O presente artigo propõe uma leitura do conto “Atrás da catedral de Ruão” (presente na obra Contos novos), do autor modernista Mário de Andrade, a partir da análise da materialidade linguística do texto, especificamente o modo como as três “línguas”, a saber, o português brasileiro, o francês e a “meia-língua franco-brasileira” (ANDRADE, 2015), são utilizadas pelas personagens e pelo narrador, para ora encobrir, ora revelar a sexualidade da preceptora e de suas alunas. Propõe, também, a análise da transposição, pela personagem principal, Mademoiselle, de sua lisière (limite) do desejo sexual, por tanto tempo recalcado, rompendo os limites do socialmente aceitável e, especialmente, do racional, como um ato de desrazão, e não de loucura. Essa análise dialoga com o conceito de “Desrazão” do filósofo Peter Pál Pelbart (1993), que o contrapõe à Loucura, não aplicável à protagonista, e tem como pano de fundo conceitos da psicanálise freudiana.
A partir de questionamentos básicos sobre o leitor jovem, o projeto visa mapear o perfil literário dos alunos do Colégio Técnico de Campinas (COTUCA), com reflexões que versam desde seu contexto social e suas influências leitoras pessoais e dentro do ambiente escolar até autores e livros favoritos. O COTUCA é um colégio técnico que abrange as áreas de exatas e biológicas, sendo assim, pode haver resultados diferentes em relação a um perfil literário brasileiro. O projeto consta da aplicação de questionários quantitativos abrangendo todas as turmas de concomitância interna (ensino médio e técnico cursados no colégio, simultaneamente) e uma turma do curso Segurança do Trabalho (apenas técnico), utilizada para averiguar a relação entre influência na leitura e estar cursando o ensino médio no COTUCA.
À minha orientadora, Profa. Dra. Yudith Rosenbaum, por todas as discussões e pelo companheirismo nessa jornada, sendo sempre muito atenciosa e precisa em nossas conversas. Foi um longo percurso, de enorme aprendizagem, mas mais leve sob sua orientação.Aos caros professores que compuseram minha banca de qualificação, Prof. Dr. Ariovaldo José Vidal e Prof. Dr. Marcos Antonio de Moraes, ambos com apontamentos muito significativos para o encaminhamento de minha pesquisa e sugestões preciosas tanto de caminhos analíticos, quanto de obras imprescindíveis. Agradeço, duplamente, por terem aceitado me acompanhar também neste encerramento, fazendo parte de minha banca de defesa.Ao Prof. Dr. Roberto Yutaka Sagawa, por aceitar compor minha banca de defesa, e que já muito contribuiu para esta pesquisa, através de seus escritos.À minha família, André, Anselmo, Carlos, Cristiane, Nina e Silvia, por todo amor, carinho, torcida, palavras de incentivo e companheirismo nesse percurso. A caminhada foi mais tranquila por saber que tenho vocês comigo! Agradeço, também, a Therezinha, Márcia e Flávio, por todo o apoio e carinho, e, especialmente ao Vinícius, pela ajuda na formatação.Aos queridos amigos que acompanharam toda a jornada, desde a inscrição no processo seletivo, até o momento da defesa: Andréa e Rachel, pela interlocução sempre pronta e importante, seja pessoalmente, na USP, ou virtualmente; Aline, Anelise, Edileuza, Fernanda, Gláucia e Mauro, por toda a ajuda e torcida, fundamentais; Bianca, Clarissa, Paula e Vívian, amigas queridas desde o fundamental; Anna Carol, Gissele, Lígia e Isabela, amigas queridas da graduação; Fernanda Valim e Aline Almeida, um agradecimento especial por aceitarem ler meu trabalho; Aline Rodrigues, pela torcida e todas as conversas, sempre muito instigantes. E para todos aqueles não nomeados aqui, mas que fazem parte de minha jornada. Sou muito feliz por ter todos vocês ao meu lado! RESUMO Mário de Andrade escolheu, para seu romance de estreia, Amar, verbo intransitivo, um tema polêmico e tabu em nossa sociedade, até os dias atuais: a iniciação sexual de jovens através do amor venal. Examinamos, desse modo, os mecanismos estéticos utilizados pelo autor para simbolizar literariamente tema considerado tão escandaloso. Cinco elementos se mostram significativos para o (des)velamento da sexualidade latente na obra: a classificação em idílio, a partir do postulado de um modelo -idílio neoclássico Paulo e Virgínia, de Bernardin de Saint-Pierre (1788) -; a estruturação em texto experimentalista modernista; o emprego do narrador onisciente intruso; a constituição das personagens como sujeitos cindidos e, por fim, os tropos da tradição retórica, aqui lidos em diálogo com os procedimentos oníricos (deslocamento, figuração por símbolos e condensação), como propostos pelo saber psicanalítico. A partir do conceito de "entre-lugar" (SANTIAGO, 1978), que postula a diferença como elemento fundamental para a crítica literária e como definidor da identidade do autor e da obra, interpretamos Amar, verbo intransitivo ...
O trabalho analisa, segundo a ACG, 33 capas de revistas amplamente difundidas em português ou inglês, em quatro corpora: cinco capas da “Claudia” e cinco da “Cosmopolitan USA” (2008-2016), sobre mulher; 13 da “Veja” e 10 da “Time” (2015-2017), sobre política, temáticas relevantes numa formação cidadã. A análise contextual baseou-se em pesquisa bibliográfica nos sites das revistas e artigos científicos relevantes. A análise textual enfocou o Sistema de Transitividade (GSF), por meio da identificação e interpretação dos tipos de orações e da explicação dos dados em relação à análise contextual. Nas capas sobre mulher, predominam orações verbais e materiais, nas quais a revista é dizente e a mulher é ator/experienciador, sugerindo uma representação de agente no mundo externo/interno. Enquanto a “Claudia” retrata a mulher que busca beleza e poder, a “Cosmopolitan” retrata uma mulher sedutora, associada à beleza e à satisfação masculina. Por abordarem diferentes cenários políticos, as capas sobre política diferenciam-se tanto nos tipos de processos quanto nos atores sociais referidos. Na “Time”, orações relacionais inter-relacionam principalmente “Donald Trump” e a presidência. No entanto, na “Veja”, principalmente orações materiais apresentam um amplo leque de personagens do cenário político como ator, promovendo relações interdiscursivas que demandam conhecimentos específicos por parte do leitor. Em geral, esses discursos variam conforme oscila o contexto social mais amplo.
Mário de Andrade foi um dos expoentes do Modernismo Brasileiro, atuando não apenas como escritor literário, mas como teórico e pesquisador. Foi um estudioso do folclore, da cultura e da língua brasileiras, e, compreendendo a importância da pesquisa, legou um precioso acervo para o público (atualmente pertencente ao Instituto de Estudos Brasileiros – USP), com mais de 30 mil arquivos e 17 mil volumes (GRILLO, 2010, p. 13). Parte constituinte desse material, suas missivas, bem como artigos de críticos literários, são analisadas como elementos significativos para a compreensão do processo criativo e de composição das duas edições da obra Amar, verbo intransitivo (1927/ 1944). A partir da recepção da primeira edição pela crítica literária da época, bem como das respostas encaminhadas por Mário através de cartas endereçadas aos próprios críticos e a amigos, concluímos que as mudanças efetuadas entre as edições se deram, especialmente, em resposta a dois artigos principais, de Prudente de Moraes, neto (s.d), e de Tristão de Athayde (1927). Como resultado, houve uma diminuição das digressões e interferências do autor, dos elementos psicanalíticos e naturalistas e um encobrimento maior em relação à sexualidade latente na obra.
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