INTRODUÇÃO: Há controvérsias se drogas antiepilépticas (DAEs) genéricas são intercambiáveis com as de referência, assim como com as similares com respeito a eficácia e efeitos adversos. Este fato é de fundamental importância e ainda mais relevante em países em desenvolvimento com limitações orçamentárias na área de saúde. MÉTODOS: Após aprovação de Comitê de Ética a Associação Brasileira de Epilepsia aplicou um questionário a pessoas com epilepsia (PCE) com 18 questões de múltipla escolha: quatro relacionadas a dados sócio-demográficos e 14 sobre o conhecimento das formulações de DAEs (de referência, genéricas e similares) e da evidência de mudanças clínicas durante a troca (Teste exato de Fisher, significância 05%). RESULTADOS: 731 PCE de seis Hospitais do Sistema Público participaram, sendo que 91% eram de classes sócio-econômicas média e baixas; das PCE maiores de 18 anos, 24,4% tinha menos de 4 anos de escolaridade, 24,4% entre 5 a 8, 45,6 % tinha pelo menos 9 anos de estudo; 63% recebia mais de uma DAE (53,3% carbamazepina, 26,3% valproato de sódio); 58,1% obtinha as DAEs de órgãos públicos e 21,2% somente em farmácias privadas. Das 731 PCE consultadas, 60,6% não conhecia as diferentes formulações de DAEs (PCE com maior escolarização responderam mais corretamente, p<0.001); somente 36% sabia que a primeira DAE é a referência (maior escolarização, p<0.001); e 10% considerou genéricos "medicações oficiais do governo". Após serem instruídos sobre as formulações de DAEs, 24,7% não sabia que genéricos são mais baratos do que as medicações de referência, 32,5% considerou sua qualidade pior e somente 30% sabia os detalhes de sua embalagem (classes de maior renda, p=0.004). Durante o último ano, 25,6% receberam diferentes formulações de DAEs (especialmente carbamazepina e valproato de sódio) e 14,5% (especialmente com menor escolarização, p<0.001) referiram crises adicionais após a troca (carbamazepina, valproato de sódio e lamotrigina) e 12,2%, aumento de eventos adversos (carbamazepina, valproato de sódio e topiramato). CONCLUSÕES: O conhecimento de diferentes formulações foi pequena entre as PCE entrevistadas, e o recebimento de diferentes formulações de DAEs foi freqüente. Foi referido aparecimento de crises por 14,5% dos pacientes, principalmente naqueles de menor escolaridade, e ainda, aumento de efeitos adversos por ocasião das trocas (por 12,2%). Este fato deve alertar especialistas, sobretudo em países em desenvolvimento que DAEs devem ser consideradas um grupo especial em relação a políticas públicas de medicações genéricas e similares.
INTRODUCTION: The aim of this study is to evaluate trough questionnaires the knowledge about epilepsy of Elementary School teachers obtained in the "Promising Strategies Program 2008" from International Bureau for Epilepsy entitled "Epilepsy at School. Teaching the Teachers." performed by the official Brazilian branch "Associação Brasileira de Epilepsia" (ABE). METHODS: A questionnaire was developed by ABE and it is composed by 35 objective questions concerning the following areas: concepts and definition of epilepsy and its causes (10); treatment and adverse effects of antiepileptic medication (10); popular stigma about epilepsy (5); activities of people with epilepsy (PWE) (5); and finally, first-aid during and after an epileptic seizure (5). The questionnaire was presented in phase (ph) 1 to teachers before the lecture "Epilepsy: Causes, symptoms and treatment" given by a health professional from ABE trough classical live class (CC) or by video-conference (VC) on "Rede do Saber's site" (http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/NotíciasConteúdo/tabid/369/language/pt-BR/IDNoticia/851/Default.aspx) and afterwards in ph 2. The results were compared to a control group of 66 teachers that did not attend any lecture. RESULTS: Classical class was given in four different cities of Brazil and VC was