No romance Memorial do fim: a morte de Machado de Assis (1991), o escritor paraense Haroldo Maranhão se apropria do estilo da escrita machadiana para narrar os últimos momentos de vida de um dos maiores, se não o maior, escritor brasileiro de todos os tempos: Machado de Assis. Objetiva-se neste estudo analisar o uso do recurso da intertextualidade e do dialogismo utilizados como estratégia discursiva na escritura do referido romance, que se constrói a partir de outros, como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro e Memorial de Aires, de autoria machadiana. Observou-se que Maranhão apresenta uma trama que mistura realidade e ficção estabelecendo um diálogo entre personagens retirados de algumas produções ficcionais de Machado com personagens reais participantes do contexto social e político do Brasil na década da morte do bruxo do Cosme Velho. Verificou-se, ainda, que o romance pode ser compreendido como uma produção inserida na vertente literária denominada Metaficção Historiográfica, tendo em vista a relação entre real x ficcional expressa na narrativa.
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