Este trabalho constrói-se na experiência de campo do projeto cultural Memórias da Cidade-ecos, realizado durante o ano de 2007 (em Londrina-PR), sob minha coordenação e sobre o qual desdobro minha pesquisa. Ecos se expressam em álbuns de memórias compostos artesanalmente, agregando saberes em linguagens visuais e escritas, onde fotografias pessoais e familiares de épocas diversas figuram narrativas e perenizam-se em vídeos. O debate metodológico busca observar a composição de narrativas de memória em relação com a utilização de fotografias durante entrevistas de história oral. Perspectivas do olhar, momentos em que lembranças ganham espaço e significados no presente, encontram pertencimento na memória coletiva, relacionam-se com a história, expressam-se nas imagens ou a partir delas.
À procura de uma navegação pelas sensibilidades na escrita da história, trago diálogos com a literatura de memória, para uma reflexão metodológica sobre abordagens de fontes orais. Composições motivadas pelo cruzamento entre narrativas e fotografias. Palavras-chave: narrativa, memória, fotografia, História Oral.
Neste espaço, propomo-nos a discutir a experiência do projeto audiovisual "Grãos de ouro em sais de prata", em que realizamos documentários a partir das imagens fotográficas produzidas pelas lentes de armínio Kaiser. as imagens registram o período de 1957 a 1970, quando Kaiser atuou como técnico do instituto Brasileiro do Café, lotado no estado do Paraná. Desde 2007, desenvolvemos pesquisas fotográficas com o riquíssimo acervo do autor, até então inédito. inicialmente, realizamos a higienização, a organização e a digitalização para a salvaguarda dos originais, e ações de difusão das imagens através de publicações. o contato com o fotógrafo e as informações de seus registros fotográficos sobre a cafeicultura inspirou, em 2008, uma pesquisa audiovisual junto a trabalhadores e ex-trabalhadores do café, a fim de registrar quais narrativas seriam construídas em torno das fotografias de armínio Kaiser. Questionávamos: que segredos estariam latentes nas fotografias de armínio Kaiser? Quais memórias elas conteriam? Que sonhos elas teriam sonhado a respeito de seus futuros, como sugere Mauricio lissovsky
36Instantâneos intangíveis: de uma ação cultural sobre memórias compartilhadas por pessoas idosas.Tati Lourenço da Costa * ResumoComo reflexão a respeito da ação cultural como campo do historiador e dos processos relacionais que se colocam para o historiador em campo, este texto empreende um percurso de olhar sobre uma experiência de pesquisa, registro e difusão do patrimônio intangível representado pela memória de pessoas idosas.Oficinas culturais de composição de álbuns de memórias, a partir de fotografias pessoais, onde se expressam narrativas de mulheres que viveram parte de sua vida em ambiente rural e, em certo momento de sua trajetória, experienciaram uma transição rural-urbana no século 20. Convite para compartilhar instantâneos intangíveis. Palavras-chave: Patrimônio intangível. Fotografia. Memória. Intangible instantaneous: from a cultural action about shared elderly memories. Abstract This text describes a research experience about the registration and diffusion of intangible heritage represented by memories of elderly, approaching the historian's work as a cultural action. Workshops to compose memory albums, starting from personal photographs, in order to propitiate an environment where women can share their narratives about living in the countryside and about the transition from rural to urban life in the twentieth century. It's an invitation to share intangible instantaneous. Daniel Choma. Acervo do projeto cultural Memórias da Cidade -ecos. Londrina, PR, 2007. Cabe dizer que a colaboradora concorda e autoriza a referência a seu nome verdadeiro. Dada a profunda identificação do álbum com sua autora, não seria possível, na medida de minha análise, ocultar as recorrentes referências identitárias, que a capa e outras páginas do álbum atestam.Sem dúvida, qualquer história pode ser contada de mil maneiras.Beatriz Sarlo (2005, p.150) Fazer história se aparenta como transitar no movimento de um caleidoscópio, onde fragmentos momentâneos das fontes se dão a ver em imagens e em seus reflexos, num jogo de espelhos. O real se faz composto por fragmentos tangíveis, mas também em tantas mais representações imagéticas. Nestes caleidoscópios suspensos momentaneamente podem ser congeladas certas imagens, instantâneas como fotografias, recortadas, indiciárias.Destes aparentemente e sutilmente fixos instantes pode-se escavar camadas mergulhando em profundidade, como em palimpsestos. Momento em que imagens fixas retornam ao movimento na formação de imagens mentais, compostas por lembranças fragmentárias e por lacunas de esquecimento preenchidas com expectativas.
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