As áreas urbanas são cada vez mais comuns nos trópicos, sendo crucial o estudo dessas paisagens antrópicas para a conservação da sua biodiversidade. Este artigo traz o estudo inédito das briófitas em sete parques urbanos com fragmentos de vegetação na cidade de São Paulo. O material totaliza 737 exsicatas, depositadas no Herbário Maria Eneyda Pacheco Kauffmann Fidalgo, do Instituto de Botânica de São Paulo, e no Herbário da Prefeitura do Município de São Paulo. Registraram-se 69 espécies predominantemente corticícolas e generalistas para os locais estudados. A brioflora é empobrecida na vegetação fragmentada, mas a distribuição das espécies é regional. A maior riqueza em espécies foi registrada para parques que possuem diferentes tipos de ambientes, nos quais foram encontradas as briófitas. Parques com brioflora mais rica também se situam em bairros mais densamente arborizados e com temperaturas mais amenas. Metzgeria hegewaldii Kuwah. é citação inédita para São Paulo, encontrando-se ameaçada nesse estado, na categoria vulnerável. As áreas verdes também abrigam duas espécies endêmicas do Brasil. Os achados evidenciam a importância da arborização para a conservação da biodiversidade das briófitas urbanas, além de contribuírem para o monitoramento da qualidade ambiental nos parques estudados.
O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI) é a terceira maior reserva de mata nativa do município de São Paulo. O trabalho evidencia a diversidade das briófitas no PEFI, listando 266 espécies para esse parque, cujo material totaliza 1.818 exsicatas do Herbário do Instituto de Botânica de São Paulo (SP). A brioflora do PEFI é típica da Mata Atlântica de encosta do estado de São Paulo. A alta similaridade das áreas antrópicas e florestais do PEFI evidencia que a arborização das áreas antrópicas e a manutenção das áreas florestais nos seus arredores minimizam os efeitos do desmatamento na brioflora. A Mata Atlântica que cobre o PEFI ressalta a importância do parque na proteção da flora de briófitas desse ecossistema. O PEFI ainda se destaca pelo registro inédito de espécies para São Paulo [Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp., Lepidopilidium plebejum (Müll. Hal.) Sehnem, Riccia enyae Jovet-Ast], pela ocorrência de espécies que no Brasil se restringem ao estado paulista [Bryum challaense Broth., Cololejeunea microscopica (Taylor) Schiffn., Drepanolejeunea subdissitifolia Herzog, Eurhynchium hians (Hedw.) Sande Lac., Lejeunea lamacerina (Steph.) Schiffn., Lepidolejeunea bidentula (J.B. Jack & Steph.) R.M. Schust.] e pela ocorrência de 16 espécies endêmicas do Brasil.
A brioflora está empobrecendo em muitos países e, no entanto, forma um grupo de plantas importante para a sustentabilidade da sociedade. O presente artigo trata das briófitas do parque Ibirapuera – que possui áreas com bosque heterogêneo, entre áreas onde predominam edificações, córrego e lagos –, na cidade de São Paulo. O material totaliza 688 exsicatas depositadas no Herbário Maria Eneyda Pacheco Kauffmann Fidalgo, do Instituto de Botânica, além de duplicatas, no Herbário da Prefeitura do Município de São Paulo. O parque Ibirapuera possui 63 espécies de briófitas. Muitas delas se restringem a determinadas áreas do parque, onde várias ocorrem ainda em locais únicos. A maior riqueza da brioflora nas áreas com bosque heterogêneo, em relação às áreas onde predominam as edificações, comprova que as primeiras áreas servem como refúgio para várias espécies de briófitas, no parque Ibirapuera. Esses resultados demonstram a importância que a arborização tem para a conservação da brioflora do parque, a qual – agora conhecida – pode contribuir para o monitoramento da qualidade ambiental do local. A flora de briófitas destaca-se por apresentar uma variedade e uma espécie endêmicas do Brasil, duas espécies ameaçadas de extinção, sendo uma delas citada pela primeira vez para o país.
A survey of the bryophyte flora of Rio Branco Municipality, State of Acre, Brazil, has revealed a total of 76 species of bryophyte; 66 are new records for the State of Acre and two hepaticas, Cololejeunea dzumacensis P. Tix. and Lejeunea bermudiana (Evs.) Schust., are new records for Brazil. The Anthocerotae are represented only by Notothylas vitalii Udar & Singh.
As atividades humanas ampliam a ocorrência das briófitas em diferentes tipos de ambientes e substratos. O trabalho lista 110 espécies para a brioflora das áreas antrópicas do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, em Ubatuba, São Paulo. O material foi coletado em substratos naturais e artificiais e totaliza 172 exsicatas, depositadas no Herbário Maria Eneyda Pacheco Kauffmann Fidalgo (SP) e no Herbário Rioclarense (HRCB). As hepáticas ocorrentes em solo e rochas predominam na brioflora, cujas espécies, em sua maioria, são generalistas e apresentam forma de vida ‘tapete’. A brioflora estudada é similar àquela ocorrente na restinga e na Mata Atlântica de encosta, pois a área de estudo se limita com outras áreas onde esses dois últimos ecossistemas se encontram preservados, no Parque Estadual da Serra do Mar, que é uma Unidade de Proteção Integral da natureza paulista. Poucas espécies são restritas às áreas antrópicas, não ocorrendo em outros ecossistemas de Picinguaba e, entre essas, um número ainda menor já foi relacionado à ocupação humana. A maior parte das espécies listadas apresenta ampla distribuição geográfica mundial, ocorrendo também em todos os estados do Brasil.
