ResumoPara se conhecer a prática profissional de farmacêuti-cos que atuam em farmácias e drogarias, seus conhecimentos e percepções acerca da Atenção Farmacêutica (AF), realizou-se estudo descritivo com 91 farmacêuti-cos do município de Jundiaí-SP. A maioria era jovem (62,6% entre 20 e 29 anos), do sexo feminino (63,7%), graduada em instituições privadas (90,1%) e não proprietária do estabelecimento (87,9%). Desenvolviam atividades administrativas, técnicas e de atenção ao usuário, principalmente dispensação de medicamentos e orientação; 67,0% acompanhavam o tratamento farmacoterapêutico dos usuários, mas sem registrar informações. Para 62,7%, AF relacionava-se apenas à orientação e atendimento dispensados, mas tais atividades não eram realizadas de forma sistemática e organizada, como preconizado. Muitos (91,2%) consideravam necessário realizar trabalho mais intenso com os usuários, porém apontaram dificuldades como falta de tempo e de apoio dos proprietários e desinteresse dos usuários. Várias dessas dificuldades têm sido verificadas também em outros países, sugerindo que a prática da AF: (a) requer uma mudança estrutural e rearranjo de funções, uma vez que, atualmente, a estrutura e as atividades são adequadas à atividade comercial; (b) reflete uma crise de identidade profissional e, em consequência, falta de reconhecimento social e pouca inserção na equipe multiprofissional de saúde. O conhecimento sobre AF mostrou-se limitado, mas a situação pode vir a alterar-se à medida que as mudanças curriculares em curso surtam efeito na formação dos novos farmacêuticos.
A profissão farmacêutica vive momento de busca de novas práticas baseadas na atenção farmacêutica. O objetivo deste estudo foi conhecer a prática profissional de farmacêuticos que atuavam em farmácias com ênfase em atividades relacionadas à prática da atenção farmacêutica. Material e métodos. Trata-se de um estudo descritivo tipo survey transversal; os dados foram coletados em entrevistas com farmacêuticos do município de Jundiaí/SP. Resultados. Entrevistou-se 93 farmacêuticos, sendo a maioria jovem (31,7 anos em média), do sexo feminino (62,4%), graduada em instituições privadas (90,1%) e não proprietária do estabelecimento (86,0%); desenvolviam na farmácia atividades administrativas, técnicas e de atenção ao usuário, em especial, orientações e dispensação de medicamentos; 67,7% acompanhavam o tratamento farmacoterapêutico dos usuários, mas sem registro de informações, e 77,8% já haviam detectado algum problema com a medicação. Muitos farmacêuticos (91,4%) consideravam necessário realizar um trabalho de maior proximidade com os usuários, porém apontaram como principais dificuldades a falta de: tempo, apoio dos proprietários, interesse dos usuários e conhecimento. A compreensão que 62,3% tinha sobre atenção farmacêutica estava relacionada à orientação e ao atendimento dispensados. Conclusões. A prática da atenção farmacêutica, como preconizada na literatura, não foi observada entre os entrevistados. Estudos futuros para conhecer como os farmacêuticos realizam suas atividades são importantes ao aprimoramento dos serviços farmacêuticos e melhorar a compreensão sobre atenção farmacêutica poderá ajudar na sua implementação.
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