Características da ressecção intestinal de pacientes internados em um hospital público universitário, em um período de cinco anos, e que evoluíram para óbito. Conduta nutricional adotada. Uberlândia -MGR e s u m o RESUMO INTRODUÇÃO: Nutrientes apresentam digestão e absorção local-específico. Após ressecção intestinal as manifestações clínicas, incluindo desnutrição proteicoenergética, são influenciadas pelo segmento resseccionado, a extensão da ressecção e a capacidade funcional dos segmentos remanescentes. A terapia nutricional prescrita deve ser individualizada e especializada, considerando características dos segmentos intestinais remanescentes, estado nutricional e o momento clínico. Os objetivos do estudo foram analisar a descrição em prontuário das características da ressecção de segmentos intestinais e a conduta nutricional implementada para pacientes submetidos à enterectomia. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo coorte não concorrente, com utilização de formulário específico e semiestruturado. Foram analisados prontuários de pacientes (n=55), submetidos à enterectomia no período de Agosto/2007 a Julho/2012, e que evoluíram para o óbito. RESULTADOS: Entre os prontuários analisados, a maioria foi do sexo masculino (n=30 pacientes; 54.6%), idade média de 60.2±17.8 anos, submetida à enterectomia única (n=45; 81.8%) e sendo o principal fator causal foi isquemia vascular mesentérica (n=17). A descrição do segmento intestinal resseccionado não foi realizada para 31 pacientes (56.4%). A descrição do comprimento de intestino delgado resseccionado foi realizada em dez pacientes exclusivamente pela equipe de patologia. Pacientes com descrição do comprimento intestinal remanescente (n=10), foram classificados com síndrome do intestino curto (n=9) ou insuficiência intestinal (n=4). A avaliação do estado nutricional foi realizada para 33 pacientes (60%), sendo utilizados 1,7±0,7 métodos diferentes de forma associada. A avaliação do estado nutricional identificou desnutrição (n=15, 68.2% dos avaliados) de forma significativa. Para os nove pacientes com diagnóstico de Síndrome do Intestino Curto, três (75%) receberam como primeira prescrição dietética a nutrição parenteral e um recebeu nutrição enteral polimérica (25%). A dieta via oral exclusiva foi ministrada para pacientes desnutridos enterectomizados. Vinte e oito pacientes (50,1% da amostra) receberam ministração de dieta após a realização de enterectomias, 23 pacientes (41,8%) permaneceram em jejum em média por 3,2 dias no período pós-operatório e quatro pacientes (7,3%) foram à óbito no pós-operatório imediato. A sepse e choque séptico foram a principal causa de óbito (n=30). O período médio transcorrido desde a última ou única enterectomia até o óbito foi de 76,5 ± 194,4 dias. CONCLUSÃO: A não descrição dos segmentos intestinais resseccionados e remanescentes foi frequente e pode ter contribuído para desenvolvimento / agravamento de desnutrição entre pacientes submetidos à enterectomia, que evoluíram à óbito.
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