INTRODUÇÃOO divertículo faringoesofaeano de Zenker é uma doença rara, representando 0,11% de 20000 esofagogramas e 1,8% dos doentes com disfagia 1 . Afeta geralmente a população idosa, principalmente do sexo masculino. Sua etiologia não é bem definida mas parece relacionar-se, na maioria das vezes, a uma disfunção no esfíncter superior do esôfago que não se abre adequadamente durante a deglutição, gerando uma pressão elevada no interior da faringe, com conseqüente herniação progressiva da mucosa e submucosa, através de um ponto de fraqueza na musculatura na parede posterior do esôfago, o triângulo de Killian 2 . O presente trabalho visa relatar três casos de pacientes com divertículo de Zenker submetidos ao tratamento operatório convencional, assim como discutir as diversas modalidades terapêuticas existentes. RELATO DOS CASOSJFR, 71 anos, masculino, com queixa de disfagia cervical, associada a deglutição ruidosa, regurgitação, abaulamento cervical esquerdo, acessos de tosse e emagrecimento progressivo há três anos. Realizou endoscopia digestiva e esofagograma que demonstraram divertículo faringoesofageano.MAS, 78 anos, feminina, com relato de disfagia cervical, regurgitação e emagrecimento há dois anos. A endoscopia digestiva alta revelou orifício em transição faringoesofágica. O esofagograma mostrou volumoso divertículo faringoesofágico (Figura 1).JFS, 64 anos, masculino, informava disfagia alta há dois anos, associada a emagrecimento. O Esofagograma evidenciou o divertículo de Zenker.Após criteriosa avaliação das condições clínicas dos pacientes, os mesmos foram submetidos ao tratamento operatório que consistiu em diverticulectomia, por cervicotomia esquerda, com miotomia cricofaríngea, extendendo-se para esôfago superior, com extensão de aproximadamente 7 a 10cm (Figura 2). Os pacientes evoluíram bem no pós operatório. Atualmente todos êles estão bem, assintomáticos. DISCUSSÃOOs divertículos esofageanos são bolsas epitelizadas que se projetam para fora do lúmen esofágico, sendo, na sua maioria, adquiridos, ocorrendo predominantemente em adultos. Eles são classificados de acordo com a espessura da sua parede em verdadeiros, quando apresentam todas as camadas da parede esofágica; e falsos, quando são formados somente por mucosa e submucosa 1 . Quanto ao mecanismo de formação, podem ser classificados como de pulsão, quando a mucosa e a submucosa herniam através da musculatura devido a um aumento da pressão na luz do esôfago; ou de tração, quando um processo inflamatório adjacente ao esôfago
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