ResumoA umbanda, enquanto manifestação religiosa, expressa toda a dinâmica cultural brasileira, harmonizando a contribuição das culturas indígenas, africanas e portuguesa. Ela explica por meio da relação existente entre poder, marginalidade social e possessão em seu universo simbólico, a formação de um Brasil imaginário, numa espécie de continuidade com o plano social do Brasil real. Caracterizadas como possuidoras de atitudes, hábitos e modalidades de comportamento estabelecidas a partir do pertencimento a categorias sociais marginalizadas, as entidades "brasileiras" da umbanda, enquanto representações coletivas, constituem fatores sociais projetados e vividos pelos seus médiuns e fiéis religiosos. Na unidade de construção das figuras míticas e no entendimento de suas narrativas se superpõem as diversidades indicadoras de sentimentos, aspirações e atitudes individuais de suas experiências sociais, revelando o sentimento comum e individualizado que os indivíduos possuem da sociedade. No plano ideológico, essas "entidades" são codificadas, conceituadas e hierarquizadas dentro de um universo cósmico como projeção do universo social. A própria hierarquia destes espíritos corresponde à estratificação hierárquica das classes sociais. A noção de evolução espiritual passa a ser adequada ao conceito de evolução social preconizada pela sociedade mais ampla.
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