The aim of this article is to analyze the reconfiguration of the cultural identity of the protagonist of We Need New Names, by Noviolet Bulawayo. In this coming-of-age novel, the author narrates Darling’s story from her childhood, in Harare, Zimbabwe, until she became an adult, as an immigrant in the United States. The novel’s background is the economic, political and social crisis that plagued the country in the post-independence period, aggravated by the spread of AIDs. Like many compatriots, the protagonist builds a utopian image of America, which, years later, melts away due to the difficulties faced by immigrants on American soil.
Resumo: Este texto analisa os romances A imensidão íntima dos carneiros, de Marcelo Maluf, e O filho da mãe, de Bernardo Carvalho, e demonstra como eles abordam a questão do deslocamento e seu impacto nas construções identitárias, perpassando as relações do sujeito com a tradição e os efeitos traumáticos da guerra. As obras tratam da experiência da migração por uma modalidade da ficção contemporânea configurada em uma poética da alteridade que ultrapassa as fronteiras do imaginário nacional e explora a geografia imaginária da diferença cultural. Na obra de Maluf, o olhar é de dentro, de quem escreve e vive sua herança cultural e a tradição; no romance de Carvalho, a perspectiva é de fora, do estrangeiro como observador da vivência traumática do outro em meio à guerra e às vicissitudes das identidades em conflito. Essas duas perspectivas se complementam e refletem a pluridimensionalidade das escritas de trânsito e cruzamento de fronteiras.Palavras-chave: Bernardo Carvalho; Marcelo Maluf; deslocamento; identidade; escrita migrante.Abstract: This text proposes the analysis of two novels, A imensidão íntima dos carneiros, by Marcelo Maluf, and O filho da mãe, by Bernardo Carvalho, in order to demonstrate how these texts address the issue of displacement and its impact on the construction of identities, stretching across the relations of the subject with tradition, exclusion and the traumatic effects of war. If in Maluf’s novel the look is from within, from the point of view of one who writes and lives his own cultural heritage and tradition, in Carvalho’s novel the perspective is from outside, from the foreigner who is an observer of the traumatic experience of the other in the midst of war, together with the vicissitudes of conflicting identities. These two perspectives complement each other insofar as they reflect the multidimensionality of transit and cross-border writing.Keywords: Bernardo Carvalho; Marcelo Maluf; displacement; identity; migrant writing.
As neonarrativas de escravidão surgiram no cenário literário norte-americano com a publicação de Jubilee, de Margaret Walker (1966), porém só tiveram efetivo reconhecimento nos anos oitenta, com o lançamento de Beloved, de Toni Morrison (1987). Concebidas como “romances contemporâneos que assumem a forma, as convenções e a voz narrativa em primeira pessoa das narrativas de escravos produzidas antes da Guerra Civil” (RUSHDY, 1997), foram, aos poucos, se distanciando desse modelo e hoje podem ser consideradas transnacionais e globais, bem como dialógicas, polifônicas e transgenéricas, segundo Judith Misrahi-Barak (2014). Nessa perspectiva e com o suporte teórico dos Estudos Culturais e do conceito pós-moderno de metaficção historiográfica, este trabalho propõe a análise da representação do sujeito diaspórico em O livro dos negros, do canadense Lawrence Hill (2014), que tem por temática a trajetória de escravos durante a vigência do sistema escravagista. Ao deslocar a voz narrativa para o oprimido, Hill desafia o discurso da História, escovando-a a contrapelo.
Em Os demônios de Loudun, Aldous Huxley traz à baila um acontecimento ocorrido em Loudun, no século XVII, utilizando estratégias que podem ser equiparadas às técnicas da micro-história, apesar de a obra ter sido escrita em 1952, cerca de três décadas antesdos estudos pioneiros de Carlo Ginzburg e Giovanni Levi. Para fins desta análise, abordaremos o conceito tradicional de romance histórico, bem como os diálogos entre ficção e história em suas diversas modalidades, focalizando, também, o conceito, a origem e as técnicas da micro-história, de modo a apontar seus pontos de convergência com o romance de Huxley.
A intensa mobilidade humana decorrente da globalização ensejou o surgimento de um tipo de narrativa que tem sido denominada literatura de migração. Produzida por escritores migrantes, essas narrativas giram em torno do trânsito territorial, cultural e identitário e, ainda que não sejam autobiográficas, contêm muito das experiências pessoais dos autores. Tendo em vista que a desterritorialização exige uma posterior reterritorialização e que esta só pode ocorrer mediante a interação do sujeito com o meio social, essas narrativas contêm relatos não apenas da trajetória do migrante e sua resposta ao choque entre culturas, mas também se reporta ao modo como ele se relaciona socialmente e se integra ao país de acolhimento. A proposta deste texto é empreender uma breve reflexão sobre o processo de aculturação de imigrantes em narrativas de Jhumpa Lahiri, Chimamanda Adichie e NoViolet Bulawayo, na perspectiva dos Estudos Culturais e do modelo bidimensional de aculturação proposto por John Berry.
Em Antes de nascer o mundo, Mia Couto cria um universo diegético em que há dois planos narrativos. Cada um deles possui um narrador autodiegético, o qual, em tom confessional, narra a própria história. O dilema enfrentado pelas personagens na ficção, isto é, a tensão entre memória e esquecimento na busca de definir a própria identidade, reflete-se igualmente no plano do discurso, através da tensão entre oralidade e escrita.PALAVRAS-CHAVE: narrador; oralidade; escrita; memória; esquecimento.
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