INTRODUÇÃOAo longo dos últimos anos, a ocorrência de infecções fúngicas humanas vem apresentando um aumento expressivo, sendo as dermatomicoses as principais infecções responsáveis por esse aumento. Vários fatores estão relacionados ao crescimento dessas infecções fúngicas, entre eles: o melhor diagnóstico laboratorial e clínico, o aumento da sobrevida de pacientes com doenças imunossupressoras e o emprego de medicamentos imunossupressores, utilizados às vezes de forma abusiva, permitindo a instalação de microorganismos convencionalmente saprófitos (Sidrim et al., 1999).Os fungos responsáveis por essas infecções são fungos patógenos (Epidermophyton, Microsporum, Trichophyton, Paracoccidioides, Histoplasma) ou fungos patógenos oportunistas (Candida albicans, Cryptococcus neoformans). O tratamento das micoses humanas não é sempre efetivo, pois os fármacos antifúngicos disponíveis produzem recorrência ou causam resistência, além de apresentarem importante toxicidade. Por esta razão, há uma busca contínua de novos fármacos antifúngicos mais potentes, mas, sobretudo, mais seguros que os existentes. Além das infecções em humanos, os animais também podem ser atacados esporadicamente por fungos muito difíceis de serem combatidos. Além disso, as infecções fúngicas em plantas (espécies de Rhizoctonia, Phytophtora, Sclerotinia, Fusarium, Phomopsis, Colletotrichum, Diaphorte, Macrophomina, Cercospora) representam perdas incalculáveis para a produção agrícola (Zacchino, 2001).Neste contexto, embora a maioria dos antifúngicos existentes no mercado seja de origem sintética, o estudo de produtos naturais voltou a receber a atenção dos cientistas (Yunes, Filho, 2001). Entre as principais ferramentas
Para estas espécies foi realizada uma revisão bibliográfi ca, buscando estudos sobre sua constituição química e atividade farmacológica. Para todas as espécies foram encontrados dados químicos e para nove delas dados de atividade farmacológica. Foram encontrados estudos clínicos para quatro espécies e usos terapêuticos aprovados por organismos internacionais para três espécies. Efeitos adversos foram encontrados, na literatura, para cinco das dez espécies pesquisadas e para seis destas, o uso durante a gestação é desaconselhado.Unitermos: Etnobotânica, plantas medicinais, farmacologia.ABSTRACT: "Chemical and pharmacologic data on medicinal plants used by the community of the Ponta Grossa neighborhood, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil". The ten most important species among all plants used as medicinal by the residents and Communitary Agents of Health from the Family Health Offi ce of Ponta Grossa neighborhood, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil were selected. A bibliographical review for these species was accomplished, fi nding studies about the chemical constitution for all species and some pharmacologic activity for nine of them. Clinical studies for four species and therapeutic uses approved by international organisms for three species were found. It was verifi ed that according to the literature, adverse effects for fi ve of the ten researched species and for six of these the use is dissuaded during the gestation.Keywords: Ethnobotany, medicinal plants, pharmacology. INTRODUÇÃONo Brasil, a possibilidade de implementação da fi toterapia no sistema público de saúde vem sendo considerada desde 1988 (CIPLAN) e faz parte das diretrizes da I Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica (CNMAF, 2003). A partir de então, várias inicativas pontuais para estabelecer a fi toterapia na rede pública de sáude vêm ocorrendo, com destaque para o Programa de Fitoterapia do Ceará, alicerçado no Projeto Farmácias Vivas, idealizado pelo Prof. Francisco José de Abreu Matos (Matos et al., 2001). No entanto, para a maioria das plantas nativas não existem estudos científi cos e o uso no Brasil é baseado principalmente na tradicionalidade. A OMS reconhece a importância do uso tradicional, mas para a utilização de uma planta com fi nalidade terapêutica, em nível de saúde pública, é fundamental o estabelecimento de sua segurança, efi cácia e garantia de qualidade das preparações (Lapa et al., 2003; WHO, 2002;Rates, 2001). O uso inadequado destes recursos terapêuticos pode originar efeitos adversos retardados e/ou assintomáticos, interações medicamentosas ainda não estudadas e difi cilmente reconhecidas, além de retardar o diagnóstico e tratamento apropriado (Cañigueral; Vila, 2003;Rates, 2001). Nestes termos, o emprego no atendimento primário à saúde pode gerar um impacto social (Lapa et al., 2003), com aumento de gastos nos serviços públicos de saúde, visto que as plantas com maior volume de estudos científi cos que garantam efi cácia e segurança constituem matéria-prima importada, o que torna urgente a busca de inform...
