O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de escopo da literatura acerca da associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e desfechos em saúde. A busca foi realizada nas bases PubMed, Web of Science e LILACS. Foram elegíveis os estudos que avaliaram a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados identificados com base na classificação NOVA e os desfechos em saúde. O processo de revisão resultou na seleção de 63 estudos, os quais foram analisados em termos de qualidade com base em ferramenta do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Os desfechos encontrados incluíram indicadores de obesidade, marcadores de risco metabólico, diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, asma, depressão, fragilidade, doenças gastrointestinais e mortalidade. A evidência foi particularmente consistente para obesidade (ou indicadores relacionados a ela) em adultos, cuja associação com o consumo de ultraprocessados foi demonstrada, com efeito dose-resposta, em estudos transversais com amostras representativas de cinco países, em quatro grandes estudos de coorte e em um ensaio clínico randomizado. Grandes estudos de coorte também encontraram associação significativa entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer, mesmo após ajuste para obesidade. Dois estudos de coorte demonstraram associação do consumo de alimentos ultraprocessados com depressão e quatro estudos de coorte com mortalidade por todas as causas. Esta revisão sumarizou os resultados de trabalhos que descreveram a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e as diversas doenças crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco, o que traz importantes implicações para a saúde pública.
Studies indicate that eating locations can influence food choices. However, the relationship with ultra-processed foods has been little explored. The objective was to assess the association between eating locations and ultra-processed foods consumption in the UK in 2014-2016. Data from 2,449 individuals aged 4 years or older from the NDNS were analysed cross-sectionally. Food consumption information was collected through 4day food diaries. Recorded foods were classified into NOVA system. The eating locations were grouped into nine categories (home, institutional places, sit-down restaurants, on the go, coffee shops, leisure and sports clubs, fast food, friends and relatives' house, and other places). Linear regression models were carried out. The coefficients represent the increment in the contribution of ultra-processed foods to total energy intake for each percentage point increase in the contribution of each eating location to total energy intake. Among children, consumption at home was inversely associated with ultra-processed foods consumption (β: −0.10; 95% CI −0.17, −0.03), while in leisure and sports places (0.47; 0.20, 0.73) directly associated. For adolescents, eating at home (−0.12; −0.19, −0.05) was inversely associated with the consumption of ultra-processed foods, as well as sit-down restaurants (−0.21; −0.38, −0.03). Fast food (0.29; 0.12, 0.47) were directly associated with the consumption of ultraprocessed foods for adolescents. Finally, for adults, sit-down restaurants (−0.13; −0.22, −0.03) showed to be inversely associated with the consumption of ultra-processed foods while in fast food restaurants (0.77; 0.38, 1.17) it was directly associated. Our results showed that the eating locations have different impacts on diet quality.
OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar no Brasil por raça/cor da pele da população. MÉTODOS: Foram analisados dados de consumo alimentar da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017–2018. Alimentos e preparações culinárias foram agrupados em 31 itens, compondo três grupos principais, definidos por características do processamento industrial: 1 – in natura/minimamente processados, 2 – processados e 3 – ultraprocessados. O percentual de calorias de cada grupo foi estimado por categorias de raça/cor da pele – branca, preta, parda, indígena e amarela –, utilizando-se regressão linear bruta e ajustada para sexo, idade, escolaridade, renda, macrorregião e área. RESULTADOS: Nas análises brutas, o consumo de alimentos in natura/minimamente processados foi menor para amarelos [66,0% (Intervalo de Confiança 95% 62,4–69,6)] e brancos [66,6% (IC95% 66,1–67,1)] que para pretos [69,8% (IC95% 68,9–70,8)] e pardos [70,2% (IC95% 69,7–70,7)]. Amarelos consumiram menos alimentos processados, com 9,2% das calorias (IC95% 7,2–11,1) enquanto os demais consumiram aproximadamente 13%. Ultraprocessados foram menos consumidos por pretos [16,6% (IC95% 15,6–17,6)] e pardos [16,6% (IC95% 16,2–17,1)], e o maior consumo ocorreu entre brancos [20,1% (IC95% 19,6–20,6)] e amarelos [24,5% (IC95% 20,0–29,1)]. O ajuste dos modelos reduziu a magnitude das diferenças entre as categorias de raça/cor da pele. A diferença entre pretos e pardos em relação aos brancos diminuiu, de três pontos percentuais (pp), para 1,2 pp no consumo de alimentos in natura/minimamente processados e as maiores diferenças remanescentes foram no consumo de arroz e feijão, com maior percentual na alimentação de pretos e pardos. A participação de alimentos processados permaneceu aproximadamente 4 pp menor para amarelos. O consumo de ultraprocessados diminuiu aproximadamente 2 pp para brancos e amarelos; por outro lado, aumentou 1 pp no consumo de pretos, pardos e indígenas. CONCLUSÃO: Diferenças no consumo alimentar segundo raça/cor da pele foram encontradas e são influenciadas por condições socioeconômicas e demográficas.
Background Ultra-processed foods consumption is an important risk factor for disease disorders, unhealthy feeding habits and climate changes. In the United Kingdom, ultra-processed food consumption represents more than 50% of calories per day. Furthermore, many studies shown that the locations are important for health foods habits. The aim of this abstract is to analyze the association between percentage share of ultra-processed foods consumption and percentage share kcal in each location consumers on U.K. Methods Cross-sectional data from the U.K. National Diet and Nutrition Survey (2014-2016) were analyzed. Foods items collected using a one-day food diary were classified according to the NOVA classification: unprocessed or minimally processed foods, processed culinary ingredients, processed foods and ultra-processed foods. All locations consumers were categorized on six groups: institutional (work, school), sit-downs restaurants, coffee shops, fast foods, home and others. To test the association, we used linear regression models, 95% confidences intervals were adopted. Results Ours crude analyzes shows that eat on fast foods, sit-down restaurants and other locations have been associated with percentage share of ultra-processed foods on daily kcal. Sit-down restaurants were negatively associated, and fast foods and other locations were positively associated. In the multiple model, adjusted for sex and age, the associations remained, with significance <0.00. Conclusions Our findings showed an association between some consumption locations and higher percentage share by ultra-processed foods on daily kcal. It is possible the inverse association found in sit-downs restaurants is because in these places there is a greater participation of unprocessed and minimally processed foods. Another important fact to consider is that in this population the consumption of ultra-processed foods is naturally high. Key messages Consumer locations have a different impact on the caloric share of ultra-processed foods. Encouraging consumption in some places can influence the improvement in the quality of the diet, decreasing the consumption of ultra-processed foods.
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