RESUMONeste artigo, apresentamos os desafios teórico-práticos que os profissionais de diferentes áreas sociais têm encontrado em suas práticas de intervenção psicossocial em comunidades de diversos municípios de São Paulo. Entre os grandes desafios estão os limites dos programas sociais propostos pelo poder público, as dificuldades dos agentes externos em desenvolver um trabalho que leve ao fortalecimento da comunidade e a ausência de referenciais teórico-metodológicos que fundamentem as práticas desses agentes. A fim de ilustrar tais desafios, relatamos a experiência de um curso de Psicologia Comunitária e da libertação no qual discutimos propostas de intervenção comunitária a partir de conceitos desenvolvidos por Martín-Baró (1998) e da contribuição de Maritza Montero (2004) com o Paradigma da Construção e transformação Crítica. Com base nesses referenciais teóricos, analisamos a relação entre Estado, Programas e Organizações, assim como as contradições existentes entre uma prática social comunitária e as exigências dos planos e programas governamentais.Palavras-chave: psicologia comunitária; psicologia da libertação; intervenções psicossociais; fortalecimento da comunidade. ABSTRACTIn this article we present the theoretical-practical challenges that professionals from different social fields face in their practices of social psychological intervention in communities in various cities of São Paulo. among the largest challenges are the limitations of social programs offered by public authorities, the difficulties of external agents in developing actions that lead to the strengthening of the community, and the absence of theoretical-methodological references that support the practices of these agents. In order to illustrate these challenges, we narrate the experience of a course on Community Psychology and Psychology of liberation in which we discussed propositions for community intervention from the perspective of concepts developed by Martín-Baró (1998)
No presente artigo, analisamos as possíveis articulações entre memória e ideologia, ressaltando os mecanismos que tornam a memória uma construção ideológica. Estamos cientes de que "memória" e "ideologia" são conceitos complexos e controversos, que deram origem a uma pluralidade de concepções e fomentaram intensas discussões. Não desconsiderando a dificuldade de tal empreitada, reconhecemos a importância de compreender as relações entre ambos os fenômenos, destacando as peculiaridades de uma memória que se constitui a partir de ideologias. Cabe salientar que nem toda memória é ideológica, mas apenas aquelas que, como resultado de disputas sociais, legitimam uma versão oficial do passado, distorcem as representações, promovem o esquecimento de eventos políticos e institucionalizam a memória dos vencedores para ocultar relações de dominação e consolidar o poder constituído. In the present paper, we analyze possible articulations between memory and ideology, highlighting the mechanisms that render memory an ideological construction. We are aware that "memory" and "ideology" are complex and controversial concepts which have originated a plurality of conceptions and have fostered intense discussions. Recognizing the difficulty of such an enterprise, we believe that it is important to understand the relations between both phenomena, and to highlight the peculiarities of a memory that is constituted from ideologies. It should be mentioned that not every memory is ideological -only those that, as a result of social disputes, legitimate an official version of the past, distort representations, promote oblivion of political events and institutionalize the memory of winners in order to hide domination relations and to consolidate the constituted power. O presente artigo discute as relações entre memória e ideologia, ressaltando a interface entre ambos os conceitos e destacando que a memória não é em si ideológica, mas funciona como ideologia quando respalda e legitima relações de dominação, manipula o passado e produz esquecimento por meio de mecanismos de ocultação da realidade ou elaboração de versões deturpadas dos acontecimentos passados. Palabras claveO estudo da memória nos estimula, inicialmente, a formularmos a seguinte indagação: "de que falamos quando nos referimos ao fenômeno da memória?". Tal indagação nos leva a pensar não na memória em si, como possibilidade de "guardar informações", mas em processos de construção de memórias, o que implica pensar nas disputas sociais subjacentes às rememorações e representações do passado, centradas nas 207
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