Resumo Muitas são as formas de interação com as narrativas literárias: livros, filmes, histórias em quadrinhos, jogos etc. Com o século XXI, os métodos de adaptação ganharam força, realizando-se diversas ações de transformar histórias de um gênero em outro, criando uma série de referências que se vão cruzando e se ampliando. Nesse sentido, os jogos de tabuleiro também permitem um diálogo intertextual, recriando e evocando textos clássicos a partir de uma outra perspectiva de interação. Isso é o que se realiza no projeto de extensão “Adamastor: Laboratório de Criação de Jogos Literários”, com caráter didático, para estimular a leitura literária e ampliar sua fruição para além de um mero jogo de perguntas e respostas de compreensão e interpretação. A título de exemplo, apresenta-se o processo de adaptação para um jogo de tabuleiro do romance naturalista O cortiço, de Aluísio Azevedo, a partir dos conceitos teóricos de adaptação elaborados por Linda Hutcheon.
Link para acesso ao Editorial da Parte 1 do dossiê "José Saramago: aqui, além, agora": https://www.revistas.usp.br/desassossego/article/view/202627 Dando sequência ao caminho de perscrutar a árvore saramaguiana até as sementes, empreende-se, neste segundo volume, na miríade de gêneros textuais que Saramago mobiliza antes da década de 1990, a observação de suas incursões como escritor que se propõe mobilizar e, afinal, desassossegar.Inicialmente, partimos da revisitação e subversão que se propõe em História do cerco de Lisboa (1989) em dois ensaios, de Eduarda Barata e Nathalie Ivandic, e de Iago Nunes dos Santos, bem como da alegoria imaginativa e provocativa de A jangada de pedra (1986), apontada por Ubiratan Machado Pinto. Encerrando-se as visões dos romances, temos um jogo de tensões em O ano da morte de Ricardo Reis (1984), no ensaio de Patrícia da Silva Cardoso, e as mobilidades do espaço em Memorial do convento (1982), na análise de Marco Aurélio Mello.Transportando-nos para os jogos teatrais de Saramago, vemos os embates e questionamentos que ocorrem tanto em Que farei com este livro? (1980) quanto em A noite (1979), em dois ensaios, um focando na primeira das peças, de Daniel Vecchio Alves, e outro contrapondo ambas, de Cybele Regina Melo dos Santos. Explorando outros gêneros textuais, chegamos ao movimento dinâmico de ritmo narrativo que se presentifica nos contos de Objecto quase (1978), no ensaio de Gabriel Franklin, e no exercício de crítica literária que José Saramago desenvolveu na revista Seara nova, em 1967, analisado por Nefatalin Gonçalves Neto. Por fim, retrocedendo até os seus movimentos germinais, no ensaio de Saulo Gomes Thimóteo, analisam-se dois contos que Saramago publicou, em 1950 e 1948, nas revistas Seara nova e Ver e crer: "O Sr. Cristo" e "A morte de Julião" -e que estão, também, no final do volume.Além disso, duas resenhas sobre textos que acabam por unir as duas pontas da vida, com o ato de reviver histórias da infância e
O Padre António Vieira, em seus sermões, busca a cadência verbal e um jogo de imagens, ideias e conceitos para criar um texto em fluidez que se constrói aos olhos do leitor. Contudo, em muito se distancia a sociedade do século XXI daquela que viu e ouviu tais textos, no século XVII. Assim, é necessário que novas abordagens para os textos vieirianos sejam apresentadas, no sentido de problematizá-lo às novas gerações. Utilizando processos de adaptação, é possível dar nova roupagem à obra do jesuíta português, ilustrando os raciocínios de argumentação e as alegorias e exemplos dados em forma de banda desenhada. Com isso, esse trabalho pretende examinar conceitos como adaptação, transposição e intermedialidade, elementos constitutivos do pensamento e da estrutura verbal de Vieira e sua aplicabilidade nas novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Tomando como exemplo as produções de banda desenhada desenvolvidas no âmbito do projeto de pesquisa Leituras da obra do padre António Vieira: A arquitetura lógica, a construção retórica e a atualidade argumentativa, especialmente a baseada no Sermão do bom ladrão, mostra-se como, por meio da articulação entre linguagem verbal e não verbal, é possível construir caminhos para novos leitores da obra do Padre Vieira.
Entrevistas realizadas com Fernando Gómes Aguilera, Miguel Real e Ricardo Viel.
Há, na obra de António Vieira, um movimento contínuo entre figuras, vindas não somente da Bíblia ou da vida dos santos, mas também de elementos da natureza e da sociedade. Isso se torna visível, por exemplo, no “Sermão de Santo António”, escrito em 1654, no qual a figura do santo se conecta a uma variedade de peixes. Cada um deles é evocado por Vieira como uma parte que forma uma rede de metáforas, construindo, por fim, uma pesca destinada aos homens.
1Fingir que a Literatura Portuguesa não contribuiu para a formação da cultura brasileira é como ignorar um membro da família. Ter como diretriz o diálogo e a multiculturalidade, mas omitir-se quanto a milenar cultura do povo português (que, bem ou mal, dialoga e interage diretamente com o Brasil) é uma contradição.Por isso, desbastemos o que basto está! PAM Deve-se considerar a dimensão cultural possível da associação com um país "irmão de língua". Nas escolas da Argentina, Colômbia, Chile e demais países da América Latina, não se deve apresentar um personagem como Dom Quixote, e um autor como Cervantes, só porque vêm da Espanha, como se fosse uma metrópole tenebrosa e colonizadora ainda hoje?Nos Estados Unidos, Shakespeare deveria ser nome nunca pronunciado, por vir de além do Atlântico, de um lugar que, desde as batalhas de George Washington, todo americano aprenderia a abominar?Então, se tudo isso é um exagero e algo disparatado, porque o Brasil não possuirá abertura no Ensino Básico para que se apresente Luís de Camões, figura que se equipara aos autores supracitados? E que mesmo Harold Bloom, em sua obra "Gênio", ao tratar dOs Lusíadas, comenta: "Embora o tema de Camões seja o heroísmo português, o poeta está sempre a contabilizar o custo humano de tudo o que relata, e a sua profunda ambivalência reflete um gênio tão compadecido quanto corajoso".Ou então ler Fernando Pessoa, português que muitos brasileiros parecem achar que nasceu no Brasil, se olharmos a 18º posição do escritor brasileiro mais admirado, presente em "Retratos da Leitura no Brasil 2012".Ou o padre António Vieira, um português tão brasileiro que parece ter fundado uma nova língua, fluida, arquitetônica e belíssima.Ou Almada Negreiros, muso inspirador deste texto, que se iguala a Oswald de Andrade na produção modernista do gênero literário Manifesto.Ou ainda José Saramago, até o momento, o único escritor de língua portuguesa que recebeu o Nobel de Literatura, que em seus romances,
José Saramago, escritor português reconhecido por romances como Ensaio sobre a cegueira e Todos os nomes, possui, como uma parte de seus textos de formação, crônicas publicadas entre 1968 e 1975, produzidas durante o período final do Estado Novo. Nelas, já se encontram elementos de imaginação poética e ficcional, bem como de engajamento social. No presente artigo, analisar-se-á uma crônica intitulada “As palavras”, inserida no livro Deste mundo e do outro, em que se pode notar um envolvimento e uma revelação das palavras e seu uso.
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