Por ocasião das comemorações do centenário da Indendência do Brasil em 1922, o então diretor do Museu Paulista, Affonso de Escragnole Taunay, empenhou-se na montagem de exposições voltadas para a reconstituição arcaizante do passado urbano de São Paulo. Parte desse projeto consistiu em encomendas de pinturas realizadas a partir de matrizes fotográficas do século passado. O presente estudo discute as estratégias visuais presentes na transcodificação de objetos iconográficos de natureza diversa no ãmbito do espaço celebrativo do Museu e seus desdobramentos ideológicos, implícitos nas ações de caráter nacionalista,-educacional e preservacionista.
O artigo faz um balanço dos trabalhos de curadoria realizados durante a década de 1990 pelo atual Serviço de Documentação Textual e Iconografia do Museu Paulista, responsável pelo Fundo MP/Arquivo Permanente, centenas de coleções e fundos textuais e 50.000 peças de iconografia, grande parte delas reunidas em coleções fotográficas. Mostra como o trabalho de documentação extrapola os limites do SVDHICO para integrar-se com as atividades de conjunto do Museu e com outros grupos de pesquisa. Aponta também para novas metodologias de trabalho com imagens que permitem realizar a curadoria de forma integrada à pesquisa interdisciplinar e à difusão cultural.
O artigo discute a relação entre a circulação de repertórios, enciclopédias, manuais e guias de estilo europeus no Brasil e a produção arquitetônica genericamente chamada de eclética nas primeiras décadas do século XX. Primeiramente, apresenta-se um balanço historiográfico que analisou a produção editorial relativa ao ornamento na Europa e, a partir dele, identifica-se a circulação de algumas daquelas publicações no Brasil. Em seguida, focaliza-se a inserção do ornamento na formação profissional de artesãos no país e, de modo mais amplo, na formação do gosto do consumidor de produtos ornamentados (das artes decorativas à arquitetura). Para esta análise, as fontes de referência são aquelas da cultura material (moldes, modelos, maquetes, pranchas impressas, etc) presente tanto nas escolas profissionalizantes quanto no ensino regular de São Paulo nas primeiras duas décadas do século XX.
Resumo: O artigo apresenta experiências acadêmicas e museológicas envolvendo as coleções fotográficas do Museu Paulista de São Paulo/Brasil. Nosso objetivo é demonstrar a ligação orgânica existente entre as três áreas constitutivas da prática curatorial: a produção de um sistema documental, a produção de conhecimento na área da cultura visual e a produção de obras dedicadas ao público de um museu de história. Abstract:The article presents academic and museological experiments involving the photographic collections of the Paulista Museum of the University of São Paulo/Brazil. Our aim is to demonstrate the organic liaison that there is among the three constitutive curatorship practices: the production of a documental system, the production of knowledge in the area of visual culture and the production of work dedicated to the public of a museum of history. Palavras
O Pátio do Colégio integra, desde há muito, o conjunto de espaços qualificados como patrimônio cultural, 1 e a história de sua edificação e usos nos últimos 100 anos encerra as marcas de modos distintos de apropriação da cidade. Proponho aqui um exercício de leitura da trajetória deste espaço a partir de um conjunto iconográfico que reúne cartões postais e álbuns fotográficos.A análise empreendida abarca níveis distintos de interpretação da relação espaço urbano-documento visual. Em seu nível mais imediato, estes documentos visuais informam sobre as transformações na configuração espacialedifício e seu entorno -do Pátio do Colégio. Para o presente artigo não nos deteremos neste aspecto, visto que o conjunto iconográfico em questão não acrescenta à trajetória de transformações físicas nenhum dado que já não seja conhecido.Partindo do pressuposto de que a produção iconográfica de paisagens urbanas é parte integrante e ativa da produção social da cidade, uma primeira aproximação pretende chamar a atenção para o potencial dos documentos visuais em sinalizar, de maneira específica e própria, processos diferenciados de apropriação espacial. Neste sentido, serão analisados aspectos da composição formal de uma série de cartões postais relativos ao Pátio do Colégio. Certas opções formais, voluntárias ou involuntárias, podem ser entendidas como sintomáticas das transformações sofridas por este espaço público. Em outro patamar, será enfocada a circulação de determinadas imagens do pátio a fim de explicitar seu papel como vetores de ações e discursos instituídos no campo das representações sociais urbanas. Vale ressaltar que esta análise não se restringe somente à exploração de documentos iconográficos, mas integra também descrições textuais cuja construção semântica tem como elemento estruturador a visualidade.
RESUMO O artigo aborda os desafios da curadoria em museus universitários de história tendo como referência os debates teóricos em torno da potência documental de objetos e imagens - em contraste com sua tradicional mobilização memorial -, a ampliação do espectro de sujeitos sociais a que esses museus devem se referir e a construção de saberes e responsabilidades compartilhadas no âmbito curatorial. A renovação trazida por essas reflexões é tratada a partir dos parâmetros conceituais e da prática curatorial que animam o Museu Paulista da Universidade de São Paulo desde sua reformulação na década de 1990.
O artigo estabelece uma relação de covariância entre o modo de conhecimento por meio de tipos e estereótipos e a intensificação e difusão maciça de imagens por meio de sua reprodutibilidade. Procura-se argumentar que, para além de um fenômeno pertinente ao mundo das imagens, a tipificação termina por substituir a experiência com o outro pela experiência com a imagem, ou seja, em lugar de mediar a experiência concreta, as imagens-tipo ficam em seu lugar, com consequências importantes, especialmente no que diz respeito aos discursos com forte carga ideológica, pedagógica e identitária.
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