The antidepressant-like effect of a supercritical CO2 (SCCO2) Valeriana glechomifolia extract enriched in valepotriates was investigated in a mice tail suspension test (TST) and forced swimming test (FST). The SCCO2 extract decreased mice immobility in the FST (0.5-20 mg/kg p.o.) and elicited a biphasic dose-response relationship in the TST (1-20 mg/kg p.o.) with no alterations in locomotor activity and motor coordination (assessed in the open-field and rota-rod tests, respectively). The anti-immobility effect of the SCCO2 extract (5 mg/kg, p.o.) was prevented by mice pre-treatment with yohimbine (1 mg/kg, i.p., an α2 adrenoceptor antagonist), SCH 23390 (15 μg/kg, s.c., D1 dopamine receptor antagonist) and sulpiride (50 mg/kg, i.p., D2 dopamine receptor antagonist). However, mice pre-treatments with prazosin (1 mg/kg, i.p., α1 adrenoceptor antagonist) and p-chlorophenilalanine methyl ester (4×100 mg/kg/day, i.p., a serotonin synthesis inhibitor) were not able to block the anti-immobility effect of the SCCO2 extract. Administration (p.o.) of the SCCO2 extract (0.25 mg/kg) and imipramine (10 mg/kg), desipramine (5 mg/kg) and bupropion (3 mg/kg) at sub-effective doses significantly reduced mice immobility time in the FST. These data provide the first evidence of the antidepressant-like activity of V. glechomifolia valepotriates, which is due to an interaction with dopaminergic and noradrenergic neurotransmission.
RESUMO: Neste trabalho é apresentada uma experiência no ensino de Farmacognosia, cuja base principal é o estudo dos aspectos farmacoterapêuticos de fitofármacos e fitoterápicos, visando o estabelecimento de seu uso racional. São apresentados dados sobre a comercialização e ações institucionais destinadas à normatização, padronização e utilização racional destes produtos no mundo, com propostas e condutas na prática farmacêutica para aquisição e dispensação adequada de fitoterápicos.Unitermos: Ensino; Farmacognosia; fitoterápicos; fitofármacos; uso racional.ABSTRACT: In this paper we present a pharmacognosy teaching experience which focuses mainly on the pharmacotherapeutic aspects of phytomedicines and drugs from natural sources aiming their rational use. World commercial data and institutional actions destined to provide normalization, standardization and rational use as well some propositions for the acquisition of these products and patient counseling are presented.Key words: Teaching; Pharmacognosy; phytomedicines; rational use. INTRODUÇÃOO termo Farmacognosia foi primeiramente empregado entre 1811 e 1815 e, etmologicamente, significa o conhecimento (gnose) dos fármacos ou venenos (pharmacon). Atualmente, é considerado como o estudo de matérias-primas e substâncias de origem biológica, ou seja, obtidas a partir de vegetais, animais ou por fermentação a partir de microorganismos, com finalidade terapêutica. É uma ciência aplicada, de caráter, necessariamente, multidisciplinar. Se nos restringirmos aqui, de forma arbitrária, ao estudo de drogas e substâncias de origem vegetal, a Farmacognosia envolve o estudo da identificação de drogas vegetais por caracteres morfológicos e anatômicos, o estudo de sua origem e formas de produção, controle da sua qualidade, composição química, elucidação estrutural e conhecimento das propriedades físico-químicas das substâncias ativas, bem como o estudo de suas propriedades farmacológicas e toxicológicas (BRUNETON, 1993).A Farmacognosia foi, e permanece sendo, indubitavelmente, uma disciplina fundamental para o desenvolvimento de fármacos, sendo obrigatória nos currículos dos Cursos de Farmácia do País. Os programas, em geral, focalizam os aspectos de identificação botânica, análise fitoquímica, controle de qualidade e ação farmacológica de drogas vegetais e substâncias ativas Revista Brasileira de Farmacognosia, V. 11, n. 2, p. 57-69, 2001.
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