Começava o natal. Para ela. Assim que ouvia. Sem querer. Mas prestando atenção, sim. A conversa dos grandes. "Natal tá chegando". E ela já se punha. Atenta. A perguntar hoje mesmo para sua mãe. "Será que Ele vem?" E a mãe: "Ah!!! Capaz que vem". A lançar esperança. Em coração apaixonado.
O olhar da História oficial sobre a história do Brasil, principalmente nos livros didáticos, traz a História a partir de um ponto de vista, em muitas literaturas, extremamente parcial, focada principalmente nos fatos e personalidades históricas. Neste olhar é possível ler nas entrelinhas do discurso o quão heroicos foram determinados representantes do sistema político brasileiro e/ou ações advindas dos mesmos. Neste contexto, qual o olhar da sociedade, via literatura, sobre tais sistemas e/ou atos? E a população negra dentro desses sistemas de governo, o que sentiram? Buscando responder a tais questionamentos, este trabalho tem como objetivo fazer uma leitura da situação social do negro/a dentro de um período específico da Monarquia e dos anos iniciais da República brasileira a partir de três textos literários, a saber: “Navio negreiro” (excertos do poema), de Castro Alves; “15 de novembro” e “O momento”, de Lima Barreto. Além disso, procurar-se-á identificar e analisar o olhar do eu-poético e narrador sobre seus respectivos períodos histórico-políticos. Para tanto, utiliza-se de respaldo teórico (FAUSTO, 1995; NATAL, 2017; SILVA, 2012; PESAVENTO, 2003 etc.). Uma das conclusões a que foi possível chegar é que em ambos os textos o sofrimento do negro, apesar de não mais escravizados, perpetua-se de um regime para outro.
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