As regiões Sul e Sudeste do país são as que vêm sendo mais afetadas pela ocorrência de eventos climáticos extremos, como tempestades e vendavais. Tais ocorrências provocam prejuízos severos, incluindo queda de árvores. O objetivo desta pesquisa foi realizar o diagnóstico da arborização danificada no campus da Universidade Federal de Viçosa após ocorrência de tempestade. A coleta de dados ocorreu em outubro de 2019, imediatamente após a ocorrência do evento climático. Foi realizada contagem, identificação botânica e avaliação do estado fitossanitário dos indivíduos danificados, bem como a determinação do grau de dano sofrido (leve, moderado, severo e irreversível), o local de ruptura e a medição de parâmetros dendrométricos daqueles indivíduos mais danificados. No total, 145 indivíduos que compõe a arborização apresentaram algum dano ocasionado pela tempestade, de 29 espécies, o que corresponde a 13% do total de indivíduos existentes no campus. A família com maior ocorrência de danos foi Bignoniaceae e as espécies mais afetadas foram Spathodea campanulata (29%), Tibouchina granulosa (22%) e Licania tomentosa (15%). A maioria apresentou ruptura nos galhos (61%), 23% na base ou tronco e 4% no ápice, compondo o total de 36% de ocorrências com dano irreversível. Cerca de 30% dos indivíduos apresentavam problemas fitossanitários e 70% corresponde a plantios em áreas de calçadas, o que permite associar o maior risco de queda às árvores em locais com menor área de canteiro, espaço disponível para o desenvolvimento das raízes e área disponível para crescimento.
A vegetação presente nos ambientes urbanos atua como um importante indicador da qualidade ambiental e tem sido cada vez mais estudada, tanto em níveis técnicos como científicos, no entanto, o mau planejamento e a falta de técnicas efetivas para avaliação do risco de queda, tem levado à muitos problemas relacionados a gestão da floresta urbana. O objetivo geral do estudo foi aprimorar o diagnóstico da avaliação de risco de queda de árvores urbanas, por meio de diferentes metodologias, para compreender as diferenças e limitações dos parâmetros aplicados nesta atividade. Foram analisados todos indivíduos de Spathodea campanulata situados no campus da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, Minas Gerais. As árvores foram avaliadas de forma visual um ano antes da ocorrência de uma tempestade severa que derrubou muitas delas. Os 28 parâmetros utilizados para a inspeção foram relacionados ao dano sofrido nessa ocasião. Posteriormente, cinco metodologias de análise visual (I, II, III, IV e V) de risco foram aplicadas em 43 indivíduos remanescentes, sendo a classificação final de risco e o tempo gasto para análise objetos de comparação. Além disso, foram realizadas análises com tomogramas de resistência elétrica e sônico para conhecimento da condição interna desses indivíduos e comparação entre os diferentes equipamentos. Ambas as análises, visuais e tomogramas, foram associadas aos cortes de troncos de 30 indivíduos suprimidos. Os parâmetros que mais apresentaram correlação com o dano das árvores que falharam na tempestade foram: marcas de poda, galhos interferindo na rede, folhagem rala, galhos esguios, danos e lesões de casca no tronco, espaço ou área livre, neiloide, fungos e lesões na base. Por meio de análise estatística, três parâmetros se destacaram: galhos interferindo na rede, folhagem rala e a ausência de neiloide. Na comparação entre as metodologias, constatou-se que 41,8% das árvores remanescentes foram incluídas na classe de maior risco de queda e que as metodologias I e II foram as que mais diferiram entre si. Além disso, a metodologia V foi a de mais rápida aplicação e I a mais demorada. A análise com os tomógrafos evidenciou as condições reais encontradas nos cortes após a supressão, sendo que nenhum indivíduo em condições normais foi evidenciado de forma distinta pelos tomogramas. Daqueles que apresentaram defeitos, houve diferença que pode ser atribuída a dificuldade de interpretação de árvores com presença de rachadura em estágio inicial. Já nas análises visuais, não foi possível definir uma metodologia que refletisse maior associação aos problemas evidenciados no corte. Nove parâmetros presentes nos formulários de análise visual foram mais comuns nas árvores com algum tipo de dano (folhagem rala, ocos nos galhos, pragas, rachaduras (raízes e colo), ninhos e colmeias na base, apodrecimento do cerne, brotação epicórmica no tronco, inclinação do tronco, e exsudação de seiva pelo tronco), entre os quais três foram avaliados por ambas as metodologias (folhagem rala, ocos nos galhos e inclinação). Os tomógrafos são capazes de orientar a avaliação do risco de queda de árvores urbanas, mas não excluem análises visuais, bem como a experiência e conhecimento do avaliador. Palavras-chave: Potencial de falha. Floresta urbana. Inspeção visual. Tomografia. Planejamento urbano.
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