RESUMO No arquivo pessoal de Jessy Cherem (1929-2014), dois documentos chamam atenção: são velhas cartas enviadas de uma ex-aluna à professora catarinense, guardadas por mais de cinquenta anos. Ao investigar o caminho percorrido por essas missivas, foi possível localizá-las em seu retorno e destino final, com sua autora. Enviadas por uma estudante seus conteúdos demonstram a presença significativa de uma professora deixando marcas além da sala de aula. Esses rastros documentais aqui reconhecidos como portadores de memórias, pois testemunham histórias que possibilitam realizar aproximações, com momentos vividos, contextos políticos, sensibilidades e cenários educacionais, contribuindo assim com novos aspectos para a História da Educação.
O presente artigo é fruto de discussões em conjunto, gestadas a partir do encontro de duas pesquisas de doutorado que tratam das trajetórias de uma mulher e de um homem, Jessy Cherem e Carlos Humberto Pederneiras Corrêa. Esses personagens tiveram atuações de certa forma distintas, mas seguiram por trajetos profissionais que se cruzaram em um local específico: o Museu Histórico de Santa Catarina – MHSC. A partir de um arcabouço diversificado de fontes e lançando mão da ideia de "redes de sociabilidade”, o artigo explora os caminhos percorridos por eles e observa que essas trajetórias individuais se inserem em redes de sociabilidades pertencentes a uma elite política atuante em Santa Catarina, ainda, que ambos participavam de projetos políticos e culturais mais abrangentes a essas redes, aqui exemplificados pelo processo de implantação do MHSC.
Esta pesquisa procura contribuir com os estudos que articulam a temática educação, gênero e ensino de Geografia, com a finalidade de compreender o papel do livro didático na construção da desigualdade de gênero. O estudo trata das representações imagéticas da mulher disseminadas nos livros didáticos de Geografia do Ensino Médio. Para esta pesquisa escolhemos como objeto de estudo o livro didático de Geografia intitulado Conexões (vol. 1, 2 e 3) da Editora Moderna, que tem como autoras/es: Lygia Terra, Regina Araújo e Raul Borges Guimarães, distribuído no ano de 2010 nas escolas da rede pública estadual da cidade de Criciúma (SC/Brasil). As imagens analisadas reforçam a divisão sexual do trabalho, no qual as mulheres aparecem executando tarefas repetitivas, que exigem paciência e habilidades manuais, consideradas tradicionalmente tarefas femininas.
A escola agora é outra: o Programa de Assistência Brasileiro Americana ao Ensino Elementar -PABAEE (1956 a 1964) 536Susane da Costa Waschinewski -Giani Rabelo Santa Maria | v. 42 | n. 3 | p. 535-554 | set./dez. 2017 | educação IntroduçãoNos primeiros passos dados na realização do projeto de pesquisa Desenvolvimento, Educação e Planejamento em Santa Catarina (1955-2010 1 foram surgindo inúmeras questões, entre elas o interesse em saber como as políticas desenvolvimentistas e de modernização incidiram sobre o processo educacional brasileiro. Nos primeiros levantamentos de documentos, chamou nossa atenção o discurso de cunho nacional desenvolvimentista, no tocante à necessidade de formar da mão de obra qualificada, à expansão do ensino, aos investimentos na educação e à formação de professores/as, bem como os acordos políticos e financeiros com o capital estrangeiro, principalmente com o governo dos Estados Unidos.Ao pesquisarmos algumas campanhas e convênios educacionais realizados pelo governo brasileiro no início dos anos de 1950 e 1960 foi possível identificar várias iniciativas governamentais, entre elas o Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar (PABAEE).Importante destacar que nas referidas décadas, o viés desenvolvimentista se expressava no contexto político, econômico e cultural pelos ideais de modernização, já praticadas no governo de Getúlio Vargas (1930-1945 e de Juscelino Kubitschek (1956 a 1961) com uma nova roupagem.Em relação ao cenário nacional, após a eleição de Juscelino Kubitschek, em 1956, o então presidente lança seu plano de governo chamado de Programa de Metas, que almejava vastos investimentos nos setores de energia, transportes, alimentação, indústrias de base e incentivo à indústria automobilística. School now is another: the Program of American Brazilian Assistance toElementary Education -PABAEE (1956 a 1964 This is the most complete version of the Brazilian-American Assistance to Elementary Education program (PABAEE), in order to highlight the program and the educational discourses that have involved the same. The research has as temporal cut of the years of 1956 to 1964, period of validity of the agreement between Brazil and the United States. There is no government of Juscelino Kubitschek (1956Kubitschek ( to 1961, when the country was taken over by the national developmentalist discourse, based on a policy that preached and stimulated economic growth. This policy sought to reshape various sectors and their functions, and education is yours. The film The School is now more than just presented PABAEE as a solution of the problems for Brazilian education, seeking to strengthen the role for the academy, as well as the labeling of processes of modernization and centrality of the teacher's work, but pointed to the need for a new school, raw materials, adequate school items, showing that the current school was late and unattractive. In addition, she blamed a primary teacher for low educational rates 537A escola agora é outra: o programa de assistência brasileiro a...
Tomando como ponto de partida a Lei nº 18.226 de 2021, que inclui a História das Mulheres do Campo e da Cidade no currículo escolar da educação básica em Santa Catarina, o presente artigo discorre sobre os momentos iniciais de pesquisa que tem como objetivo mapear a presença de mulheres como titulares de arquivos abrigados em diferentes instituições de memória em Santa Catarina. O arcabouço teórico-metodológico da pesquisa está apoiado em debates que relacionam memória e história, arquivo, arquivos pessoais, escrita da história e história das mulheres. Com base na divisão regional do estado, a pesquisa iniciou com contatos por meio virtual com essas instituições e posterior organização dos dados em planilhas. Levando em conta as poucas respostas recebidas, percebeu-se, além de uma dificuldade de entendimento acerca do que seria exatamente o objeto da pesquisa, que a presença das mulheres como protagonistas ainda é bastante tímida nesses espaços institucionais.
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