Na atualidade, uma das maiores preocupações em saú-de é a questão das doenças crônicas não transmissíveis, a se destacar a obesidade. Essa é uma doença mundialmente presente, de alta prevalência, e constitui fator de risco para outras doenças crônicas não transmissíveis (como hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus). Dentro das medidas de prevenção e tratamento da obesidade, a prática de exercícios físicos é um consenso.Os benefícios da atividade física para a saúde em geral já foram largamente discutidos e demonstrados. No entanto, pesquisas recentes mostram que ainda não compreendemos a complexidade do papel da atividade física no gasto de energia e na perda de peso.Alguns estudos têm demonstrado que o gasto de energia não responde de forma linear à quantidade e à intensidade da atividade física. Na verdade, o gasto de energia total aumenta com o início da prática de atividade física moderada, mas tende a atingir um platô, não obstante o aumento da demanda pelo exercício. 1, 2Estudo recente, de 2016, desafia fortemente a ideia de intensificação das atividades físicas no longo prazo como mecanismo efetivo na perda de peso. Esse achado deve ser cuidadosamente avaliado, pois chama a atenção para a necessidade de se estudar mais profundamente a questão da economia de energia no organismo -ao se considerar que, a partir de certo ponto, a atividade física não se reflete em maior gasto de energia total, ela deixa de ser uma forma direta de perda de peso. Além disso, essa descoberta vem dotada de desafios no contexto de prevenção e tratamento da obesidade e, conhecendo a dificuldade imposta pelo ajuste do metabolismo, mesmo uma prática regular e intensa de atividade física pode não ser o suficiente, o que torna necessária a combinação da prática com dietas balanceadas de baixa caloria.O que chama a atenção é a ideia de que as pessoas fisicamente mais ativas gastam a mesma quantidade de calorias diariamente, em comparação àquelas moderadamente ativas 1 .Para explicar essa relação não linear entre atividade física e gasto de energia, as teorias recentes sugerem que o organismo tem um mecanismo evolutivo de adaptação metabólica, específico de cada espécie, que preserva o gasto de energia total dentro de uma faixa estreita, por meio de uma resposta fisiológica.2 Esse é o modelo da energia restrita. O maior componente do gasto total de energia é o metabolismo basal, correspondendo a mais da metade desse gasto na maioria das pessoas.2 Outros componentes importantes do gasto total de energia são: a atividade física, o crescimento, a reprodução, a atividade imunológica, a digestão e a termorregulação. O modelo da energia restrita sugere que a distribuição de energia entre as atividades fisiológicas é responsiva a uma mudança em longo prazo na atividade física.2 Sustentando esse modelo, as evidências indicam que, a fim de manter o gasto de energia total, os efeitos da atividade física habitual são modificados pela resposta fisiológica dinâmica, 2 de forma que há uma compensação do gasto com a atividade física pela a...
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