RESUMO Neste artigo, analisamos com dados do português brasileiro a proposta sintático-semântica de Svenonius (2006, 2010) para as chamadas “estruturas axiais”, construções como ‘em frente a’ que são interpretadas como denotando uma região espacial projetada a partir de um FUNDO. Depois de avaliarmos criticamente a proposta de Svenonius (2006, 2010), que defende um núcleo funcional específico para abrigar lexemas como ‘frente’, apresentamos a solução de Matushansky e Zwarts (no prelo), que defendem que esse tipo de item é, na verdade, um “nome fraco”. Ao analisarmos as estruturas axiais do PB, argumentamos a favor da abordagem de Matushansky e Zwarts (no prelo).
RESUMO Este trabalho objetiva investigar o comportamento errático de verbos inergativos em relação à causativização. Especificamente, defenderemos a Sintaxe de Primeira Fase (RAMCHAND, 2008) como um bom modelo para a análise da causativização de inergativos em Português Brasileiro (PB). ABSTRACT This paper aims to investigate the erratic behavior of unergative verbs regarding the causativization process. Specifically, we will defend the First Phase Syntax (RAMCHAND, 2008) as a good model to analyze the causativization of unergatives in Brazilian Portuguese (BrP). PALAVRAS-CHAVECausativização. Semântica de eventos. Sintaxe de Primeira Fase.
Resumo: Neste texto, investigamos o comportamento do Item de Polaridade Negativa "sequer" em contexto de interrogação no português brasileiro (PB). Nosso objetivo com esta pesquisa é descrever a distribuição de "sequer" em tal ambiente e propor uma semântica para esse item, buscando explicar, sobretudo, o contraste existente entre sentenças como "ela sequer ligou?" e "*ela sequer ligou ou não?". Para tanto, apresentamos algumas das principais propostas para lidar com IPNs encontradas na literatura, bem como alguns dos problemas que elas enfrentam, para, então, nos concentrarmos no licenciamento de IPNs em estruturas interrogativas e também no funcionamento de "sequer" nesse tipo de contexto. Concluímos, com a análise desse item, que interrogativas polares, de alternativa e de constituinte (wh) são ambientes propícios para o aparecimento de "sequer", ao passo que questões de alternativa polar (A-não-A) bloqueiam sistematicamente a presença desse item. Como explicação para o comportamento observado, defendemos a hipótese da exaustividade forte elaborada por Guerzoni e Sharvit (2007) e demonstramos que "sequer" é bloqueado em interrogativas de alternativa polar como consequência de uma incompatibilidade entre propriedades do IPN e da estrutura inquisitiva. Palavras-chave: itens de polaridade negativa; sentenças interrogativas; semântica.Abstract: In this paper, we investigate the behavior of the negative polarity item (NPI) "sequer" in interrogative contexts in Brazilian Portuguese (BrP). Our aim with this inquiry is to describe the distribution of "sequer" in such contexts and to propose a semantic denotation for this item, searching mainly to explain the contrast between sentences like "ela sequer ligou?" and "*ela sequer ligou ou não?". In order to do that, we first present some of the main proposals found in the literature to deal with NPIs, then we focus on the licensing of NPIs in interrogative sentences and also on how Rev. Est. Ling., Belo Horizonte, v. 27, n. 2, p. 1015-1049, abr./jun. 2019 1016 "sequer" works in this kind of context. We conclude with the "sequer" analysis that polar questions, alternative questions and constituent questions are a suitable environment for the emergence of "sequer", while polar alternative questions (A-not-A) systematically block the presence of this item. As an explanation for the observed behavior, we defend the strong exhaustiveness requirement elaborated by Guerzoni and Sharvit (2007) and show that "sequer" is blocked in alternative polar questions as a consequence of an incompatibility between the properties of "sequer" and the inquisitive structure.
Neste trabalho, investigamos o papel das preposições ‘para’ e ‘até’ na construção de telicidade em português brasileiro (PB), em sentenças como “Ana correu até a farmácia”. Para Nam (2004) e Filip (2004), qualquer preposição que indique o ponto final de uma trajetória (o alvo do movimento) é capaz de inserir a noção de telicidade na estrutura do evento, no entanto, os dados do PB não parecem sustentar essa hipótese. Assim, para compreender como ‘para’ e ‘até’ atuam no licenciamento de telicidade para eventos classificados tipicamente como atélicos (atividades e semelfactivos), exploramos o comportamento semântico desses itens e discutimos o que se entende por telicidade na literatura. Demonstraremos que ‘para’ e ‘até’ apresentam propriedades distintas, tais como transição, delimitação e cumulatividade e é a interação dessas propriedades no cálculo entre o VP e o PP o que faz um evento ser classificado como télico quando esses itens estão presentes na estrutura. Além disso, discutimos o funcionamento de ‘para’ e ‘até’ em contextos não espaciais, para demonstrar que embora limite seja uma noção fundamental na classificação dessas preposições, essa propriedade não equivale ao conceito de telicidade, conforme se assume na literatura (Jackendoff, 2010).
RESUMO: Neste trabalho, investigamos o processo de causativização no português brasileiro, buscando compreender as restrições e generalizações que permitem explicar os dados aparentemente caóticos de nossa lingua. Para tal, utilizamos o método hipotético-dedutivo e partimos da tese de que são elementos do dominio acional que determinam o comportamento dos verbos em relação à incidência de causalidade. Como consequência, apresentamos neste artigo uma revisão teórica das classes acionais, utilizando ferramentas de um modelo decomposicionista recente denominado Nanossintaxe (STARKE, 2009). Com isso, será possível entender as restrições mais rigorosas que as classes ‘estado’ e ‘accomplishment’, por exemplo, impõem para o fenômeno da causativização, levando em conta conceitos sintático-semânticos mais finos, como Iniciação, Processo, Resultado e Limite. Concluímos, deste modo, que para um predicado ser interpretado enquanto causativo faz-se necessário que o evento por ele denotado seja de natureza dinâmica. Além disso, demonstramos que a sequência funcional (f-seq) da forma como é proposta dentro do modelo nanossintático permite explicar a associação de mais de um nódulo sintático a um mesmo argumento verbal, assim como a sua desassociação e consequente identificação com um núcleo causativo nulo.
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