«(…) As cidades europeias são uma parte determinante [dos cenários físicos das vivências humanas], e a conservação do seu património material é necessária para não se perder uma grande quantidade de valores a que só podemos ter acesso por essa via: a identidade dos lugares onde vivemos, a estabilidade que dá realce e significado ao fluir das diferentes experiências de cada geração, a permanência de um 'centro' que não muda tão rapidamente como a periferia, onde possamos, por conseguinte, depositar e partilhar uma parte das memórias que são demasiado pesadas para serem transportadas por cada indivíduo.» (Benevolo 1995: 13) INTRODUÇÃOTal como consagra o Código de Boas Práticas para a «Arqueologia e Planeamento Urbano», aprovado pelo Comité do Património Cultural do Conselho da Europa em Março de 2000, «(…) Archaeology complemented by written sources and iconography is the first, indispensable step in any urban strategy. Its goal is not merely to study the town's structure and evolution, but also to assess its social and cultural development. (…) Urban archaeology tells us how the town has developed throughout its history, and introduces concepts such as empty / full, inside / outside, rich / poor, monumental / vernacular, planned / spontaneous, dense / diffuse, etc., concepts shared by archaeologists, town planners, architects and developers. De facto, é hoje amplamente reconhecido que o património arqueológico e arquitectónico, enquanto recurso susceptível de valorizações múltiplas, constitui uma mais-valia estratégica para qualquer país ou região que se queira desenvolver e afirmar como sociedade de conhecimento, recaindo sobre os arqueólogos uma responsabilidade acrescida.Sobre esta problemática, em especial das implicações da prática da Arqueologia Urbana na gestão do património edificado, existe abundante bibliografia. Para Portugal ver, entre outros, Martins (2010) e VV.AA. (1986, 1994, 2002, 2004 e 2006a ResumoA Arqueologia Urbana afirmou-se, a partir da década de 60 do século XX, como uma área disciplinar imprescindível para a definição estratégica do desenvolvimento de qualquer cidade histórica. Actualmente, a Arqueologia da Arquitectura, pelo seu potencial instrumental e metodológico, vem demonstrando que poderá dar um contributo significativo para a renovação das problemáticas de estudo do urbanismo, tanto na área do registo e documentação do existente, como na área da interpretação da evolução histórica das cidades. Neste artigo apresenta-se a experiência do projecto de estudo arqueológico da cidade de Braga, coordenado pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, discutindo três exemplos de intervenções no espaço urbano que, em nossa opinião, se enquadram na área mais específica da Arqueologia da Arquitectura e demonstram a importância da sua aplicação.Palavras chave: Cidade de Braga, Arqueologia Urbana, Urbanismo medieval e moderno, metodologias AbstractThe urban archaeology was affirmed, since the 1960's, as an essential knowledge area for the strategic definition of the development of an...
Na Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho desenvolvem-se projectos de estudo e/ou de prestação de serviços especializados em Arqueologia de Arquitectura, no quadro de protocolos e/ou contratos celebrados com entidades que tutelam património arquitectónico, designadamente o IPPAR, a DGEMN e Câmaras Municipais. Os primeiros trabalhos iniciaram-se nos finais da década de 80 do século XX, adquirindo-se desde então uma bagagem conceptual e metodológica de tradição italiana, filtrada pelas experências espanholas veiculadas pelos investigadores do CSIC. Os trabalhos realizados constituíram experiências distintas, tanto do ponto de vista institucional, como dos objectivos que orientaram as intervenções ou ainda do ponto de vista dos recursos metodológicos empregues. Apresentam-se aqui algumas reflexões suscitadas pela diversidade das experiências em Arqueologia de Arquitectura da Unidade de Arqueologia, especialmente nas áreas das metodologia e relações interdisciplinares.
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