RESUMO: O objetivo do presente trabalho foi descrever a estrutura domiciliar e a ocorrência de enteroparasitoses em uma comunidade quilombola do município de Diamantina, Minas Gerais. Foram visitados e investigados 21 dos 25 domicílios da comunidade de Quartel do Indaiá, dos quais as condições da moradia e entorno foram levantadas por questionário semi-estruturado contendo questões de estrutura geral (paredes, cobertura, piso, abastecimento de água, esgotamento sanitário), estrutura peridomiciliar (presença de anexos, criação de animais, cultivo de hortaliças), além da composição familiar. A ocorrência de enteroparasitoses foi obtida por meio de consulta aos prontuários de saúde das famílias na Unidade Básica de Saúde responsável pela área. A maioria dos domicílios apresentou infraestrutura composta por paredes de alvenaria, cobertura com telhas de cerâmica sem laje, e o piso principalmente de cimento. Mais da metade das casas não dispunha de banheiros, sendo os dejetos dispensados no peridomicílio. Nas demais os dejetos eram destinados em fossas rudimentares ou no rio. O abastecimento era feito com água não tratada. Todas as casas recebiam luz elétrica. Foi observada ocorrência recorrente de enteroparasitoses, mormente ascaridíase, com frequente eliminação de vermes adultos via oral e pelas fezes, inclusive entre adultos. Apesar de apresentarem estrutura razoável de moradia,os domicílios da comunidade quilombola de Quartel do Indaiá apresentam carências relacionadas ao saneamentoambiental, principalmente no que se refere ao acesso à água tratada e ao destino adequado de dejetos. Tal fato pode serdeterminante na manutenção das enteroparasitoses, as quais têm sido observadas historicamente na comunidade. Palavras-chave: comunidade quilombola; estrutura domiciliar; parasitoses intestinais; Ascaris lumbricoides; contaminação ambiental.
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