A violência contra as mulheres não é recente na história da humanidade. Ela faz parte de um sistema sociohistórico que condicionou as mulheres a uma posição hierarquicamente inferior na escala de perfeição metafísica, produzindo um campo de força de relações assimétricas entre homens e mulheres em nossa sociedade. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é analisar como o preconceito, a discriminação e a intolerância constituíram predicativos da violência de gênero, trazendo para essa discussão a interpenetração de três módulos distintos: sexo/gênero, raça/etnia e classe social. Apesar dos altos índices estatísticos de violência contra as mulheres em todo o mundo e dos avanços sociais, políticos e jurídicos no combate à violência, defende-se a ideia de que o movimento dos direitos humanos ainda precisa encontrar instrumentos efetivos na promulgação da cidadania e dos direitos das mulheres.
Nos últimos anos, a discussão em torno da identidade do homem contemporâneo sugere que há uma verdadeira crise da masculinidade. Assim, procurando seguir o fio condutor através da vertente histórica da sexualidade, objetivamos neste trabalho verificar como o conceito de sexualidade e gênero perpassaram a construção cultural da diferença entre os sexos, e quais implicações teve para a chamada “crise da identidade masculina” contemporânea. In the last years, the discussion on contemporary man identity suggests a real crisis of the masculinity. Thus, through the history of sexuality resources, we aim in this work to verify how the cultural construction of the difference between sexs built the sexuality and gender concept, and which implications had for contemporary “crisis of male identity “
Nos últimos anos, tem se discutido acerca da atual crise da masculinidade. O “novo homem” estaria em crise porque não encontraria modelos identitários hegemônicos para descrever sua nova condição masculina. Os reflexos dessa crise se devem à maior participação das mulheres no campo do trabalho, do avanço da tecnologia no campo da sexualidade, na pluralidade de papéis e identidades sexuais, na redefinição do papel de pai, na maior preocupação com o corpo e com a estética e a tentativa de manter e sustentar um modelo hegemônico único no papel masculino. A partir disto, o presente trabalho objetiva analisar a atual crise da masculinidade, a partir de uma crítica do conceito de identidade de gênero e da literatura masculinista enquanto representantes dos men´s studies. Propõe-se, como saída mais ética, a definição do sujeito de acordo com o neopragmatismo lingüístico.
Resumo: Os distúrbios da imagem do corpo, na forma conferida pelo fenômeno dos "membros fantasmas", tomaram grande parte dos estudos do neurologista indiano V. S. Ramachandran. Seu trabalho, por meio de testes psicofísicos e estudos de imagem funcional em pacientes com "membros fantasmas", demonstrou aquilo que ele denominou "plasticidade neural" ou "plasticidade cortical" em cérebros humanos adultos. Este artigo tem por objetivo analisar criticamente a construção da imagem do corpo, da interioridade e do self a partir das principais teses neurológicas de Ramachandran sobre o fenômeno dos "membros fantasmas". Defende-se a ideia de que, apesar de o autor apresentar novas modalidades de descrições subjetivas e narrativas da mente, a experiência subjetiva e a construção da imagem corporal também devem ser explicadas em termos da relação corpo-ambiente ou corpo-mundo, na qual se destaca o papel da linguagem e das narrativas de si. Palavras-chave: membros fantasmas; Ramachandran; imagem do corpo; cérebro; neurologia.
Ao compreender o preconceito como um conjunto de crenças, atitudes e comportamentos negativos atribuídos a membros de determinados grupos sociais, o objetivo do presente trabalho é analisar o preconceito contra as minorias negras e homoeróticas, a partir de uma leitura da Psicologia Social e freudiana, verificando qual a saída mais ética para esse mal-estar que ainda se vivencia na contemporaneidade.
Resumo A homofobia se constitui por meio de crimes, demonizações, patologizações, violências físicas e psicológicas, muitas vezes ocasionando o extermínio de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais no mundo contemporâneo, sem que as pessoas que comentem esses atos sejam punidas. Esta violência é constituída pelo sistema hierárquico heteronormativo, heterocêntrico e heterodeterminado contra a visibilidade dos gêneros e das sexualidades não hegemônicas. Este artigo tem por objetivo analisar a matriz do conceito de homofobia e as diversas formas de manifestação da violência contra gêneros e sexualidades. Os autores partem da definição do conceito de “fobia” na psiquiatria, Psicologia e Psicanálise, para então analisar o conceito de homofobia e suas vicissitudes. Discutem que o termo homofobia não explicita as diversas manifestações de agressões contra a população LGBTI+ ao analisar marcadores históricos e sociais, e sugerem o termo “violências fóbicas em gêneros e sexualidades” para explicitar a precariedade da vida e a vulnerabilidade da população LGBTI+.
O presente artigo propõe traçar uma linha de continuidade entre as ideias de Sándor Ferenczi e Michael Balint a respeito do vínculo analítico. O conceito de transferência, tal qual formulado por Freud, teria sofrido uma modificação em sua possibilidade de entendimento nos casos não neuróticos, chamados de narcísico-identitários ou borderline. Nesse sentido, estudamos a questão do vínculo analítico em autores que priorizaram a construção de uma clínica que abarcasse tais casos, como Ferenczi e Balint. A proposta clínica desses autores inclui, no processo analítico do paciente, a contratransferência, e mais, o psiquismo do analista em sua parte mais inconsciente. Em virtude disso, ressaltaram as dificuldades e desafios que essa clínica implica, denunciando a exigência de uma análise profunda do analista para o atendimento desses casos. A inclusão, portanto, do psiquismo do analista no setting implicaria um entendimento intersubjetivo do enquadre, produzindo uma nova maneira de enxergar a relação analítica e, consequentemente, a técnica.
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