Está em curso a construção do que é discutida neste trabalho como tendência humanista-cultural da geografia brasileira, compreendida como um conjunto de produções que absorve a perspectiva plural no que se refere a influências metódicas e de marcos teóricos, além de um olhar voltado para o indivíduo. O estudo se dá a partir da análise da produção geográfica brasileira contemporânea, mais especificamente da primeira década do século XXI, que utiliza como suporte teórico a noção de mundo vivido – presente nas formulações de autores anglo-saxões como Anne Buttimer, Yi-Fu Tuan, Edward Relph e David Lowenthal – e o conceito de espaço vivido, do francês Armand Frémont. Nota-se que esta dupla orientação aponta para a existência de uma instabilidade conceitual, que traz elementos da fenomenologia de Edmund Husserl, juntamente com conceitos inerentes à psicologia. Diante desta constatação, o artigo apresenta a contribuição dos geógrafos franceses Augustin Berque e André-Louis Sanguin, bem como dos geógrafos brasileiros Milton Santos e Werther Holzer, além da perspectiva analítica do sociólogo francês Alain Touraine e dos filósofos, também franceses, Jean-Paul Sartre e Jean-Marc Besse.
No presente trabalho busquei estabelecer inicialmente uma interface entre a noção de liberdade em Jean-Paul Sartre e a Declaração universal dos direitos humanos, tendo como pano de fundo o sentido e a conquista da cidade, pelos olhares de Henry Lefebvre, Jane Jacobs e David Harvey. Posteriormente tracei aproximações e distanciamentos sobre a ocupação da rua como lugar do grito e da maximização da liberdade. A dimensão empírica se instaura através da análise de entrevistas de manifestantes ou pesquisadores que estiveram envolvidos nos movimentos do maio de 1968 na França, nas jornadas de junho de 2013 no Brasil e nas manifestações dos “coletes amarelos” também na França a partir de 2018.
A presente empreita investigativa possui o intuito de verificar a presença de traços dos preceitos cartesianos contidos na obra “O discurso do Método” em meio a busca por caracterizar/interpretar a natureza contida no Cerrado. Neste sentido, ao escolhermos o Cerrado como expressão desta natureza; fizemos a partir da intenção de deslindar diversos modos de concebê-lo, para buscar as nuances entre as interpretações das ciências humanas e das ciências naturais, mais especificamente a biologia/botânica, a geografia e a antropologia. Evidenciou-se a proximidade com a ideia de savana no primeiro momento, a partir da contribuição dos viajantes europeus, Carl Friedrich Phillip von Martius (1794-1886) e Johan Albert Constantin Löfgren (1854-1918). No segundo momento realiza-se um sobrevoo sobre os conceitos de domínio morfoclimático do geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber, passando pela ideia de sistema biogeográfico do antropólogo Altair Sales Barbosa; e chegando à noção de bioma com a perspectiva de Leopoldo Magno Coutinho. Ao final, observa-se que, ainda que se tenham divergências entre as classificações/denominações, permanecem traços evidentes dos preceitos cartesianos na forma de compreensão da natureza expressa no tratamento dado ao Cerrado.
No presente trabalho busquei estabelecer inicialmente uma interface entre a noção de liberdade em Jean-Paul Sartre e a Declaração universal dos direitos humanos, tendo como pano de fundo o sentido e a conquista da cidade, pelos olhares de Henry Lefebvre, Jane Jacobs e David Harvey. Posteriormente tracei aproximações e distanciamentos sobre a ocupação da rua como lugar do grito e da maximização da liberdade. A dimensão empírica se instaura através da análise de entrevistas de manifestantes ou pesquisadores que estiveram envolvidos nos movimentos do maio de 1968 na França, nas jornadas de junho de 2013 no Brasil e nas manifestações dos “coletes amarelos” também na França a partir de 2018.
ResumoÉ assumindo a cidade como o lócus fundamental das tensões contemporâneas que as análises aqui presentes se sustentam. O itinerário investigativo buscou explicitar como a cultura urbana, entendida como movimento cotidiano central das cidades, estabelece com a paisagem uma relação de resistência à dinâmica global que penetra os lugares. O objeto de estudo em questão é Aparecida de Goiânia, cidade partícipe da Região Metropolitana de Goiânia, no Estado de Goiás. O estudo se debruçou sobre as materialidades culturais que são percebidas na paisagem de Aparecida de Goiânia, entrelaçando apontamentos teóricos e conteúdos obtidos por meio de entrevistas e questionários realizados com atores sociais diretamente envolvidos com a cultura não oficializada. Entre março de 2013 e julho de 2015, identificaram-se mais de 300 grupos/artistas e cerca de 80 entidades e 70 locais que dinamizam sistematicamente a cultura no município de Aparecida de Goiânia. Agregaram-se ainda à pesquisa empírica 121 grupos e artistas que possuem perfis em redes sociais digitais, extraídos do universo identificado. A análise, portanto, permeia também o modo como essas redes fomentam mecanismos de fortalecimento da dinâmica cultural no processo de configuração das materialidades presentes na paisagem. Essas materialidades/objetos absorvem os fluxos de racionalidades locais produzidos pelos indivíduos e pelos grupos organizados; assim, com a participação nas referidas redes sociais digitais, estimula-se o pertencimento e fundam-se territorialidades resistentes na cidade. Palavras
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