Resumo: O propósito do texto é tratar criticamente os conceitos de patrimônio e sustentabilidade, indagando a viabilidade da associação entre ambos. Para tanto, considera as conjunturas que disseminaram sentidos para os conceitos referidos, quais sejam, a sociedade moderna e a sociedade de risco, e discorre sobre algumas premissas para que seja viável a associação entre patrimônio cultural e sustentabilidade. Palavras-chave: patrimônio cultural; sustentabilidade; sociedade moderna; sociedade de riscos.
Nos últimos anos, o conceito "patrimônio cultural" adquiriu um peso significativo no mundo ocidental. De um discurso patrimonial referido aos grandes monumentos artísticos do passado, interpretados como fatos destacados de uma civilização, se avançou para uma concepção do patrimônio entendido como o conjunto dos bens culturais, referente às identidades coletivas. Desta maneira, múltiplas paisagens, arquiteturas, tradições, gastronomias, expressões de arte, documentos e sítios arqueológicos passaram a ser reconhecidos e valorizados pelas comunidades e organismos governamentais na esfera local, estadual, nacional ou internacional.
RESUMONeste artigo objetivamos apresentar algumas reflexões a respeito do patrimô-nio cultural, destacando os contornos semânticos historicamente construídos em torno dessa categoria. A partir de então, enfatizamos as discussões de ordem normativa que envolveram e envolvem políticas de preservação dos bens patrimoniais, sobretudo aquelas que se voltaram para a natureza como um bem, de modo a mostrar que a emergência do chamado patrimônio natural está diretamente ligada ao redirecionamento das preocupações de ordem mundial acerca dos recursos naturais do planeta. Palavras-chave: Patrimônio; Natureza; Cultura; Ordem mundial.
ABSTRACTIn this article we aim to present some thoughts regarding cultural heritage focusing on the different linguistic meanings historically built around this category. From then on we focus on the legal discussions which involve and once involved preservation policy for patrimonial matters; specially those which dealt with nature as a patrimony, thus showing that the emergency of the natural patrimony is directly linked to the redirection of world concerning about the natural resources of the planet.
RESUMO O artigo traz reflexões sobre como o consumo atual se apresenta de maneira distanciada das necessidades ecossistêmicas, o que gera enormes desafios em termos de reorganização civilizacional. A partir da análise de como os hábitos de consumo se estabeleceram na sociedade contemporânea, buscamos argumentar que o atual padrão de consumo que vivenciamos é produto de um longo e lento processo histórico de construção social de uma cultura, sustentada por valores, normas e padrões que se reproduzem. Por isso mesmo, a necessidade de mudanças que sejam comprometidas com os limites ecossistêmicos, o que implica na revisão de valores e normas, hábitos e práticas que contribuíram para o estabelecimento da sociedade de consumidores, o que hoje somos.
Neste artigo objetivamos discutir a proteção dos conhecimentos das populações tradicionais em sua estreita relação com a preservação dos recursos naturais e a proteção da propriedade intelectual. Para tal, são analisadas a compreensão que as organizações internacionais responsáveis pelo patrimônio (UNESCO), pelo meio ambiente (PNUMA) e pela propriedade intelectual (OMPI) têm de proteção. Além disso, também é comentada a visão da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse conjunto de órgãos multilaterais que tratam do tema indica a complexidade que envolve a definição de normas legais para a proteção nesse campo.
A teoria da história tem por objetivo analisar o que sempre foi a base do pensamento histórico em sua versão científica e que, sem a explicitação e a explicação por ela oferecidas, nunca passaria de pressupostos e de fundamentos implícitos. (Rüsen, 2001, p. 14) A epígrafe acima não tem um caráter meramente decorativo nesta resenha. Antes, ela visa a enfatizar que a produção do conhecimento histórico é complexa, e que essa complexidade implica examinar os fundamentos da ciência da história, de modo que se compreenda como é organizado o pensamento histórico.Essa é a preocupação que permeia o livro A História Escrita. Teoria e história da historiografia, organizado pelo professor Jurandir Malerba. Uma obra para fundamentar estudos sobre o conhecimento histórico, sobre o campo da pesquisa histórica e da historiografia em sua interdependência, composta por dez textos de
No texto se discute o processo histórico de ocupação da várzea do rio Tietê, em São Paulo, que resultou em uma profunda degradação do rio, bem como as intervenções que visaram a adequá-lo à ocupação urbana processada em seu entorno. A constatação da ineficácia das intervenções e a percepção da degradação sofrida explicam a atual preocupação com a conservação da várzea e os limites para que essa ação seja efetivada.
Nas cidades de São José do Barreiro e Areias, no Vale Histórico Paulista, encontram-se ainda, em pleno centro urbano, espaços onde se veem o cultivo de hortaliças e frutas. São quintais urbanos que abrigam plantas e também pessoas que têm muita familiaridade com seu cultivo, o que nos permite considerar esses espaços detentores de conhecimento botânico sobre plantas alimentícias. Mudanças culturais e socioeconômicas têm alertado que os quintais e os saberes botânicos detidos por parte dessa população estão vulneráveis. O presente trabalho tem como objetivo discutir esses saberes e a relevância da manutenção dos quintais cultivados para a permanência e transmissão desses saberes, aqui considerados patrimônio. Com o propósito de compreender a riqueza e a vulnerabilidade desse conjunto, foram entrevistados moradores que possuem quintais urbanos com cultivo de plantas alimentícias, de forma a caracterizar os quintais e entender as motivações para seu cultivo de alimentos. As entrevistas, associadas a procedimentos recomendados para o entendimento da etnobotânica urbana, permitiram compreender as ações necessárias para que esse patrimônio continue a existir, o que implica em medidas de contenção das vulnerabilidades.
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