Resumo O conceito de espoliação urbana foi formulado nos anos 1970, para explicar as péssimas condições de vida a que estava submetido o trabalhador com baixos salários na industrialização em São Paulo. Nas décadas seguintes, a produção imobiliária ganhou centralidade econômica, gerando crescente valorização nesse setor. Esse processo, somado à condição de renda, impede o acesso à moradia pelos pobres e evidencia as contradições inerentes à propriedade privada como solução habitacional. A partir de observações sobre uma ocupação periférica recente e outra na região central, busca-se refletir sobre novas espoliações urbanas, identificando estratégias de luta pelo direito à moradia. Conclui-se que as ocupações coletivas têm potencial de contestar a propriedade privada, e as desigualdades, porém, não estão livres das contradições por elas engendradas.
Apresenta-se uma experiência de formação popular em planejamento territorial que partiu do pressuposto que grande parte da população, sobretudo aquela de menor renda, não está familiarizada com a discussão teórico-conceitual sobre a desigualdade no acesso à cidade. O processo de formação foi parte de um projeto de extensão que teve como objetivo trazer o debate sobre a formação das cidades brasileiras e os processos que levam à segregação socioespacial, com a finalidade de relacionar o contexto histórico aos desafios associados à conquista do direito à cidade e à moradia para todos. Além disso, buscou-se durante o projeto a formação de multiplicadores populares de modo que os participantes se tornassem protagonistas do processo de formação em seus bairros ou espaços populares. Foi uma dinâmica de formação amparada em conceitos de Paulo Freire para a formação popular, o texto visa trazer uma reflexão crítica sobre os avanços e dificuldades encontradas nesse processo formativo, com a expectativa de que o relato possa contribuir para o aperfeiçoamento de atividades com objetivos convergentes que venham a ser desenvolvidas.
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