O cenário acadêmico vivenciado pelo estudante de medicina é permeado por crises de sentido. A falta de tempo para o cuidado de si marca a graduação de medicina diante de um curso com carga horária em tempo integral, alto nível de competitividade, ênfase na formação cognitiva em detrimento da formação humana. Transtornos alimentares, distúrbios do sono e depressão são apontados pelas pesquisas como um estresse decorrente na formação médica. Outros fatores são desencadeadores desse estresse: participar de procedimentos invasivos ou dolorosos, contato com a morte, morar longe da família, ter amizades somente dentro do círculo acadêmico e a não aplicação do conceito de qualidade de vida na própria vida. Diante desse quadro, o estudante de medicina passa a apresentar dores psíquicas. Dentro deste horizonte, o convite ao resgate do sentido da espiritualidade do estudante de medicina apresenta-se para além de um imperativo ético. Nessa perspectiva, o diálogo entre a Teologia e a Bioética revelam-se como uma possibilidade de propor novas formas de cuidado perante a fragilidade do estudante, pois ambas trabalham em defesa da vida. A espiritualidade na Bioética vai numa direção de responsabilidade, de proteção e de cuidado diante da vida. Com sua visão sistêmica que lhe é peculiar, a Teologia tem um modo de perceber o ser humano à luz da revelação, considerando todo o seu dinamismo histórico, estando aberta a assumir tematicamente os problemas que o momento suscita. O objetivo deste artigo é verificar a influência da teologia no cuidado da espiritualidade do estudante de medicina na perspectiva da bioética. A metodologia utilizada foi a de pesquisa qualitativa bibliográfica. Analisou-se o contexto do graduando do curso de medicina junto a ética do cuidado e a Teologia, como importante fonte de base moral a salvaguardar o valor da vida. Espera-se que o contexto da educação médica se abra ao diálogo com a Teologia na busca do cuidado da espiritualidade do estudante de medicina, uma vez que, ousadias teológicas são sempre um exercício do espírito humano.
Os desafios que se apresentam no século XXI, demandam uma transformação paradigmática do profissionalismo em saúde correspondente à dimensão humana da espiritualidade. Os tempos líquidos favorecem o constante processo de coisificação do homem, dificultando o fortalecimento do vínculo nas relações interpessoais, impossibilitando assim, seguir rumo à humanização. Mesmo com os avanços da medicina e das ciências biotecnológicas, perdeu-se a “arte de curar”. O processo de “cuidar para curar” tem significado de presença dialogal, que envolve ciência, técnica, intuição e sensibilidade. Espera-se que o selo de uma cultura expressa pela ternura revele o perfil humano do profissional em saúde, através do exercício do cuidar e da cura, sentida como arte. Nesta pesquisa aplicou-se o método dedutivo, através de uma metodologia qualitativa-bibliográfica.
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