Este trabalho tem como objetivo traçr um quadro da inserção das mulheres no sistema científico, tecnológico e de inovação no Brsil. Supóe que, a despeito do crescimento expressivo e mulheres com nível universitário, a participação feminina na produção do conhecimento e no ensino relacionados ao campo da tecnologia e da inovação ainda está aquém da presença feminina na Universidade. Conclui que há um crescente número de mulheres profissionais engajadas em atividades científicas e que este contingente de pesquisadores avança na direção da maior qualificação profissional, embora,por razões históricas, permaneça menor a presença feminina em áreas tradicionalmente ocupadas por homens, especialmente nos setores das engenharias e na pesquisa tecnológica aplicada.Palavras-chave: gênero, sistema científico; mercado de trabalho.
Resumo O artigo discute a ação de vários grupos políticos que se envolveram com a questão do trabalho feminino - os grupos feministas, os políticos católicos e os integrantes do governo Vargas. Toma por hipótese que a integração da mulher no mercado de trabalho deve ser examinada concomitantemente à ideia de família, uma vez que, historicamente, assim os dois assuntos foram tratados. A construção das diferenças de gênero, no Brasil, expressou-se na legislação do trabalho feminino, que tomou a ordem pública e a ordem privada como indissociáveis.
Este ensaio explora a imagem dos senhores de engenho devedores construída na historiografia e entre contemporâneos. Construiu-se a imagem de senhores maus pagadores, que se beneficiam de sua influência política para se evadir das cobranças de seus credores. O ensaio retoma essa discussão a partir das críticas que letrados moradores da Bahia fazem às práticas dos comerciantes e ao comportamento dos produtores de açúcar. O estudo desenvolve a ideia de que o endividamento crônico dos produtores de açúcar é fruto das práticas mercantis, decorre da economia sustentada no trabalho escravo e é alimentada pela necessidade de reproduzir a proeminência política dos produtores de açúcar. A despeito disso, não se concebe que os credores tomem a terra dos devedores. O eixo condutor da discussão é a noção histórica de direitos de propriedade.
Os estudos de gênero consideram a atuação de mulheres na esfera privada como parte do mund público. Desse modo, temas como família, educação e sexualidade recebem a maior ênfase. Este ensaio explora várias manifestações femininas que buscaram intergerir no meio social e mudar o papel das mulheres na vida fora do lar. Deparamo-nos com a diversidade dos discursos e estratégias políticas que revelam a riqueza de caminhos assumidos por correntes do pensamento político feminino. Embora nem sempre as difrenças transpareçam de modo claro, encontramos, no uso da linguagem , a escolha da pauta política e na atitude das mulheres selecionadas, indicativos da existência de formas plurais de participação política.Palavras-chave: gênero; participação política
Este ensaio examina as restrições legais impostas a mulheres casadas, vigentes no Brasil na maior parte do século XX.1 Essas restrições impediam uma mulher de aceitar herança ou de ter atividade profissional sem a autorização formal de seu marido, o qual podia, a qualquer momento, suprimir sua aprovação.Examinam-se duas questões: quais escolhas políticas levam a mudanças institucionais, e quais restringem tais transformações? Qual estratégia política mostrou-se mais adequada para promover reformas legais: se a abordagem das feministas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (doravante FBPB) nos anos 1930, baseada na idéia de suprimir todas as restrições aos direitos civis femininos em uma só peça legislativa, ou o caminho de reformas moderado e gradual escolhido por políticos nos anos 1950?Pode-se, é claro, discutir o que se entende por adequação estratégica e isso deve levar em conta as alternativas disponíveis aos atores políticos no momento histórico em que viviam, além de suas expectativas quanto aos resultados. Mesmo com essa ressalva, pode-se aprender bastante com o exercício comparativo de duas formas de encaminhamento político de reformas de direitos civis.Para responder a essas indagações, examinam-se dois momentos políticos extremos. Inicialmente, o ensaio explora o papel desempenhado por parcela do movimento feminista na busca por mudanças na condição jurídica da mulher em geral, e da mulher casada em particular, ao longo dos anos 1930. Segue-se a análise da atuação de congressistas em prol de reformas da condição jurídica da mulher após o restabelecimento de instituições democráticas em 1945. Esses parlamentares se contrapunham a forças políticas conservadoras, e, apesar da forte oposição, uma importante lei foi aprovada em 1962. Por ela, foram suprimidos os poderes tutoriais dos maridos sobre mulheres no que diz respeito à atividade profissional, entre outras inovações e outras sutis perdas. 