performed in the state of Sao Paulo and was transmitted to 74 different cities, including Sao Paulo city, this latter with 12 sites; 1,153 teachers were instructed either by CC 25% (288) or VC 75% (865). Most (78.5%) were female, aged between 18 to 68 years (mean 41.4); 76.6% attended University and 21.1%, graduate studies; 50% affirmed to know a PWE. The mean of right answers in ph 1 in CC was 78.4% (±10.1) and VC, 79.8% (±8.6) and in ph 2 in CC, 86.5% (±6.4) and VC, 86.8% (±7.1), reflecting increased knowledge in ph 2 (p<0.001) in the 2 strategies (control group: ph 1, 78.2%±7.4; ph 2, 79.6%±8.6; p>0.05). Comparison of variability of the combined action (CC+VC) between ph 1 (79.5%±8.6) and 2 (86.8%±6.8) was 9.9%±13.9 (p<0.001) (control group 2.3%±10.2; p<0.001, compared to CC+VC). The topics "popular stigma" and "first aid during seizures" had the lowest correct scores in ph 1 (CC+VC), 74.6% and 72.8%, respectively (control group 78.8±10.2 and 67.9±17.5). The highest gain (35.6%) in ph 2 was observed in "first aid" (control group 0.8±27.2, p<0.001) and the lowest (0.1%), in "popular stigma" (control group 1.7±26.4, p>0.05). There was a significant variation in the topic "first aid" in CC, 41.1% compared to VC, 33.3% (p=0.009). CONCLUSION: The educational plan of the "Associação Brasileira de Epilepsia" revealed good performance of the teachers of Elementary School without significant differences between the types of presentation (CC/VC), although CC was more efficient to teach first aid during epileptic seizures. The topic "Popular stigma about epilepsy knowledge" has not improved after the lectures and this subject still needs further research and efforts for better understanding and action planning.
RESUMOObjetivo: A Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) é uma sociedade sem fins lucrativos, que se estabeleceu como organização interessada em divulgar conhecimentos relativos às epilepsias e disposta a promover a melhora da qualidade de vida das pessoas com epilepsia. Este artigo visa descrever e documentar as atividades da ABE desde a sua fundação em 1987. Métodos: Revisão histórica das atividades da ABE. Resultados: A ABE é composta por pessoas com epilepsia, seus familiares, médicos, neurocientistas e outros profissionais da área de saúde. A ABE foi fundada pelo prof.
RESUMONo último dia 9 de setembro foi comemorado o Dia Latino-Americano de Epilepsia. A Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) organizou um evento na Assembléia Legislativa de São Paulo por ocasião da data. Neste artigo, nós reportamos o conteúdo das palestras apresentadas durante o evento e revisamos a história da origem do Dia Latino-Americano de Epilepsia. O Dia Latino-Americano de Epilepsia foi instituído no ano de 2000, durante o I Congresso Latino-Americano de Epilepsia, em Santiago do Chile. O evento era emblemático para a América Latina, pois, pela primeira vez, a International League against Epilepsy organizava nesta parte do mundo, unindo povos de países em desenvolvimento de origem ibérica, um Congresso de Epilepsia. Coube ao Chile a primazia de organizá-lo, uma vez que a Liga Chilena de Epilepsia era àquela época e ainda é nos dias de hoje, uma organização exemplar, na qual deveríamos todos nos espelhar e reproduzir suas melhores iniciativas. Na proposta de instituição do Dia Latino-Americano de Epilepsia, o objetivo era difundir toda a informação disponível sobre a epilepsia através dos meios de comunicação, contribuindo para incrementar a consciência social sobre a epilepsia. Na virada do século XXI, discutia-se o desafio de se criar as condições para que as pessoas com epilepsia pudessem participar da sociedade em sua plenitude. Passados dez anos, os desafios permanecem os mesmos, e na comemoração do Dia Latino-Americano de Epilepsia em 2010 esses aspectos devem voltar a ser discutidos.
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