Resumo Os cachimbos europeus de caulim, produzidos especialmente entre os séculos XVII e XIX, eram industrializados e descartados rapidamente. Ainda, os estilos decorativos e de marcas de fabricante foram vários e relativamente bem marcados no tempo. Portanto, são particularmente úteis como instrumento de datação de sítios, camadas e feições, mesmo daqueles estratos urbanos extremamente revolvidos. Serão aqui analisados cachimbos de caulim exumados do Recife Antigo, Pernambuco, e da área de aterro à frente da Sé Primacial de Salvador, Bahia. Em um primeiro momento, explora-se o potencial desses cachimbos de caulim para aferir o período e o local de sua produção; consequentemente, também intervalos prováveis para os estratos de onde provieram. Nesse sentido, busca-se contribuir com uma arqueologia das cidades do Recife e de Salvador. Por outro lado, lembra-se que esses implementos do fumo se referiam a uma prática, então crescentemente globalizada, repleta de significados e associações socioculturais. Os casos aqui abordados, apesar de referirem-se a duas áreas urbanas distintas, possibilitam correlações interessantes, por serem ambas cidades portuárias de relevo na América portuguesa dos séculos XVII e XVIII. Considerando-se esses elementos, aventam-se algumas possibilidades interpretativas acerca das categorias sociais que os utilizaram, tendo em vista especialmente as investidas e as ocupações batavas do Nordeste.
Resumo: O tempo é dimensão intrínseca da vivência humana e da nossa experiência de mundo. Evitando considerá-lo simplesmente como invólucro ou como um suporte de eventos, abre-se lugar para pensar sobre o tempo imanente, que nos é interno à consciência. Esse é o tempo tal como é percebido, que privilegia, por exemplo, a duração percebida de algum evento ao invés da duração absoluta, mensurada em minutos, dias ou anos. Essas questões se fazem relevantes quando se considera a presença dos marinheiros-caçadores na Antártica do século XIX. Isso porque a imagem recorrente do continente gelado é a de um espaço inerte e estático, sem ação e sem tempo. Contudo, pensando na possibilidade de outras formas de compreendê-la, esse artigo explora os elementos que podem determinar ou influenciar a percepção do tempo transcorrido, sua velocidade e compasso, para o contexto desses marinheiros-caçadores. Para isso, serão relacionados elementos como o ritmo intenso de trabalho de caça, os momentos de lazer, de atribulações e obstáculos, os marcadores absolutos e não absolutos de tempo, a proveniência dos objetos utilizados (metrópole x Antártica) e a durabilidade dos objetos trazidos na viagem. Palavras-chave:Tempo. Marinheiros-caçadores. Século XIX. Arqueologia. Paisagem. Antártica. Abstract:Time is an intrinsic dimension of our life as humans and our experience of the world. When not considering it simply as a shell or as a medium for events, we are invited to think about immanent time, which is internal to consciousness and refers to perception. It highlights, for example, perceived duration instead of absolute duration, measured in minutes, days or years. These issues are relevant when considering the presence of sailor-hunters in 19th century Antarctica. The recurrent image we created of the cold continent is one of it being still and static, without action or time. However, thinking about the possibility of other ways of understanding it, this article explores the elements that may determine or influence the perception of time passage, its velocity and rhythm, in the context of thesesailor-hunters. In this respect, the following elements will be correlated: the intense rhythm of the hunting activities, the moments of leisure and obstacles to the work, the absolute and non-absolute markers of time, the provenance of the objects used (Metropolitan state versus Antarctica), and the durability of the objects taken on the trip.
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