RESUMO: Timpanismo intestinal agudo em cavalos e mulas introduzidos em pastagens de Panicum maximum cv. Tanzânia, cv. Massai e cv. Mombaça são relatados na região norte do Brasil, durante o período das chuvas. As causas são desconhecidas, porém, tem sido sugerido que estão associados a um maior armazenamento de carboidratos não fibrosos na gramínea. Este trabalho teve por objetivos realizar um levantamento epidemiológico dos surtos de cólicas ocorridos no Estado de Rondônia, assim como contribuir com o estudo da ação dos carboidratos de P. maximum na ocorrência da doença. Para isso foram realizadas visitas em 10 propriedades que apresentaram casos da enfermidade. Em duas propriedades foram introduzidos equinos no mês de março e foram coletadas amostras de pastagens para a determinação de energia digestiva, lisina, matéria seca, carboidratos solúveis em água, carboidratos solúveis em éter, carboidratos não fibrosos, fibra de detergente neutra, fibra de detergente ácido, lignina, amido, gordura e proteína bruta. Essas determinações foram realizadas, também, em amostras de pastagens de P. maximum de outras propriedades onde não estavam ocorrendo cólicas e das pastagens de Cynodon dactylon de onde provinham os equinos. Os resultados mostraram que os surtos de cólica ocorrem na época de chuva, quando as pastagens estão rebrotando com uma morbidade de 31,6%, e letalidade de 86,1%. As análises bromatológicas mostraram uma diferença significativa nas concentrações de amido (P=0,0072) do P. maximum que causou cólica (8,3 % e 9,2%), quando comparado com o P. maximum das outras propriedades (0,9% e 4,3%) e com o Tifton, utilizado previamente na alimentação dos mesmos equinos (0,2% e 0,8%). Em outra fazenda a doença foi reproduzida experimentalmente em um equino, no mês de março administrando P. maximum cortado contendo 6,5% de amido. A mesma pastagem não causou cólica quando foi administrada a equinos entre os meses de novembro a fevereiro, com 2,7% a 5,1% de amido. Estes resultados sugerem que a causa das cólicas em equídeos em pastagens de P. maximum, na época de rebrote, é o alto conteúdo de amido das mesmas.
Micro Micro-----scopic, immunohistochemical, and ultra-structural study of the lesions experimentaly scopic, immunohistochemical, and ultra-structural study of the lesions experimentaly scopic, immunohistochemical, and ultra-structural study of the lesions experimentaly scopic, immunohistochemical, and ultra-structural study of the lesions experimentaly scopic, immunohistochemical, and ultra-structural study The objective of this study was to investigate the pathogenesis of the lesions observed in cattle experimentally poisoned by Ramaria flavo-brunnescens. The mushroom was given to three 9 to10-month-old Jersey calves immediately after harvesting. Daily doses were around 20g/kg of body weight during 7 (Calf 1) or 13 days (Calves 2-3), and the total doses of mushroom given were 140, 268, and 261g/kg of body weight, respectively. One calf (Calf 4) with same age and breed was used as control. Clinical signs were characterized by prostration, anorexia, hyperemia of oral mucosa, and loosening of long hairs of the tail tip under mild traction. The calves were submitted to euthanasia and necropsied on days 8 (Calf 1) and 15 (Calves 2-4) after the beginning of the experiment. Microscopically, there was smoothness of dorsal epithelium of tongue with absence of filiform papillae, vacuolation of keratinocytes, and loosening of the keratin layer. In the hooves, there was vacuolation and irregular keratinization of the laminar epidermis and hyperplasia of keratinocytes. Hyperkeratosis, vacuolation of the external root sheath, thickening of tricholemal keratin, and inflammatory infiltration around hair follicles were observed on the skin of the tail tip. Immunohistochemical results with anti-pancytoceratin and anti-Ki67 (cell proliferation marker) antibodies showed no differences between the tongue dorsal epithelium of the control and experimental calves. Ultrastructural study demonstrated decrease in tonofilaments and increased intercellular spaces of the spinous layer of the tongue dorsal epithelium. The results of this study favor the hypothesis of an interference with the epithelial keratinization mechanisms by the toxic principles of Ramaria flavo-brunnescens.INDEX TERMS: Ramaria flavo-brunnecens, mushroom poisoning, cattle diseases, pathology.
