A presente pesquisa busca analisar a relação existente entre a produção de carvão vegetal e a condição de saúde de uma população de baixa renda residente em Rancho Novo, distrito de Caeté, em Minas Gerais, Brasil. Para analisar a situação problema, optou-se por empregar o método da história oral, atrelado: 1) à técnica de pesquisa-entrevista despadronizada; 2) à análise rítmica climatológica; e 3) à análise do potencial hidrogeniônico das águas superficiais do entorno do povoado, com o objetivo de corroborar os possíveis riscos aos quais esta população pode estar submetida, devido à atividade carvoeira. Os resultados encontrados da pesquisa revelam uma forte relação entre os problemas de saúde da população, predominantemente respiratórios, e os produtos volatilizados oriundos do processo produtivo do carvão.
O presente artigo pretende sugerir uma interpretação para o atual momento da reprodução do capital que parece engendrar uma condição específica, uma espécie de novo tempo do mundo, em que o front de defesa para a sobrevivência do capital não se restringe apenas à fábrica, mas, ao contrário, explode e implode, alcançando a totalidade do espaço social inteiro. Este momento gera (i) uma forma específica de produção do espaço marcada pela precariedade; (ii) uma forma de vida cotidiana talhada por uma experiência danificada; e (iii) uma forma de dominação social que alcança toda a esfera da vida. Diante dessas confluências, o artigo sugere a ideia de condição periférica capaz de captar o predicamento deste tempo.
R e s u m o : Este artigo apresenta uma reflexão a respeito da organização espacial da pobreza em uma nova forma de segregação. A pesquisa insere-se no contexto da discussão sobre o processo de exclusão social que determina, em razão de uma série de mecanismos que estruturam a metrópole contemporânea, a organização espacial da população em condição de pobreza. Utilizando a metodologia da linha absoluta para delimitação da pobreza, foi realizado o mapeamento da organização espacial da pobreza na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A partir disso, constatou-se que a RMBH passou a ter uma forma mais dispersa no território, com uma urbanização mais fragmentada e desconexa, com a consequente produção de uma nova periferia metropolitana. P a l a v r a s -c h a v e : pobreza; exclusão social; espaço urbano; periferias fractais; segregação espacial. INTRODUÇÃOA forma pela qual se organiza a urbanização contemporânea na metrópole possui novas qualidades, determinadas, em especial, por novos processos. É preciso definir essa dimensão, tendo como ponto de partida, principalmente, a constante expulsão das populações pobres nas cidades contemporâneas. Para tanto, propõe-se, aqui, como meio de qualificar essa urbanização e de definir a dimensão da produção dessas novas periferias, o uso da ideia de periferia fractal.Limonad e Costa (2014) exploram uma diferenciação existente no campo conceitual da pesquisa urbana, qual seja: a oposição da noção de "edgeless cities" e a manutenção dos modelos centro-periferia. As autoras afirmam que essa questão surgiu devido à expressiva mudança na organização do espaço metropolitano com a terceira revolução industrial -acentuada no século XXI -, que afetou a distribuição da população e a produção do espaço, desafiando os conceitos estabelecidos para se referir a tais espaços. Muito tem sido escrito a respeito da incapacidade de se manter as categorias, amplamente utilizadas nas décadas de 1970 e 1980, de centro-periferia. Segundo as pesquisadoras, "[...] contemporary urban and metropolitans sprawl defies previous centre-periphery correlations" (LIMONAD; COSTA, 2014, p.118). Na primeira metade do século XXI, vem ocorrendo uma reorganização espacial das metrópoles em escalas diferentes; em decorrência disso, são impostas novas lógicas http://dx.
Neste ensaio, pretendo perseguir uma intuição: está definitivamente terminada a era das utopias. Se algum dia já se sonhou em como as coisas poderiam ser melhores no futuro, esse tempo terminou. Soa como um enorme anacronismo alguém falar de uma utopia – seja lá de que malabarismo retórico se valha para tentar nos convencer. Não se espera nada do futuro – afinal, ele deixou de existir. Nossa experiência temporal é agora comprimida por um presentismo asfixiante. Do nosso horizonte se desfez a miragem de um futuro melhor. O máximo que parece ser possível fazer é garantir – com muitos esforços – que ele não seja pior. Vale notar: temos falhado miseravelmente nesse quesito.
Filho (2005). In his analysis the author identifies the organization and compartmentalization of the intraurban space of mid sized mining cities pointing to the functions and
Resumo Este artigo é uma tentativa de balanço dos dez anos de um ciclo importante de lutas organizadas por movimentos sociais em Belo Horizonte. Ao longo desse tempo, os movimentos transformaram-se, ampliaram suas pautas para além do direito à moradia e assumiram estratégias de luta ampliada pelo direito à cidade – e contra o processo recente de neoliberalização da gestão municipal – que tomaram principalmente a forma de ocupações organizadas. Durante o período, caracterizado por uma hibridização das lutas urbanas, foi alterado significativamente o padrão de relacionamento dos movimentos com as instituições, que passou a se basear na ação direta, na ação institucional e na ação cotidiana.
1 Agradeço à equipe do grupo de Pesquisa Indisciplinar e à toda a equipe do projeto de pesquisa Urbanismo Biopolítico, em especial ao bolsista de graduação Lucca Mezzacappa. Agradeço também os comentários dos professores Sérgio Martins e Felipe Nunes Magalhães, do IGC/UFMG. Agradeço, pelo financiamento da pesquisa, à Ford Foundation. R e s u m o : A produção capitalista do espaço está, atualmente, vinculada diretamente a uma racionalidade prática própria do neoliberalismo, funcionando como uma nova razão do mundo que organiza e determina as ações dos governos em várias escalas. Com base nessa lógica, são realizadas ações voltadas a atender demandas e imperativos da reprodução ampliada do capital. É nesse contexto que se insere a gestão de Belo Horizonte sob o mandato de Márcio Lacerda (2008, em que se tornou evidente a intensificação da lógica neoliberal da produção do espaço e do gerenciamento das políticas públicas. Sendo assim, o objetivo deste artigo é discutir o caso da criação e do desenvolvimento de ações da empresa criada pela gestão de Lacerda, a PBH Ativos S/A, sob o paradigma do empresariamento urbano, analisando-se a retomada de uma gestão empresarial da política urbana municipal. P a l a v r a s -c h a v e : empresariamento urbano; política urbana; Belo Horizonte; neoliberalismo; produção do espaço; gestão empresarial. Lacerda (2008Lacerda ( -2016 A produç ão c A pi tA l is tA d o e spAç o e A ge s tão e m pr e s A r i A l A b s t r A c t : The capitalist production of space is currently linked directly to the practical rationality of neoliberalism, functioning as the world's new rationality, that organizes and determines government actions on various scales. Based on this logic, it implements actions aimed at meeting the demands and imperatives of the reproduction of capital. It is within this context that we may insert the management of Belo Horizonte under the command of Márcio
Resumo O presente artigo tem como objetivo analisar a formação da coalizão que levou à empresificação da política urbana e à securitização em Belo Horizonte, primeira cidade no Brasil a adotar esse tipo de modelo de gestão urbana, bem como a constituição de uma rede de financeirização das políticas públicas em escala nacional. O artigo estrutura-se a partir da análise de documentos da PBH Ativos S/A e da análise das relações que determinados atores desempenham na concepção, na circulação e na efetivação desse modelo de política pública. Sugere-se a existência de uma forma específica de gestão baseada no desenvolvimento urbano-financiado por meio de mercados financeiros.
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