Resumo: Este ensaio procura pensar a dialética do prazer negado e do prazer permitido, na constituição da subjetividade e da educação humanas. Para tal, este processo é analisado a partir de três dualismos: alienação/onilateralidade; liberdade/civilização e heteronomia/autonomia. O autor transita por conceitos filosóficos, psicanalistas e pedagógicos defendendo o argumento de que uma verdadeira liberdade e um verdadeiro prazer pressupõem o compromisso moral com a sociedade, na lógica de construir e manter a civilização. A partir desta tese, e/ou em todo o texto, o autor faz inferências para educação infantil.
Analisa os conceitos “otimismo” e “pessimismo” na história do pensamento ocidental, pela perspectiva da filosofia nietzschiana. Aprofunda e descreve o “jeito trágico de ser”, associado ao “pessimismo”, e o “jeito racional de ser”, com traços otimistas. Nietzsche e Marx são apontados como ilustrações de, respectivamente, o jeito pessimista e o jeito otimista. Em seguida, analisa o processo cultural de transição de um “jeito” para outro. Entre outros conceitos nietzschianos, o autor se utiliza, sobretudo, do conceito de “ressentimento” para caracterizar a inversão de valores, mais especificamente dos valores educativos, responsável pelo surgimento e pela hegemonia do “otimismo pedagógico”, indutor de concepções e práticas de ensino complacentes, permissivas e superficiais. Sugere que esse “otimismo pedagógico” forjou o que o autor chama de “Pedagogia do Ressentimento” e, finalmente, aponta o “pessimismo pedagógico” como antídoto e estratégia de superação dessa “Pedagogia”.
O presente artigo trás uma analise do projeto Música ao Campo, implantado no Assentamento Taquaral, Município de Corumbá-MS. Com uma visão critica sobre conjuntura da Educação Musical na Escola Municipal Rural de Ensino Fundamental e Integral Monte Azul, os caminhos interdisciplinares que a música dialoga na escola e os aspectos históricos com a proposta de Educação Popular. Lançamos um olhar sobre a identidade camponesa e a afirmação desta, numa perspectiva de rompimento de preconceitos históricos criados por uma oligarquia política e social, a organização da comunidade escolar e ações possíveis para o fortalecimento e manutenção do projeto. As experiências com diferentes formações musicais, Orquestra do Campo, Banda de Percussão Monte Azul, Camerata do Campo, duplas de música sertaneja e banda de rock (Química e os Poetas em Chamas). Um olhar sobre o processo de transição da escola de dois turnos, para o sistema integral e de que maneira este fato alterou o a didática do ensino musical.
Nosso objetivo neste artigo, a partir de uma asserção sobre de ideia de fracasso escolar no Brasil, é propor uma reflexão para ampliar a compreensão acerca do que representa o “currículo oculto” na escola e seus respectivos impactos nos processo educativos, sobretudo na formação de uma cultura escolar incapaz de superar os problemas existentes. Nesse sentido, entendemos que três fenômenos culturais podem contribuir nas análises relativas à ação escolar desenvolvida nas escolas brasileiras: o primeiro, da alienação, intuído pela perspectiva do materialismo histórico; o segundo, do ressentimento, melhor elaborado por Nietzsche; e o terceiro refere-se ao fenômeno do estetismo, alardeado por Kierkegaard. Os referenciais que selecionamos para a nossa reflexão permitem ir além das perspectivas políticas e econômicas muitas vezes associadas à ideia de fracasso no campo da educação. Antes disso, pretendemos demonstrar que os processos culturais produzem impacto significativo nos currículos escolares, o que demanda a ampliação das perspectivas investigativas sobre esse fenômeno na educação.
O presente artigo busca analisar a cultura pedagógica do Sudeste Goiano, mais especificamente alguns impasses educacionais que se manifestam no ensino básico e na formação de profissionais da educação na universidade. Temos como referencial teórico, principalmente, as reflexões sobre a ética e a estética, em Søren Kierkegaard, e os estudos sobre a cultura brasileira nas obras de Mario Vieira de Mello e de Regis de Morais. Em função de tais referenciais e de suas análises, esses impasses educacionais são caracterizados, neste artigo, como manifestações do estetismo na educação. Inicialmente, descrevemos as intuições de Kierkegaard sobre os modos de existência estético e ético e as confrontamos com os dados de algumas pesquisas que coordenamos desde 2003. As culturas de formação da região do Sudeste Goiano são o mote dessas pesquisas, tanto na formação dos profissionais do ensino, como na atuação destes em sala de aula. Concluímos que tem havido grande influência do estetismo na cultura educacional dessa região e apontamos estratégias pedagógicas, culturais e políticas de superação. Sendo um fenômeno cultural, podemos inferir que ele não se limita aos professores e às ações dos alunos, nem somente à esfera das práticas de ensino. Ele está presente na cultura universitária, na educação básica e nos espaços de gestão desses diferentes níveis de ensino, bem como nas políticas públicas para a educação.
O autor utiliza o pensamento de Nietzsche e de comentaristas, além de alguns filósofos da educação brasileira, como referências teóricas para analisar o que chamou de “a decadência da formação de professores, no Brasil”. Inicia sua análise no período mítico-trágico dos gregos antigos, época de uma cultura estética e afirmadora da vida e analisa o processo de ruptura, que silencia a cultura trágica e estética e dá voz à cultura racional que emerge, sobretudo com Platão, Paulo de Tarso e Agostinho. Com este último, a “metafísica cristã” se institucionaliza como laudatória do catolicismo em direção a toda Europa medieval, além de outros povos. O autor situa na ruptura mencionada a origem do ressentimento ou da reatividade que são dois fenômenos culturais que fundamentam o que ele chamou “Pedagogia do Ressentimento”, ou seja, um discurso pedagógico reativo, responsável, no entendimento do autor, pela decadência do processo de formação de professores.
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