O Brasil chegou a se constituir em “modelo ideal” planetário de convivência entre as raças. Porém, essa visão corrompida não ocultou a gigantesca desigualdade enfrentada pelos negros. O objetivo desse artigo é analisar raça nas suas diversas interpretações no contexto Brasileiro, em especial na Bahia, até chegar essencialmente nas suas implicações. De caráter quali-quantitativo, a partir das análises provenientes da revisão da literatura e dos dados estatísticos, encontrou-se que, apesar do mercado de trabalho ser majoritariamente negro na Bahia, as disparidades persistem.
O trabalho teve como objetivo avaliar e caracterizar a incidência da pobreza multidimensional na Bahia em 2021, a partir de um indicador sintético adaptado de Barros, Carvalho e Franco (2006) e com base nos dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). O índice mensura os fatores mais relevantes da pobreza nas famílias e varia entre 0% e 100%, a partir de 6 dimensões (vulnerabilidade das famílias, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, disponibilidade de recurso, desenvolvimento infantil, condições habitacionais), 19 componentes e 33 indicadores. Quanto mais próximo de 100 o índice se apresentar, pior a situação da família. Os resultados permitiram evidenciar que a incidência média da pobreza na Bahia foi de 39,2%, sendo que 4,1% das famílias inscritas no CadÚnico obtiveram pontuação acima de 60% e estão em situação de extrema pobreza multidimensional. As dimensões acesso ao trabalho, disponibilidade de recursos e acesso ao conhecimento foram predominantes no cálculo do índice, apresentando os piores resultados. Famílias que residem no interior e na área rural obtiveram maior grau de pobreza em comparação à média do estado, assim como aquelas em que os responsáveis pelas famílias são mulheres, negros ou indígenas.
O objetivo deste trabalho foi caracterizar as pessoas em situação de rua (PSR) inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) na Bahia em 2021. Trata-se de um grupo populacional vulnerável, heterogêneo, que vive nas ruas, muitas vezes visível às ações de controle do Estado e invisível para as políticas públicas. Através de um estudo descritivo, foram analisados os dados do CadÚnico em relação as características pessoais e questões sociais, trabalho e vida nas ruas. Os resultados mostraram que, do total de 5.169 pessoas cadastradas no CadÚnico e identificadas como em situação de rua, a maioria eram homens, pessoas autodeclaradas negras, com idade entre 30 e 49 anos, sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto, estavam há até 2 anos em situação de rua e mais da metade das pessoas cadastradas vive em Salvador. Contudo, mais do que descrever as características observadas com maior frequência para estabelecer um perfil, o trabalho evidenciou a necessidade de considerar a diversidade desse grupo populacional para a elaboração de políticas públicas. Espera-se que, ao refletir sobre as informações encontradas, esse estudo possa contribuir para a melhoria da condição de vida dessas pessoas, através de ações multidisciplinares e transversais que considerem a importância e complexidade do tema.
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