; Juarez Fortunato Braga, TCBC-SP 2 ; Sérgio Antônio R. Centurion, TCBC-SP 2 ; Bruno Ziade Gil, ACBC-SP 3 RESUMO: Objetivo: Avaliar a incidência da coledocolitiase em pacientes submetidos à colecistectomia laparoscópica, portadores de colecistopatia calculosa aguda e crônica. O presente estudo, também, analisa se a era laparoscópica modificou a incidência e a história natural da litíase da via biliar quando compara os dados da literatura com os índices do Grupo estudado. Método: O estudo foi realizado em um Grupo de 946 pacientes, distribuídos em Grupo A de 214 pacientes de 1991-1995 e Grupo B de 732 pacientes de 1999-2007 colecistectomizados pelo método laparoscópico. O critério diagnóstico de coledocolitíase foi estabelecido por colangiofluoroscopia de rotina em todas as operações. Resultados: A incidência total de coledocolitiase no Grupo A de 9,8% e no B de 5,8% não mostram diferença estatística significativa entre si e com a literatura mundial (p=0,08).Nos pacientes operados por colecistite aguda também não se observou diferença estatística entre o grupo A e B na incidência de litíase da via biliar( p=0,8). A análise dos dados nos pacientes operados por colecistite crônica revela uma taxa de coledocolitíase menor no Grupo B de 3,7% com significância estatística do que no A de 8,4% p=0,03. Conclusão: O presente estudo revela uma diminuição expressiva na incidência de coledocolitiase no Grupo B em relação ao A e a literatura mundial quando a indicação cirúrgica ocorre na fase não complicada da doença litiásica biliar. O estudo também demonstra um aumento significativo na indicação da colecistectomia laparoscópica eletiva mais precoce no Grupo B como já observado em diversas publicações da literatura médica (Rev. Col. Bras. Cir. 2007; 34(4): 214-217
INTRODUÇÃOA história natural da coledocolitiase é diversa e geralmente imprevisível. A apresentação clínica dos cálculos de coledoco pode ocorrer basicamente de quatro formas. Os denominados cálculos silenciosos menores podem cursar sem sintomas, muitas vezes migrando espontaneamente para o duodeno. Outras vezes podem produzir obstrução do ducto biliar causando icterícia, e em outras situações, um quadro de colangite. A pancreatite aguda seria a quarta condição clínica na apresentação da coledocolitiase.A litiase biliar é uma doença de alta prevalência na população geral -10% e a incidência da coledocolitiase têm uma freqüência de 8 a 15% 1,2 . Dados estatísticos obtidos de várias instituições americanas revelaram 9,3% de coledocolitiase, num total de 2.982 pacientes operados de colecistite aguda calculosa e de 10.5% dentre 12428 pacientes operados de colecistite crônica calculosa 3 . Outras publicações como Glenn em um minucioso estudo de 4.677 pacientes operados por colescistite crônica calculosa, informou uma incidência de 8,8% de coledocolitiase; assim como Bolton revisando publicações de 30 anos, encontrou taxas de 6 a 19,5% de cálculos da via biliar 4 . Algumas publicações reportam que a incidência atual de coledocolitiase é de 3% a 6% ,sendo que este declín...