A abordagem sociocultural construtivista destaca a relevância dos processos de negociação presentes nas interações família-criança em contexto de leitura e escrita para a constituição do leitor. Este artigo, parte de um amplo estudo, pretende identificar nas interações família-criança possibilidades de negociação e sua contribuição para a construção do significado do ler e escrever pela criança. O material analisado originou-se de uma situação estruturada realizada com alunos iniciantes do ensino fundamental de uma escola pública do DF e seus familiares. Participaram dos episódios videogravados e selecionados para este trabalho, duas meninas - ambas com sete anos de idade - e suas mães. Uma microanálise dos dados foi realizada, considerando-se os aspectos comunicativos e metacomunicativos das interações entre as díades. Nessas interações observou-se divergências de objetivos que, por sua vez, conduziam a negociações positivas ou a impasses. Este aspecto faz refletir sobre a importância das qualidades das relações humanas para a co-construção da linguagem escrita.
RESUMO. O processo de constituição do sujeito ocorre a partir de relações sociais, semioticamente mediadas. Assim, é via produção de sentidos que o ser humano produz cultura e, simultaneamente, constitui-se enquanto singularidade, o que caracteriza esse processo como criador. Ao reconhecer a linguagem como constitutiva do sujeito e entender o processo de criação como característico do ser humano, o presente trabalho apresenta reflexões, à luz da Psicologia Histórico-Cultural, sobre os processos de criação na/com a linguagem escrita. Situações de uma pesquisa anteriormente desenvolvida são apresentadas para ilustrar as dicotomias existentes no processo de produção escrita, mais especificamente no que se refere às relações forma/conteúdo e técnica/sentido. Para a superação dessas dicotomias, necessário se faz estabelecer relações estéticas com a realidade, por cujo intermédio a pessoa pode distanciar-se e aproximar-se da produção escrita, seja esta produto de sua objetivação ou não. É este movimento que possibilita a organização de novos sentidos para a produção própria ou alheia e, por conseguinte, novas escritas. Palavras-chave: linguagem escrita, relações estéticas, constituição do sujeito.
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