RESUMO -(Briófitas de praias do Estado de São Paulo, Brasil). O trabalho compõe-se de uma lista de briófitas, um grupo de plantas ausente em ambientes marinhos, porém ocorrente em condições arenosas e salinas e sob ação das ondas e dos ventos nas praias de Ubatuba, Bertioga e Peruíbe, no Estado de São Paulo. O material coletado encontra-se depositado nos herbários SP e HRCB. As 108 exsicatas com 67 amostras de hepáticas e 59 amostras de musgos incluem 25 famílias, 49 gêneros e 77 espécies de briófitas. Os maiores números de gêneros e espécies foram observados em Lejeuneaceae e Lejeunea, respectivamente, entre as hepáticas. O mesmo pode ser dito para Orthotrichaceae e Bryum, quanto aos musgos. São citadas 29 espécies, pela primeira vez, para determinados tipos de substratos como solo, casca de arbustos e rochas. As hepáticas Ceratolejeunea laetefusca (Austin) R.M. Schust., Colura ulei Ast., Lejeunea bermudiana (A. Evans) R.M. Schust. e os musgos Calymperes afzelii Sw., Fissidens serratus Müll. Hal. e Weissia controversa Hedw. são citados pela primeria vez para o Estado de São Paulo. As hepáticas superaram os musgos em número de gêneros e espécies. Todas as espécies listadas são citadas pela primeira vez para praias. Palavras-chave: hepáticas, lista, musgos, praias, taxonomiaABSTRACT -(Bryophytes from sea-shores of the São Paulo State, Brazil). This paper is a list of the bryophytes found in sandy and saline conditions under action of waves and winds of sea-shores in Ubatuba, Bertioga and Peruíbe Municipalities, São Paulo State, Brazil. The group does not exist in marine environments. The material is deposited in SP and HRCB herbarium. The 108 exsiccatae with 67 samples of hepatics and 59 samples of mosses include 25 families, 49 genera and 77 species of bryophytes. Concerning to hepatics, the largest number of genera and species were found in Lejeuneaceae and Lejeunea, respectively. The same was observed on Orthotrichaceae and Bryum for mosses. Twenty-nine species are cited for the first time for these kind of substrates as soil, bark of shrubs and rocks. The hepatics Ceratolejeunea laetefusca (Austin) R.M. Schust., Colura ulei Ast., Lejeunea bermudiana (A. Evans) R.M. Schust. and the mosses Calymperes afzelii Sw., Fissidens serratus Müll. Hal., and Weissia controversa Hedw. are new records for São Paulo State. The hepatics occur in larger number of genera and species than mosses. All species are new records for sea-shores areas.Key words: hepatics, checklist, mosses, sea-shores, taxonomy IntroduçãoAs hepáticas e os musgos ocorrem em todos os ambientes, exceto os marinhos. São plantas terrestres, mas vivem principalmente em locais úmidos e sombreados. Os musgos representam o grupo mais complexo entre as briófitas e são, geralmente, mais tolerantes à seca que as hepáticas (Gradstein et al. 2001).A linha de praia restringe-se à franja sujeita à ação das marés. Em geral, é um ambiente de deposição recente, com areia rica em sais, sem desenvolvimento de camada orgânica. Os solos são pobres em nutrientes, bastante per...
O Parque Estadual Intervales (PEI) forma, com outras unidades de conservação, o Continuum Ecológico de Paranapiacaba, que é uma das sete maiores áreas contínuas de Mata Atlântica do país. O trabalho tem por objetivo evidenciar a riqueza da brioflora, pois lista 199 espécies (90%), além das 21 já citadas na literatura para o PEI, totalizando 220 espécies para a Mata Atlântica de encosta (floresta ombrófila densa) desse parque. O material totaliza 767 exsicatas, que se encontram depositadas no Herbário Maria Eneyda Pacheco Kauffmann Fidalgo, do Instituto de Botânica de São Paulo (SP). A brioflora do PEI é rica e característica da Mata Atlântica de encosta do estado de São Paulo, mas com algumas espécies restritas ao parque, não ocorrendo nesse ecossistema de outras localidades paulistas; inclui duas citações novas para o Brasil (Chryso-hypnum squarrosulum, Leskeodon andicola) e cinco para São Paulo (Fissidens dendrophilus, Macromitrium longifolium, Orthostichopsis praetermissa, Pelekium scabrosulum e Thamniopsis cruegeriana), além de possuir 13 espécies endêmicas do Brasil e uma espécie que, no Brasil, restringe-se ao estado paulista. Esses dados demonstram a importância do PEI para a conservação e proteção da diversidade da brioflora local, do estado de São Paulo e do Brasil.
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