O sistema de drenagem de bacias hidrográficas urbanas tem sido negligenciado como dimensão do saneamento básico na Amazônia. Apesar de sua notável relevância sanitária, é frequentemente correlacionado com a potencialização de alagamentos, podendo agravar vários indicadores sanitários, ambientais e de saúde pública, especialmente na região do estuário amazônico, quando eventos climáticos extremos de precipitação ocorrem em consonância com elevações máximas das marés. O objetivo da pesquisa é quantificar o risco preliminar de alagamento de setores urbanizados das duas principais cidades do Estado do Amapá, Macapá e Santana. Especificamente, delinear cenários atuais e futuros para gerar subsídios ao planejamento dos sistemas de drenagem urbana e gestão das águas pluviais. Os procedimentos metodológicos foram os seguintes: a) coleta de dados na Coordenadoria Estadual e Municipal de Defesa Civil de Macapá e Santana (CEDEC); b) processamento dos dados, revisão da literatura, definição preliminar de risco e confecção de mapas temáticos utilizando o Sistema de Informação Geográfica QGIS; c) visita de campo para aferição in loco, identificação de impactos secundários em período chuvoso e validação dos dados geográficos disponibilizados pela CEDEC. Os principais resultados foram: mapeamento das zonas de risco preliminar em 28 setores de Macapá, com a seguinte classificação: 4 (14.29%) de baixo, 7 (25.0%) de médio e 17 (60.71%) de alto risco de alagamento. Em Santana foram mapeados 6 setores: 2 (33.33%) de médio e 4 (66.67%) de alto risco de alagamento. Conclui-se que o risco preliminar de alagamento em período chuvoso, associado com aglomerados subnormais no entorno de “áreas de ressaca”, é potencializado pelas elevações de marés de sizígia do rio Amazonas, apresentando similaridades em ambas as cidades frente aos problemas de gestão das águas pluviais. Os mapas de riscos preliminares apresentados podem ser extremamente úteis para políticas públicas e planejamento urbano, pois favorece a análise de contingenciamento e ordenamento territorial.
Macapá-AP é uma das capitais brasileiras que detém um dos piores indicadores de qualidade no sistema de esgotamento sanitário (SES). Além disso, há uma profunda escassez de estudos que tratem especificamente de correlacionar indicadores sanitários e ambientais com os de saúde pública, como o número de casos de diarreia (NOCD) nas cidades da Amazônia. Neste contexto, o objetivo da presente pesquisa foi correlacionar estatisticamente NOCD com alguns índices e sub índices de salubridade ambiental (ISA), entre outras variáveis ambientais na cidade de Macapá/Amapá/Brasil, considerando diferentes períodos sazonais. A metodologia de investigação seguiu três etapas: 1) quantificação de NOCD, categorizadas em dois períodos sazonais, o seco e o chuvoso, entre 2017 e 2018; 2) quantificação de variáveis sanitárias e ambientais disponíveis na literatura, tais como ISA, qualidade microbiológica da água de poços subterrâneos, condições sanitárias e ambientais, presença/ausência de redes de esgoto nos bairros (RE) e outras; 3) uso de sistema de informação (SIG) e análise estatística multivariada para correlacionar NOCD com as variáveis independentes. Os resultados, disponibilizados em forma de mapas espaço-sazonais e tabelas estatísticas, mostraram correlações significativas entre NOCD e as variáveis independentes, com significância para ISA (e sub índices) e RE (p<0,05), independentemente do período sazonal. Sazonalmente, observaram-se oscilações características significativas de NOCD. Concluiu-se que, paradoxalmente, NOCD se correlaciona negativamente com ISA e RE. Portanto, rejeita-se a hipótese de que a existência de RE aumentaria ISA e reduziria NOCD em Macapá. Desta forma, percebeu-se um efeito contrário, sugerindo estatisticamente a obsolescência do SES.
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