Coelhos, cobaias, ratos e camundongos foram utilizados com a finalidade de reproduzir a forma cardíaca da intoxicação por Ateleia glazioviana. Quatro animais de cada espécie receberam por 4 meses a planta, secada à sombra, na concentração de 10% na ração, fornecida na forma de pelets. Os pelets foram preparados misturando 700 g de ração comercial, 200 g de amido de milho, 1000 ml de água destilada e 100 g de planta seca e, posteriormente, secados em estufa a 100ºC, durante 16 a 20 horas. Quatro animais de cada espécie serviram como testemunhas, recebendo a ração preparada da mesma forma, porém com a utilização de azevém (Lolium multiflorum) em lugar de A. glazioviana. Era fornecida água à vontade e, para os coelhos e cobaias, também aveia (Avena sativa) verde diariamente. Esses animais não apresentaram nenhuma alteração clínica, e foram pesados semanalmente nas últimas 5 semanas do período experimental, não apresentando diferença significativa no ganho de peso. À necropsia não foram observadas alterações macroscópicas e pelo exame histológico também não foram detectadas lesões significativas no coração e em outros órgãos. Para testar a atividade abortiva de A. glazioviana, ração contendo 10% de planta seca, preparada da mesma forma que no experimento anterior, foi administrada a 11 outros ratos, fêmeas, prenhes, nos dois últimos terços da gestação. Um grupo controle de 11 fêmeas recebeu a ração com azevém a 10%, durante o mesmo período. Esses animais tiveram filhotes normais e no prazo correto. Para determinar a possível perda de toxidez da planta durante a preparação dos pelets, A. glazioviana foi aquecida por 16 a 20 horas a 100ºC e, posteriormente, administrada a um ovino em 26 doses diárias de 2,65 g/kg de planta seca. Durante o período experimental, a ovelha apresentou batimentos cardíacos mais fortes, taquicardia e arritmia cardíacas, depois bradicardia e, no período final, apatia acentuada. Foi sacrificada 7 dias após a última administração da planta. Esse animal apresentava gestação de 2,5 a 3 meses e o feto não apresentava sinais de autólise. As alterações macroscópicas mais evidentes à necropsia foram ascite, hidrotórax, áreas esbranquiçadas no músculo cardíaco e fígado de coloração clara. Na histologia do coração foram observadas degeneração e necrose de fibras cardíacas e proliferação de tecido conjuntivo fibroso. O fígado apresentava congestão e degeneração de hepatócitos nas áreas centrolo-bulares. Os resultados indicam que esses animais de laboratório não foram susceptíveis à ação cardiotóxica de A. glazioviana, por via oral, e sugerem a possibilidade de que o princípio ativo da planta, que é resistente ao calor, seja semelhante ao princípio ativo das plantas do sul da África que causam fibrose cardíaca.
A encefalomalácia nutricional é um distúrbio metabólico caracterizado por sinais clínicos neurológicos e sua etiologia é atribuída à hipovitaminose E. Atinge frangos jovens acarretando altos prejuízos aos criadores e agroindústrias pela sua alta morbidade e mortalidade. O objetivo do presente estudo foi relatar as alterações macroscópicas e histopatológicas de um caso de encefalomalácia nutricional. Um frango de corte com quatro semanas de vida, foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal de Rondônia. Ao exame físico apresentou escore corporal 1 e sinais neurológicos como, ataxia, andar em círculos, lateralização da cabeça, prostração e hiperestesia, caracterizada por espasmos corporais iniciados após estímulos como sons altos e toque físico. Após eutanásia, realizou-se exame necroscópico e exame histopatológico. Para isto, foram coletados fragmentos de órgãos e fixados em formalina tamponada a 10%. No exame necroscópico constatou-se necrose coliquativa no encéfalo, o qual apresentou-se extremamente friável, com coloração pálida. Na análise histopatológica foram observadas alterações como vacuolização citoplasmática, degeneração de células de Purkinje e malácia focal extensa na substância cinzenta cortical e da substância branca do cerebelo. Pela história clínica e as observações necroscópicas e histopatológicas, o caso foi diagnosticado como encefalomalácia nutricional por hipovitaminose E.
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