Este estudo tem como objeto de estudo a formação de professores, a partir da atuação de licenciandos no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- Pibid/Capes, tendo por objetivo compreender de que forma as práticas desenvolvidas no Pibid qualificam a formação do pibidiano, na articulação entre universidade e escola. Percebe-se que os licenciandos que têm a oportunidade de vivenciar a relação universidade/escola por meio do Pibid conseguem conhecer melhor o contexto escolar, analisando e problematizando as práticas pedagógicas, aspectos que qualificam a formação docente, desde que assumidos a partir de uma concepção de qualidade que se distancia do foco apenas nos resultados.
Neste artigo, articulamos os estudos sobre a alfabetização e a docência contemporânea, com foco na relação entre Educação Infantil e os Anos Inicias do Ensino Fundamental, tendo como lente analítica a perspectiva hipercrítica. Buscou-se problematizar e pensar de outros modos a ação docente, as concepções de culturas infantis e culturas escolares. Interessamo-nos em analisar como são desenvolvidas as ações dos professores que recebem os alunos da Educação Infantil e conhecer as suas expectativas pedagógicas, tanto para o contexto pandêmico, quanto para o retorno pós-pandemia. Nossa metodologia é composta pela ferramenta teórico-analítica denominada Pesquisa (De)Formação, onde foram produzidas 15 narrativas de professores alfabetizadores, no decorrer de um curso de extensão realizado em uma rede pública da região metropolitana de Porto Alegre, no ano de 2020. Como resultados, é possível perceber nas docências contemporâneas uma tentativa de homogeneização das aprendizagens. No contexto pandêmico e pós-pandêmico, entendemos que a heterogeneidade irá aumentar consideravelmente, pois muitas crianças não tiveram acesso à escola, nem por meio do ensino virtual, e muitas famílias apontaram dificuldades em auxiliar seus filhos nas tarefas escolares. As pesquisas já apontam para os desafios do retorno presencial. Nesse sentido, deixamos o desafio de pensar de outros modos as múltiplas dimensões do aprender e a potência da heterogeneidade, em especial no retorno as aulas presenciais. Esse exercício de problematização não significa apenas ir contra algo, mas desnaturalizar as verdades constituídas sobre a infância, sobre ensino e aprendizagem, sobre a docência e sobre a transição da EI para o EF.
Este texto foi escrito a partir dos resultados de um Projeto de Pesquisa CNPq desenvolvido com professores iniciantes de uma rede de ensino em um município da região do Vale do Rio dos Sinos/RS (2018-2021). O corpus empírico analisado é um conjunto de materiais oriundos de questionários on-line e das discussões de grupos de formação. O recorte teve como objetivo analisar narrativas de professores iniciantes que atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (AIEF) sobre os processos de acolhimento, acompanhamento e formação continuada no início de carreira docente. Na articulação dos estudos sobre formação de professores e estudos sobre docência contemporânea, esta pesquisa permite ampliar a compreensão sobre a inserção dos professores na carreira docente. O estudo também contemplou a etapa de Revisão de Literatura sobre programas específicos para professores iniciantes. A problematização foi elaborada a partir dos conceitos de “coformação”, de “ética da partilha” e de “ethos aberto”. Os resultados apontam para a necessidade de programas que atentem para as demandas e especificidades dos professores iniciantes ao ingressarem na escola pública. O exercício analítico possibilitou inferir sobre a potência do trabalho de formação quando esse envolve o coletivo de professores: os sujeitos criam conexões e estabelecem redes de cooperação/colaboração que operam na constituição de uma ética da partilha. Por fim, apresentamos a coformação como possibilidade para pensar/criar outras práticas com foco na formação de professores iniciantes e o ethos aberto como condição potencial no desenvolvimento de políticas públicas para a formação continuada.
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