2 Há boas razões para investigar o longo caminho político que resultou na lei de 1962, denominada Estatuto Jurídico da Mulher Casada. Primeiro, as restrições impostas às mulheres não eram meramente simbólicas, uma vez que limitavam o fortalecimento político de escolarizadas mulheres de classe média e impediam trabalhadoras de efetivar seus direitos trabalhistas e sociais. Esses direitos foram concebidos para serem universais, mas eram, de fato, limitados, uma vez que as mulheres casadas não podiam se beneficiar plenamente deles. A segunda razão que justifica a escolha do objeto diz respeito ao conhecimento histórico propriamente dito. Até o momento, o debate histórico em torno de mudanças institucionais hesita entre o raciocínio estruturalista e o personalista. Na primeira forma de pensar, as mudanças institucionais são atribuídas a alterações mais amplas em curso na sociedade, como a urbanização e a industrialização. Já a segunda abordagem centra atenção no papel desempenhado por indivíduos na consecução de reformas legais e deriva da história política tradicional. 3 Ambos os modelos explicativos ...
Resumo O artigo busca recuperar o processo político que levou à decisão de excluir os trabalhadores domésticos do alcance de proteção da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), editada em 1943. O debate em torno da situação jurídica dessa vasta categoria, onde predominavam mulheres pobres e negras, teve início na Constituinte de 1933-34 e se arrastou por uma década, contando com a interferência de diversos atores políticos. Para as ativistas feministas ligadas à Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, o resultado da polêmica em torno da proteção do trabalho doméstico foi uma das muitas derrotas colhidas no Estado Novo, muito embora a defesa desta categoria não tivesse sido uma prioridade entre essas ativistas. A resultante do confronto de opiniões sobre o assunto guiou as políticas públicas para a categoria nas décadas seguintes à queda de Vargas.
Sumário: 1. Introdução; 2. As grandes questões históricas; 3. A empresa; 4. A metodologia empregada; 5. O perfil dos trabalhadores; 6. Conclusões.Palavras-chave: mercado de trabalho; imigração portuguesa; raça.Código JEL: N360.Este artigo analisa as oportunidades de trabalho e os níveis de remuneração oferecidos a trabalhadores brancos e negros em uma grande indústria carioca: a Companhia Cervejaria Brahma. Tratase de um estudo de caso que busca respostas para um conjunto de questões sobre a absorção da mão-de-obra negra e imigrante no mercado de trabalho da indústria do antigo Distrito Federal. Com esse fio ordenador, o artigo está estruturado da seguinte forma: em primeiro lugar, são arroladas questões recorrentes na historiografia brasileira acerca do mercado de trabalho industrial e da imigração estrangeira na Primeira República; em segundo lugar, faz-se uma breve síntese da trajetória da cervejaria Brahma, desde a sua fundação até os anos 1930; em terceiro, a metodologia de tratamento dos arquivos da empresaé explicitada para então, em quarto lugar, elaborar-se uma análise do perfil de seus trabalhadores, empregando-se os indicadores de nacionalidade, de cor da pele, de instrução, de tipo de ocupações e de rendimentos. Finalmente, analisaram-se esses indicadores com o propósito de identificar possíveis discriminações de raça ou nacionalidade dos trabalhadores. Um resultado inesperado foi a existência de discriminação contra brasileiros, mas não contra afro-descendentes in se.
This article argues that advancements in women’s rights in the Inter-American diplomatic system after WWII did not solely follow women activists’ interests but resulted from the male-dominated multilateral relations in the region too. In support of these negotiations, the new political vocabulary of Human Rights emerging from the re-configuration of the world affairs was instrumental for the advancement of institutional reforms related to women’s rights in Latin America, especially voting rights. Contrary to existing literature on the subject, this article delves into the process of constructing this new vocabulary, instead of examining its final forms only. It uses archival sources from Brazil to offer another point of view of the making of the rhetoric of human rights and its uses in Inter-American relations in the after-war.
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