Analisa-se o movimento da imprensa estudantil liceísta maranhense na primeira década republicana (1889-1900), enquanto fonte e objeto de estudo simultaneamente. Para tanto, descrevem-se os aspectos relacionados à materialidade dos jornais O Século (1889), O Ensaio (1890), A Eschola (1891), O Porvir (1895), O Ideal (1898) e A Actualidade(1900) bem como as principais temáticas debatidas por eles. A abordagem teórico-metodológica se baseia nos pressupostos da história cultural. Conclui-se que a imprensa liceísta teve papel de destaque na sociedade maranhense e no processo de revigoramento da ‘Atenas Brasileira’, atuando, principalmente, como veículo de legitimação de práticas intelectuais.
Propõe-se a análise da contribuição da “Sociedade Onze de Agosto”, procurando entendê-la como centro de referência cultural no solo maranhense do século XIX. Esta instituição tinha a finalidade de oferecer a instrução das primeiras letras à população adulta, com privilégio aos conteúdos das artes mecânicas e industriais. Descreve-se o movimento social, político e educacional do oitocentos, de modo a situar as condições que propiciaram a criação do estabelecimento em 1870. Considera-se o ensino noturno oferecido aos trabalhadores em diferentes localidades da Província, como Caxias, Alcântara e São Bento, por exemplo. Enfatiza-se a Escola Normal criada pela “Sociedade Onze de Agosto”, que objetiva formar professores e professoras para o ensino primário, para o ensino das artes voltadas às atividades manuais (carpinteiro, sapateiro, alfaiate, etc.) e para a indústria, o comércio e a lavoura.
Tratamos neste artigo da trajetória da Biblioteca Pública no Maranhão com destaque para as reivindicações para a construção de um prédio definitivo para alojar o seu acervo e atender seus leitores. Em princípio, tratamos de situar a Biblioteca no período imperial, depois, abordamos os debates estabelecidos na República e, em seguida, a construção da sua edificação permanente. Para tanto, utilizamos fontes documentais diversas com destaque para os relatórios dos seus diretores, analisados a partir da História Cultura. Concluímos que a construção do prédio da instituição se constituiu em um movimento que tem a sua gênese na sua criação e se encerra na década de 1950, quando é edificado e entregue à sociedade maranhense o prédio que a biblioteca desde então ocupa em São Luís.
O crescente aumento da pobreza na Província do Maranhão no oitocentos, após a Revolta da Balaiada, contribui com a criação da Casa dos Educandos Artífices em 1841 que recolhe crianças desvalidas do sexo masculino. Os admitidos aprendiam as primeiras letras, a doutrina cristã e recebiam uma instrução mecânica que se adquiria no Arsenal de Guerra, nas obras públicas do governo e em oficinas particulares. O ensino dividido em lições teóricas e literárias é organizado como as demais aulas de instrução primária; educandos que aprendiam a ler, escrever e contar; recebiam noções de gramática nacional e aulas de música vocal e instrumental. A modalidade profissional consistia na aprendizagem de uma arte mecânica: pedreiro, alfaiate, marceneiro, serralheiro e tanoeiro. Objetiva-se resgatar o ciclo de vida dessa Instituição que culmina com a Proclamação da República, recorrendo-se ao cruzamento de diversas fontes: manuscritas; ofícios dos diretores aos presidentes de Província; relatórios dos próprios presidentes de Província; regulamentos; leis e os jornais que circularam em São Luís no período de 1841 a 1889, à luz dos aportes teóricos de Norbert Elias. As categorias de análises adotadas foram: processos de criação e instalação da Instituição; caracterização e utilização do espaço físico, relações de poder (entre diretor, escrivão e professores); fluxo das disciplinas e organização do tempo escolar; professores, legislação, normas e administração. Contribui-se com esta pesquisa para compreendermos a natureza da instrução profissional e as características das instituições escolares destinadas ao acolhimento de crianças desvalidas no Maranhão do século XIX.
RESUMO Neste artigo, analisa-se a cultura material escolar do Lyceu Maranhense, objetivando compreender a dinâmica do ensino e o tratamento dispensado aos objetos escolares segundo os discursos, considerando-se o modelo de escola e ensino impostos. Fundamenta-se nos pressupostos teórico-metodológicos da história cultural, para captar a tensão como forma, dispositivo, estrutura e frequência das normas instituídas/ práticas recorrentes, além das adaptações dos sujeitos que opõem estratégias de imposição e táticas de apropriação do equipamento ergológico. Conclui-se que a prática pedagógica, nesta instituição, sofre influência decisiva provinda dos centros europeus e que a cultura material escolar é participe de todos estes contextos.
RESUMO: Neste artigo debate-se o processo de implantação e instalação do Colégio Universitário da Universidade Federal do Maranhão no contexto de modernização do ensino no estado (1960/1980) e de sua transferência e reestruturação para o bairro periférico da Vila Palmeira em São Luís como Colégio de Aplicação. Analisa-se a conjuntura político-educacional que viabilizou a remoção desta unidade integrada do campus universitário como modalidade escolar de escolarização restrita a uma pequena e seletiva clientela, para uma comunidade pobre na periferia da capital. Apontam-se os confrontos entre estratégias impostas pela política educacional/gestão funcionalista do estado, e táticas de apropriação dos professores, funcionários, alunos, lideranças e organizações comunitárias pertencentes a uma cultura local, que em função de interesses interligados, defenderam a instituição como instância de pertença, permanência e sobrevivência. Utilizam-se jornais, legislação e documentação do arquivo escolar como fontes norteadas pelo referencial teórico-metodológico da história cultural. Conclui-se que a defesa constante da comunidade local, professores e funcionários pelo papel/lugar do Colégio de Aplicação como imagem simbólica e concreta de superação neste bairro suburbano e sua efetivação como escola-laboratório, campo de estágio e espaço de educação permanente e de adultos, se constitui numa moeda de troca destes indivíduos para ter acesso ao mercado de bens simbólicos e um caminho para capitalizar possibilidades de ascensão social via sucesso escolar.
In this paper, the school material culture of Lyceu Maranhense is analyzed, aiming to understand the dynamics of teaching and the treatment given to school objects according to the discourses, considering the imposed school and teaching model. It is based on the theoretical-methodological assumptions of cultural history, to capture tension as a form, device, structure and frequency of instituted norms/recurrent practices, in addition to the adaptations of subjects that oppose imposition strategies and appropriation tactics of ergological equipment. It is concluded that the pedagogical practice, in this institution, is decisively influenced by European centers and that the material school culture is a participant in all these contexts.
This is the trajectory of the Santa Teresa Asylum created in the Province of Maranhão in 1855, exposing its institutional purposes of sheltering, protecting, supporting and educating orphans. This paper was described the school practices inside this educational space. The text talks about the nature feminine formation directing to the domestic jobs of the aristocracy of Maranhão or take care of the home, the husband and children. It was prepared from the exploration of handwritten sources, articles published in newspapers, reports from the directors of the establishment in question and the presidents of the Province and the bibliography produced in the support and instruction of poor and helpless girls from Maranhão.
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