Tomando por base o fenômeno da coerência referencial tal como entendido por Givón (1995; 2001b), analisamos suas consequências sintáticas na combinação de cláusulas. Com apoio em teorias funcionalistas que defendem a articulação de cláusulas em termos de gradiência (HAIMAN; THOMPSON, 1984; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; GIVÓN, 2001b), descrevemos e analisamos 596 Cláusulas Hipotáticas Temporais do Corpus Sociolingüístico de la Ciudad de México (CSCM) e testamos a hipótese de Givón (1995; 2001b) sobre continuidade referencial em cláusulas mais integradas às que se articulam, observando a posição (anteposta, intercalada, posposta), seu tipo (desenvolvida, reduzida) e seus sujeitos (correferenciais ou não aos de suas nucleares). Nossos resultados mostram a atuação do princípio de marcação e sua dependência ao contexto (GIVÓN, 1995; 2001a) e do princípio de expressividade (DUBOIS; VOTRE, 2012), principalmente no uso de cláusulas intercaladas, formas menos marcadas nesse contexto, por expressarem maior coerência referencial do que as antepostas e pospostas. Concluímos que a combinação de orações serve a propósitos discursivos, mobilizando a coerência referencial no discurso, cujos meios sintáticos são expressos em cláusulas mais integradas à sua nuclear.
Objetivamos analisar a Estrutura Argumental Preferida - EAP (DU BOIS, 1987) de Cláusulas Hipotáticas Circunstanciais Temporais desgarradas em memes quando, coletadas no site de pesquisa Google e na rede social Instagram. Adotamos os seguintes procedimentos metodológicos: coletamos 100 orações, dividimos de acordo com o tipo de verbo (verbos de dois argumentos (V2), verbos existenciais de um argumento (V1e) e verbos não existenciais de um argumento (V1~e)) e codificamos conforme as variáveis tempo e modo verbais; ordem dos constituintes; tipo semântico e sintático do verbo; manifestação, posição e estatuto informacional do sujeito de verbos transitivos e intransitivos e do objeto de verbos transitivos. Os resultados apontaram para os seguintes traços gerais: ordenação SV(O) e presença de verbos de estado ou ação (com tendência mais forte para o último tipo) no Presente do Indicativo. Em relação às tipologias verbais, foram detectados os seguintes traços, que confirmam parcialmente a EAP: Sujeito de V2 = [pronominal, pré, dado]; Objeto de V2 = [lexical, pós, novo]; Sujeito de V1e = [lexical/pronominal, pré, dado/novo]; Sujeito de V1~e = [lexical/pronominal, pré, novo]. Verificamos que essas construções constituem um tipo especial no que se refere à manifestação do sujeito. Logo, entendemos que, nessas construções, verbos V2 tendem a apresentar participantes da interação, pronominalizados e dados; já V1e e V1~e tendem a focalizar participantes da interação ou externos a ela (pronominais ou lexicais, dados ou novos), ainda que V1~e tenha maior tendência em apresentar sujeitos novos. Além disso, constatamos a frequência das cláusulas desgarradas em memes. ---DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2018n46a1124
Analisamos, neste artigo, sob os vieses qualitativo e quantitativo, o vocábulo presidenta, que, tomando por base sua forma latina, não apresentaria variação; contudo, a validade do termo justifica-se por diversos critérios: (i) a língua abriga variação e mudança; (ii) a variação presidente/presidenta, em Português (brasileiro e europeu), também é notada em veículos midiáticos das demais línguas românicas: Francês, Italiano, Espanhol e Romeno; (iii) há menção ao vocábulo em obras de referência, (iv) que também apresentam possibilidade de variação a outras palavras terminadas em -e; (v) a variação é comprovada em dados reais, sendo o vocábulo presidenta fortemente motivado por posição político-partidária.
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