A alimentação é um aspecto fundamental para a promoção da saúde da criança. No entanto, nutrir, amamentar, comer e oferecer comida são práticas sociais. O objetivo deste estudo foi analisar o significado das práticas alimentares compreendendo as percepções, experiências e valores sobre a alimentação para mães de criança sob risco nutricional, moradoras da Rocinha e freqüentadoras do grupo de mães do Centro Municipal de Saúde Píndaro de Carvalho Rodrigues. Para análise e compreensão do problema, foi utilizado o método da pesquisa qualitativa, através de entrevistas semi-estruturadas e da observação participante. O estudo possibilitou identificar que os hábitos e as práticas alimentares são permeados pelo aprendizado materno, que tem início na infância e é associado aos hábitos urbanos de consumo. A amamentação, a introdução de alimentos complementares até a alimentação cotidiana da família é um processo construído pela experiência e aprendizado próprios de cada grupo social. Identificamos que as práticas alimentares são construídas a partir de diferentes dimensões: temporal, de saúde e doença, de cuidado, afetiva, econômica e de ritual de socialização, que se entrelaçam conformando uma rede. A partir desse entendimento podemos, profissionais de saúde e usuários dos serviços, intervir na realidade tendo em vista a melhoria da saúde da criança e da família.
OBJETIVO: Apresentar o delineamento e a experimentação de método educativo para promoção da alimentação saudável, tendo a culinária como seu eixo estruturante. MÉTODOS: Os referenciais teóricos adotados foram: preceitos da promoção da saúde, concepção crítica de educação em saúde, direito humano à alimentação adequada e segurança alimentar e nutricional e reflexões sobre cultura alimentar no contexto da contemporaneidade. As etapas de desenvolvimento do projeto contemplaram: identificação de representantes dos grupos de interesse (merendeiras, professores de ensino fundamental, adolescentes e profissionais de saúde da atenção básica, incluindo equipes de Saúde da Família); estruturação e experimentação, na cidade do Rio de Janeiro, do modelo de ação educativa; análise dos materiais coletados e confecção de materiais educativos. RESULTADOS: O modelo proposto e experimentado consistiu em oficina educativa estruturada em: vivência culinária; debate entre os participantes; encontro denominado Temperando Conceitos, no qual foram aprofundados os temas surgidos no debate; e encontro de avaliação de todo o projeto. Foram realizadas oito oficinas educativas envolvendo 116 participantes, que avaliaram o modelo proposto como capaz de os sensibilizar sobre o tema e incentivar para mudanças em relação à sua prática profissional e pessoal. CONCLUSÃO: O modelo experimentado configura-se em inovação metodológica no campo das práticas educativas para promoção da alimentação saudável e mostrou-se factível de ser aplicado. Como forma de continuidade do estudo, está em curso projeto de pesquisa para desenvolvimento de método educativo voltado à formação de multiplicadores para a promoção da alimentação saudável, utilizando o modelo aqui apresentado como uma de suas estratégias educativas.
Saúde, promoção da saúde e agentes multiplicadores: concepções de profissionais de saúde e de educação do município do Rio de Janeiro Health, health promotion and multiplying agents: concepts of health and education professionals in the city of Rio de Janeiro, Brazil Resumo Os profissionais das áreas da saúde e educação têm papel importante no contexto da promoção da saúde. Este trabalho objetiva compreender suas concepções sobre saúde, promoção da saúde e agentes multiplicadores, uma vez que a maneira como pensam pode direcionar as práticas profissionais. Foram realizados sete grupos focais, sendo quatro com profissionais da educação (28 participantes) e três com profissionais da saúde (27 participantes). Para a análise, buscou-se interpretar e compreender as falas, identificando-se as categorias temáticas. Observou-se que os profissionais de saúde têm o conceito de saúde compreendido como resultante das condições de vida. Os educadores discutem suas dificuldades cotidianas para ter saúde, ressaltando a dupla jornada de trabalho. Em relação à promoção de saúde, os profissionais de saúde destacam seu papel como agentes de transformação. Os profissionais de educação apontam o acesso à informação como possibilidade de melhoria da qualidade de vida. Os resultados apontam para a necessidade de maior aproximação entre os campos, possibilitando um redirecionamento da prática com vistas à realização de ações intersetoriais de promoção de saúde e qualidade de vida. Este é um processo que demanda investimentos institucionais em educação permanente, na organização e na problematização do processo de trabalho.
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