Resumo O campo dos estudos transpessoais tem avançado em diversas áreas no Brasil. Comemorou seus 40 anos com uma inserção ativa nas Instituições de Ensino Superior (IES) e uma ampliação de núcleos formativos e apoiadores de ensino, pesquisa e ações sociais, além de diálogos com o Sistema de Conselhos de Psicologia. Desafios são apresentados a partir do levantamento de uma série de questões importantes e ignoradas dentro da Psicologia Transpessoal no Brasil. Apresentamos o pluriperspectivismo participativo como possibilidade de decolonizar as matrizes eurocêntricas e estadunidenses, que dão suporte ao pensamento transpessoal brasileiro, buscando honrar nossas raízes históricas e incluir outras epistemologias e ontologias, que dão continuidade à crítica à lógica cartesiana moderna. Indicamos uma breve agenda de notas temáticas que carecem de um processo decolonizador no campo transpessoal: a) crítica às perspectivas de um pensamento hegemônico, em termos globais por meio da dominação Norte-Sul ou no campo das relações sociais; b) revisão das formas de “centrocentrismo”; c) questionamento da noção de universalismo das ciências e da ética; d) aprofundamento da análise crítica da supremacia restritiva da racionalidade formal técnico-científica em relação às formas de subjetividade, de vivências holísticas e integradoras e de valorização do corpo; e) revisão da noção de sujeito moderno desprovida da cocriação do humano com a comunidade, a história, a natureza e o cosmos.
O presente livro nasceu de um desejo de materializar, através de ações, o princípio e a finalidade da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão assumidos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) enquanto instituição pública e gratuita comprometida com a educação brasileira. O livro brota do cruzo epistemológico de mais de uma década entre os estudos sobre as emoções no Núcleo de Educação e Espiritualidade do Programa de Pós-Graduação em Educação (NEE/PPGEdu) da UFPE, o mestrado e o doutorado de Mariana Arantes e o ensino na graduação através da criação da disciplina eletiva Educação Emocional Integral, no Centro de Educação (CE), além de experiências de extensão como o projeto “Educação Emocional Integral: formação continuada para educadores”, desenvolvido durante a pandemia. Esse projeto de extensão articulou estudantes de graduação e pós-graduação, além de professores da UFRPE e da Universidade de Lyon 1, situada na França, que ajudaram na discussão e nos encaminhamentos das ações extensionistas e de pesquisa numa lógica transdisciplinar que visava ampliar a abertura e o diálogo da Universidade para além de seus muros. A partir disso, concebe-se que o processo de formação humana através da articulação entre ensino, pesquisa e extensão, tomado como princípio pedagógico, propicie uma formação comprometida com as transformações sociais que permitam a construção de uma cultura emocional propiciadora do “bem viver” (ACOSTA, 2016; KRENAK, 2020b). A Educação Emocional Integral proposta neste livro mobiliza perspectivas mais integrais para compreender a complexidade do fenômeno das emoções e seu cultivo no campo educacional. Além disso, intencionamos apresentar o Programa de Apoio ao Educador da Escola Pública (PAEE) no intuito de sinalizar como os processos formativos, no âmbito da educação emocional, são desenvolvidos através do ensino, da pesquisa e de ações extensionistas.
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