RESUMONeste artigo temos por objetivo tecer algumas considerações metodológicas necessárias aos estudos e pesquisas de campo, realizados em comunidades ribeirinhas amazônicas, a partir da Psicologia Social. Fruto de nosso contato e experiência com povos e comunidades tradicionais desta região do país, este estudo enfatiza quais as condições mínimas para que uma pesquisa nessas localidades seja possível. Também argumentamos a respeito do trabalho de campo, que exige uma atitude científica de reconhecimento da não neutralidade e do compromisso ético e político do ato de pesquisar. Abordamos ainda algumas diretrizes mais específicas e importantes para que o psicólogo social possa guiar-se em pesquisas com comunidades ribeirinhas amazônicas. Por fim, trazemos algumas sugestões de técnicas e instrumentos pertinentes às investigações realizadas nessas localidades.Palavras-chave: comunidades ribeirinhas amazônicas; metodologia; psicologia social. ABSTRACTThe aim of this article is to bring some methodological considerations necessary to studies and field researches conducted in Amazonian riverine communities, from Social Psychology. As a result of our contact and experience with indigenous communities of this region of the country, we intend to emphasize what are the minimum conditions that make possible searches in these places. We argue about the field research, which requires a scientific attitude of recognition of the non-neutrality and of the ethical and political commitment of the act of researching. We discuss also about some important and specific guidelines, by which the social psychologist may conduce a research in Amazonian riverine communities. Finally, we present some suggestions for techniques and instruments relevant to investigations in these locations.Keywords: Amazonian riverine communities; methodology; social psychology.Se por um lado a biodiversidade da Amazônia ainda não é plenamente conhecida, sua sociodiversidade continua exigindo estudos que compreendam como é a vida dos distintos grupos sociais que habitam a região de forma holística. No entanto, realizar pesquisas com populações que vivem no interior da Amazônia é uma tarefa que exige do pesquisador um desprendimento incomum. Por se tratar de uma região de dimensões continentais, torna-se ardiloso empreender investigações em localidades distantes dos centros urbanos. Além das dificuldades de acesso e a quase impossibilidade de comunicação, a própria natureza amazônica exige uma série de cuidados, que os pesquisadores devem atentar para não colocarem a saúde e a vida em risco. As distâncias extensas, as intempéries ambientais e subsequentes custeios estratosféricos de deslocamento e acomodação são elementos que exigem motivação e modo de agir para além do habitual fazer científico.Além desses aspectos, o pesquisador está frente a frente com uma cultura bastante peculiar, cujos códigos podem não ser facilmente apreensíveis e compreensíveis. Embrenhar-se nessa realidade é enfrentar um longo caminho antes de propriamente iniciar a pesquisa seguin...
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