Na atualidade, o sorovar Copenhageni é o representante do sorogrupo Icterohaemorrhagiae, mantido por roedores sinantrópicos, que tem prevalecido nos cães e seres humanos das grandes metrópoles brasileiras. A despeito de alguns autores sugerirem a existência de proteção cruzada entre sorovares incluídos em um mesmo sorogrupo esta condição ainda não foi suficientemente esclarecida para os sorovares Icterohaemorrhagiae e Copenhageni. No presente trabalho cães adultos com dois a seis anos de idade primo-vacinados com três doses intervaladas de 30 dias a partir dos 60 dias de idade e revacinados anualmente com vacina anti-leptospirose polivalente contendo os sorovares Canicola, Icterohaemorrhagiae, Grippotyphosa e Pomona foram revacinados com a mesma vacina e aos 30 dias da revacinação foram submetidos aos testes de soroaglutinação microscópica (SAM) e de inibição do crescimento de leptospiras in vitro (TICL), para avaliação comparativa dos níveis de anticorpos produzidos para os sorovares Canicola, Icterohaemorrhagiae e Copenhageni. Os resultados obtidos indicaram que a imunidade conferida pela vacina para o sorovar Icterohaemorrhagiae é mais duradoura que a observada para o sorovar Canicola, já que títulos de anticorpos neutralizantes >1,0 log10 foram observados antes do reforço vacinal não havendo substancial aumento após a revacinação. Quanto ao sorovar Canicola, a revacinação resultou em considerável aumento do título de anticorpos neutralizantes quando comparado ao momento anterior a revacinação (p=0,001). A análise dos valores encontrados após a revacinação demonstrou claramente que cães revacinados com bacterina produzida com o sorovar Icterohaermorrhagiae não apresentam aumento do título de anticorpos inibidores do crescimento contra o sorovar Copenhageni, em nível suficiente para inibir o crescimento de leptospiras. Apesar disso, os títulos de anticorpos inibidores de crescimento anti-Copenhageni encontrados antes e após a revacinação demonstraram que, pelo menos certo grau de proteção contra a infecção por esse sorovar pode ser esperado para os cães vacinados com bacterinas do sorovar Icterohaemorrhagiae, não sendo, no entanto, uma proteção cruzada completa.
Foi estudada a influência da variável concentração de soro sobre os resultados da reação de soroaglutinação microscópica (SAM) aplicada ao exame de grupos de suínos controlados. Dos 29 animais utilizados nove permaneceram como testemunhos (Grupo "A"), dez receberam, durante três dias, água de bebida contaminada por L. biflexa estirpe Buenos Aires (Grupo "B") e dez foram inoculados pela via intraperitoneal com uma estirpe virulenta de L interrogans sorotipo pomona (Grupo "C"). As amostras de soro examinadas foram obtidas no 5º, 15º, 30º, 39º e 51º dia da investigação, perfazendo um total de 145 amostras. Os soros foram examinados nas diluições de 1:10; 1:40; 1:60 e 1:100. A análise dos resultados considerou como especificidade absoluta o percentual de resultados negativos no grupo "A" e como sensibilidade absoluta o percentual de resultados positivos obtidos no grupo "C". Os resultados obtidos demonstraram que a medida em que se umentou a concentração do soro houve concomitantemente um aumento na sensibilidade e uma diminuição na especificidade dos resultados obtidos com o antígeno de L. biflexa estirpe Buenos Aires. Para este antígeno o maior valor encontrado simultaneamente para as características de sensibilidade e de especificidade foi o de 60% na diluição do soro de 1:20.
We report the unusual finding of mobile spirochetal microorganisms with different morphologies and sizes, on darkfield microscopy of the blood of animals from the Vivarium of the Medical School of USP. The bacteria did not grow in common culture media, shows faint staining to Giemsa and silver-derived stains, and serologies and molecular tests were negative for Borrelia and Leptospira. Electron microscopy revealed the presence of microorganisms with Mycoplasma-like morphology and, due to its mobility, it was suggested that they represented Mollicutes of the genus Spiroplasma. Microorganisms with the same morphology were also observed in 15 out of 26 employees (57.6%) of the Vivarium of FMUSP; however, clinical and laboratorial exams indicated that those individuals were healthy. Additional studies undertaken at the Rheumatology Department of FMUSP demonstrated the presence of the same structures identified at the Vivarium in approximately 94% of the patients with Baggio-Yoshinary syndrome (BYS) and 20% of healthy individuals. Electron microscopy of the blood of BYS patients showed bacteria that shared similarities with Mycoplasma, Chlamydia, and Bacteroides. Since serologies and molecular tests were negative for those contaminants, and based on publications in the medical literature, it was suggested that those latent infectious agents were L-form bacteria, defined as cell wall deficient bacteria, assuming, therefore, Mycoplasma morphology and they are, for the most part, harmless to the host. We concluded that spirochetal microorganisms visualized in animals and employees of the Vivarium were non-pathogenic L-form bacteria from contaminants in the environment, regular infections, or endogenous microorganism from the normal saprophytic flora. On the other hand, spirochetal organisms identified in BYS, by preserving the capacity to invade cells in vitro, are potentially pathogenic and related to the etiology of BYS. We consider BYS as a novel Brazilian zoonosis caused by spirochetes adapted to their latent form, possibly due to bacterial mutations in response to ecologic and geographic conditions unique to Brazil.
Leptospira
is a highly diverse genus comprising many species and serogroups in Brazil as well as all over the world. However, a study by arbitrarily primed PCR of 44 leptospiral strains isolated from humans during three different outbreaks in Brazilian urban centers reveals that 43 of 44 isolates exhibit very similar fingerprints. Analysis of these isolates indicates that they belong to a clonal subpopulation of
Leptospira interrogans
sensu stricto.
Avaliou-se a adequação do emprego de cérebros preservados em formol para o estabelecimento rápido do diagnóstico da raiva pela reação de imunofluorescência direta, utilizando a técnica de digestão enzimática de pepsina e tripsina e método de impressão para o preparo de lâminas. O delineamento proposto contou com fragmentos de cérebros de camundongos experimentalmente infectados submetidos a diferentes tratamentos de conservação, com o uso de soluções de formol com pH corrigidos, ou submetidos à refrigeração; os testes de imunofluorescência foram realizados em 10 fases experimentais, por um período de 28 dias. Os resultados da prova de imunofluorescência variaram de 58.0% a 90.0% de positividade, dependendo dos tratamentos dispensados. Nas condições do experimento, os materiais destinados à prova de imunofluorescência podem ser conservados em temperatura de refrigeração por até 96 horas; após este período aumentam os resultados irregulares devido à degradação tissular. Nos tecidos mantidos em formol e após digestão enzimática, com a aplicação do método de impressão, observou-se o fenômeno de restauração da antigenicidade do vírus rábico, permitindo uma adequada identificação através da prova de imunofluorescência; no entanto, estes procedimentos não devem substituir os métodos atualmente empregados para o diagnóstico rápido da raiva.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.