformation and the transformation of others. Keywords: Foucault; freedom; discourse; power; ethics; cynicism.Traçando um panorama sobre a questão da liberdade no pensamento de Michel Foucault, este artigo se divide em três momentos: primeiramente analisaremos esta problemática a partir das críticas dirigidas ao arqueólogo, na década de 1960, feita pela geração existencialista. Em um segundo momento trataremos da relação entre liberdade e poder tal como se estabelece, na década de 1970, em sua análise genealógica das relações de poder. Atento para a noção de vontade de verdade, Foucault denunciará o pensamento político-jurídico tradicional enquanto incapaz de perceber as relações de poder no interior dos discursos verdadeiros. Por fim, discutiremos como Foucault pensa o exercício da liberdade no final de sua produção teórica, mais especificamente em seu último curso no Collège de France, quando se coloca em consonância com certa militância filosófica característica do cinismo antigo por realizar sua filosofia como manifestação de uma verdade que põe em questão os valores constituídos.
O artigo procura explorar a relação entre a análise do discurso e a política na arqueologia de Michel Foucault. O artigo começa por levantar a questão sobre a forma como se poderia abordar o seu trabalho, uma vez que ele critica a função autor. Mostraremos que esta abordagem já se constitui como um dos princípios teóricos de sua arqueologia. Investigaremos, em um segundo momento, como as operações críticas da sua análise das práticas discursivas conduzem a uma politização do saber, feita em oposição ao pensamento antropológico moderno.
Faced with the criticism of the biopolitical control exercised in the COVID-19 pandemic, we defend the importance of a re-examination of the foucauldian reflections so that the critical diagnoses of the present is accompanied by a careful analysis of the fields of force and knowledges in which such controls occur. Bearing in mind the correlation between security mechanisms and the management of insecurities, we argue that in the management of the pandemic by the brazilian executive government, the excesses of power took place more due to the lack of imposing restrictive health measures and obstacles to the control of contagion than through restrictive actions of classical individual freedoms.
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